Por Walter Sánchez Silva
Lisboa, 02 Ago. 23 / 07:31 am (ACI).- Um grupo de freiras de clausura, que quase nunca ou nunca saem do convento, participa da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023.
As freiras pertencem à ordem das Adoradoras Perpétuas do Santíssimo Sacramento, e fazem parte da comunidade de San Francisco, na Califórnia, EUA. Falando à EWTN News, do grupo de comunicação católico EWTN ao qual pertence a ACI Digital, a madre Alma Ruth, de 63 anos, comenta que é a primeira vez que elas participam da JMJ.
“É a primeira vez que viemos a este belíssimo evento que nos animará ainda mais, chegando ao nosso mosteiro, a pedir por todos estes jovens. É uma alegria ver tantos jovens procurando ver o que Deus quer deles”, diz a superiora da comunidade de San Francisco.
Sobre sua história pessoal, a madre conta: “Eu acompanhava a uma de minhas irmãs de sangue que queria fazer uma experiência com as adoradoras. Ela não ficou, mas eu sim. Eu tinha 23 anos e estou na vida religiosa há 39 anos”.
Para ela, “a vida religiosa é a coisa mais linda que poderia me acontecer e não tenho palavras para agradecer a Deus, só a minha vida para agradecer a Ele por ter me escolhido”.
A irmã Maria Grace da Dolorosa, religiosa de 34 anos, americana de pais mexicanos, conta que só tem quatro meses de consagrada, mas três anos e quatro meses na comunidade.
“Eu nunca quis ser freira, mas minha irmã sim”, confessou. “Ela conheceu as madres, mas apesar de não ter se tornado freira, ela se apaixonou pelo carisma delas e organizou seus retiros e os levou para onde eu estava. Eu fui a um de seus retiros e senti algo muito forte, mas me assustou muito e o deixei para lá", continuou.
Ao participar de um segundo retiro, disse, ela não pôde resistir a “esse chamado tão forte” e fez uma experiência de 15 dias com as Adoradoras. "Ali vi que não precisava de mais nada, que nosso Senhor estava me dando tudo que eu precisava."
“Uma das coisas que mais me fez dizer sim foi ver a alegria delas, o desejo de santidade, de amar o Senhor, de salvar almas, que é o que fazemos. Eu disse sim graças a um guarda-chuva, a uma sombrinha porque um padre disse que se 'você reza para não chover e sai com guarda-chuva, você não tem fé'. Então eu disse 'eu não quero sair com guarda-chuva, sem fé' e disse sim ao nosso Senhor", contou.
A irmã Maria Magdalena do Sagrado Coração, mexicana de 30 anos, disse que está na comunidade há 10 anos e que conheceu a ordem quando tinha 20 anos. Uma tia dela a convidou para conhecê-las e "nosso Senhor me chamou naquele momento."
Alguns conselhos
Madre Alma Ruth aconselha os jovens a se darem “a oportunidade de fazer uma experiência onde quiserem, em qualquer mosteiro, para ver se não é realmente esse o seu chamado. Depois veremos o matrimônio, mas se você tem um chamado dentro da sua alma, dê a si mesmo a oportunidade de ser feliz com o que Deus quer de você!”.
Aos pais, a freira lhes diz: “Vocês não vão se arrepender porque não perdem um filho ou uma filha, pelo contrário, ganham uma comunidade inteira e ficam muito felizes em ver seus filhos felizes”.
Irmã Maria Grace, por sua vez, encoraja a não ter medo. “Se você tem medo, isso vai paralisá-lo. Se você acha que Deus está chamando, responda. A vocação tem dois pontos importantes: o chamado e a resposta. Se você ouve o chamado e não faz nada, esse ficará nulo; mas se você ouvir o chamado e responder, será verdadeiramente feliz.
A freira de clausura também encoraja os pais a não terem medo “de deixar ir o que na verdade não lhes pertence. Nós somos de Deus. Claro, deu-lhes filhos para cuidá-los, educá-los na fé e fazê-los crescer como bons cristãos, mas devem entregá-los onde quer que Deus os chame: seja na vida religiosa ou matrimonial”.
“Não tenham medo de entregar seus filhos à vontade de Deus e rezem muito para que sejam bons cristãos, que é o que tanto precisamos neste mundo”, exorta.
A irmã Mariana das Chagas de Jesus, mexicana com 10 anos de vida religiosa nas Adoradoras, recorda aos jovens que Jesus não obriga: "Ele não nos força, é um cavalheiro e eu daria aos pais o conselho de deixar que os seus filhos decidam por si mesmos, o que é bom, o que é santo, o que Deus os chama e que os apoiem 100 por cento".
Fonte: https://www.acidigital.com/
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