Santo Tomás de Aquino (© Biblioteca Apostólica Vaticana) |
Denominado “Doctor Angelicus” =
(“o Doutor Angélico”), Santo Tomás de Aquino é proposto pela Igreja como o
grande mestre do universalismo filosófico e teológico (Concílio Vaticano II:
OT, 16; Código de Direito Canônico, cânon 252§3).
Luís
Eugênio Sanábio e Souza - escritor
Diante da
carta que o Papa Francisco enviou aos bispos das dioceses italianas de
Latina, Sora e Frosinone por ocasião das celebrações do aniversário de 700 anos
da canonização de Santo Tomás de Aquino, parece-me importante recordar
aqui um pouco sobre a vida deste grande santo que marcou a história da teologia
e da filosofia.
Denominado
“Doctor Angelicus” = (“o Doutor Angélico”), Santo Tomás de Aquino é
proposto pela Igreja como o grande mestre do universalismo filosófico e
teológico (Concílio Vaticano II: OT, 16; Código de Direito Canônico, cânon
252§3).
Nascido em
1225, perto de Nápoles, Santo Tomás iniciou seus estudos com os mestres
beneditinos. Em 1244 ingressou na Ordem dos Dominicanos. No ano seguinte, fiel
à sua vocação religiosa, viajou a Paris, onde se tornou discípulo de Santo
Alberto Magno que era um grande sábio medieval. Em Paris, Santo Tomás se
formou em teologia e lecionou durante alguns anos, com grande êxito. Voltou à
Itália, onde foi nomeado professor na Cúria Pontifical de Roma. Em 1274 foi
convocado pelo Papa Gregório X para participar do Concílio de Lyon. Adoecendo
durante a viagem, faleceu no mosteiro cisterciense de Fossanova, aos 49 anos de
idade.
Santo Tomás
de Aquino amou a verdade. Segundo o memorável Papa São João Paulo II, “nele, o
Magistério da Igreja viu e apreciou a paixão pela verdade; o seu pensamento,
precisamente porque se mantém sempre no horizonte da verdade universal,
objetiva e transcendente, atingiu alturas que a inteligência humana jamais
poderia ter pensado” (Encíclica “Fides et ratio” nº 44).
Santo
Tomás, “ao mesmo tempo que, como é devido, distingue perfeitamente a fé da
razão, une-as a ambas com laços de amizade recíproca: conserva os direitos
próprios de cada uma e salvaguarda a sua dignidade” (Papa Leão XIII: Encíclica
Aeterni Patris de 04/08/1879). A chamada Suma Teológica é a
obra prima de Santo Tomás em que ele defende a capacidade da razão humana de
conhecer a Deus a partir da criação: o mundo material e a pessoa humana.
Certa vez o Papa Pio XI disse que “a Suma Teológica é o céu visto da
terra”. O Papa Leão XIII havia recordado que a maior honra,
porém, prestada a São Tomás, só a ele reservada e que nenhum dos doutores
católicos pode partilhar, provém dos padres do Concílio de Trento que, nesta
solene reunião, quiseram colocar aberta sobre o altar, ao lado das Sagradas
Escrituras, a Suma Teológica de Santo Tomás para dela extrair conselhos, razões
e decisões. Santo Tomás de Aquino foi canonizado em 1323 pelo Papa João XXII e
proclamado Doutor da Igreja em 1567 pelo Papa Pio V.
Por fim, quero registrar aqui as seguintes palavras do saudoso Papa São Paulo VI por ocasião do sétimo centenário da morte do Doutor Angélico: “Sem dúvida, Santo Tomás possuiu, no máximo grau, a coragem da verdade, a liberdade de espírito quando enfrentava os novos problemas, a honestidade intelectual de quem não admite a contaminação do cristianismo pela filosofia profana, mas tão pouco defende a rejeição apriorística desta. Por isso, passou à história do pensamento cristão como um pioneiro no novo caminho da filosofia e da cultura universal. O ponto central e como que a essência da solução que ele deu ao problema novamente posto da contraposição entre razão e fé, com a genialidade do seu intuito profético, foi o da conciliação entre a secularidade do mundo e a radicalidade do Evangelho, evitando, por um lado, aquela tendência antinatural que nega o mundo e seus valores, mas, por outro, sem faltar às exigências supremas e inabaláveis da ordem sobrenatural; é, pois, com razão que Santo Tomás pode ser definido “apóstolo da verdade”” (Paulo VI, Carta Apostólica Lumen Ecclesiae, 8 de 20/11/1974).
Fonte: https://www.vaticannews.va/pt
Nenhum comentário:
Postar um comentário