22 de julho
Santa Maria Madalena
A festa litúrgica de Maria
Madalena foi instituída em 3 de junho de 2016 pelo Papa Francisco, durante o
Jubileu da Misericórdia. Eis uma parte do Decreto: “Esta decisão insere-se no
contexto eclesial atual, que exige uma reflexão mais profunda sobre a dignidade
da mulher, a nova Evangelização e a grandeza do mistério da Misericórdia
divina”.
«No
primeiro dia, que se seguia ao sábado, Maria Madalena foi ao sepulcro, de manhã
cedo, quando ainda estava escuro. Viu a pedra removida do sepulcro. Correu e
foi dizer a Simão Pedro e ao outro discípulo a quem Jesus amava: “Tiraram o
Senhor do sepulcro, e não sabemos onde o puseram!”. Entretanto, Maria se
conservava do lado de fora perto do sepulcro e chorava. Chorando, inclinou-se
para olhar dentro do sepulcro. Viu dois anjos vestidos de branco, sentados onde
estivera o corpo de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés. E eles lhe
perguntaram: “Mulher, por que choras?”. Ela respondeu: “Porque levaram o meu
Senhor e não sei onde o puseram”. Ditas essas palavras, voltou-se para trás e
viu Jesus em pé, mas não o reconheceu. Perguntou-lhe Jesus: “Mulher, por que
choras? Quem procuras?”. Supondo que fosse o jardineiro, respondeu-lhe:
“Senhor, se tu o tiraste, dize-me onde o puseste e eu o irei buscar”. Disse-lhe
Jesus: “Maria!” Voltando-se ela exclamou em hebraico: “Rabôni!” - que significa
Mestre! -. Disse-lhe Jesus: “Não me retenhas, porque ainda não subi a meu Pai,
mas vai aos meus irmãos e dize-lhes: subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e
vosso Deus”. Maria Madalena correu para anunciar aos discípulos que tinha visto
o Senhor e lhes contou o que ele lhe tinha falado». (Jo
20,1-2.11-18).
Maria Madalena para São João Paulo II
São João
Paulo II dedicou grande atenção, não só à importância das mulheres na sua
missão peculiar de servir a Cristo e a Igreja, mas também, com especial ênfase,
à função particular de Maria Madalena como primeira testemunha por ver o
Ressuscitado e primeira mensageira por anunciar a ressurreição do Senhor aos
apóstolos (cf. Mulieris dignitatem, 16). Esta importância continua
ainda hoje na Igreja – demonstrado pelo atual compromisso de uma nova
evangelização - que acolhe, sem nenhuma distinção, homens e mulheres, de
qualquer raça, povo, língua e nação (cf. Ap 5, 9), para anunciar-lhes a Boa
Nova do Evangelho de Jesus Cristo, acompanhá-los na sua peregrinação terrena e
oferecer-lhes as maravilhas da salvação de Deus. Santa Maria Madalena é um
exemplo de verdadeira e autêntica evangelizadora, isto é, de uma evangelista
que anuncia a alegre mensagem central da Páscoa (cf. coleta de 22 de
julho e novo prefácio).
Maria Madalena para o Papa Francisco
O Santo
Padre Francisco tomou a decisão de instituir a festa litúrgica de Santa Maria
Madalena, precisamente, no contexto do Jubileu da Misericórdia para destacar a
atualidade desta mulher, que mostrou seu grande amor a Cristo e que foi tão
amada por Cristo... A tradição eclesial no Ocidente, sobretudo depois de São
Gregório Magno, identifica esta pessoa com Maria de Magdala, a mulher que
derramou perfume nos pés do Senhor, na casa de Simão, o fariseu, e com a irmã
de Lázaro e Marta. Esta interpretação continuou e influenciou os autores
eclesiásticos do Ocidente, na arte cristã e nos textos litúrgicos relativos à
Santa...
Maria Madalena, primeira testemunha da Ressurreição
Sabe-se que
Maria Madalena fazia parte do grupo dos discípulos de Jesus, o seguiu até ao pé
da cruz e no jardim onde se situava o sepulcro: ela foi a primeira, segundo São
Gregório, “testis divinae misericordiae”. O Evangelho de João diz que
Maria Madalena chorou quando não encontrou o corpo do Senhor (cf. Jo 20,11),
mas Jesus teve misericórdia dela, fazendo-se conhecer como o Mestre e
transformando suas lágrimas em alegria pascal.
Por um
lado, Madalena teve a honra de ser a "prima testis" da ressurreição
do Senhor, a primeira a ver o túmulo vazio e a primeira ao ouvir a verdade
sobre a sua ressurreição. Cristo teve misericórdia e uma consideração especial
por esta mulher, que demonstrou seu amor por Ele, o procurou no jardim, com
angústia e sofrimento, com "lacrimas humilitatis", como diz
Santo Anselmo em sua oração...
Além do
mais, foi precisamente no jardim da ressurreição que o Senhor disse a Maria
Madalena: "Noli me tangere". Trata-se de um convite dirigido
não só a Maria, mas também a toda a Igreja, para fazer uma experiência de fé,
que ultrapassa toda e qualquer apropriação materialista e compreensão humana do
mistério divino. Tal convite tem um significado eclesial e uma boa lição para
todos os discípulos de Jesus: não buscar seguranças humanas e títulos mundanos,
mas a fé em Cristo, Vivo e Ressuscitado.
Maria Madalena, a primeira apóstola
Além de ter sido testemunha ocular de Cristo Ressuscitado, Madalena foi também a primeira a dar testemunho da sua ressurreição aos apóstolos, cumprindo, assim, o mandato do Senhor: "Vai aos meus irmãos e dize-lhes... Maria Madalena correu para anunciar aos discípulos: "Eu vi o Senhor!"... e o que ele lhe havia dito” (Jo 20,17-18). Desta forma, ela se tornou, como dissemos acima, uma evangelista, ou seja, uma mensageira que anuncia a Boa Nova da ressurreição do Senhor; ou como diziam Rabano Mauro e São Tomás de Aquino "apostolorum apostola", porque anuncia aos apóstolos o que eles, por sua vez, deviam anunciar ao mundo inteiro. O Doutor Angélico tem razão ao utilizar este termo e aplicá-lo a Maria Madalena: ela é a testemunha de Cristo Ressuscitado e anuncia a mensagem da ressurreição do Senhor, como os outros apóstolos.
Fonte: https://www.vaticannews.va/pt
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