O coração do Papa carrega muita
gratidão a Deus pelo que foi visto e vivido em Portugal durante a 37ª JMJ,
ocasião para também encontrar autoridades e Igreja local, além de uma breve
peregrinação a Fátima: "enquanto na Ucrânia e em outros lugares se combate,
e em certas salas escondidas se planeja a guerra, a JMJ mostra que outro mundo
é possível". A mensagem dos jovens foi clara, disse Francisco: "será
que os 'grandes da terra' a ouvirão?" "Quem tem ouvidos, ouça! Quem
tem olhos, veja!"
Andressa
Collet - Vatican News
Esta
quarta-feira, 9 de agosto, marca a retomada das Audiências Gerais após a pausa
de verão e também o retorno do Papa Francisco de Portugal. Até o último domingo
(6), o Pontífice esteve no país por ocasião da 37ª Jornada Mundial da
Juventude, ocasião para também encontrar as autoridades e a Igreja local, além
de fazer uma breve peregrinação a Fátima.
Como de
costume ao voltar de uma viagem apostólica, o Papa procurou compartilhar com os
fiéis da Sala Paulo VI a experiência de fé vivida em meio à juventude do mundo
inteiro em Lisboa. O evento foi sentido por todos como um presente de
Deus, disse Francisco, já que aconteceu após a pandemia, um período que
particularmente afetou o comportamento dos jovens. Com esta Jornada Mundial da
Juventude, continuou Francisco, "Deus deu um 'empurrão' no sentido
oposto", marcando "um novo início da grande peregrinação dos jovens
em nome de Jesus".
A exemplo de Maria, colocar-se a serviço
E não é por
acaso que isso aconteceu em Lisboa, recordou o Pontífice, "cidade
voltada para o oceano, cidade-símbolo das grandes explorações marítimas".
A JMJ de Lisboa foi um "movimento de corações e passos dos jovens de
várias partes do mundo ao encontro de Jesus", nos caminhos do Evangelho e
tomando como modelo a Virgem Maria. No momento mais crítico para ela,
"levantou-Se e partiu apressadamente" (Lc 1,39). "Gosto
muito de invocar Nossa Senhora neste aspecto: a Nossa Senhora 'apressada', que
sempre faz as coisas com pressa, nunca nos deixa esperando, porque Ela é a mãe
de todos", disse ainda o Papa.
“Maria, hoje, no terceiro
milênio, guia a peregrinação dos jovens no seguimento de Jesus.”
"Como
já tinha feito há um século justamente em Portugal, em Fátima, quando se
dirigiu a três crianças, confiando-lhes uma mensagem de fé e esperança para a
Igreja e para o mundo. Por isso, na JMJ, voltei a Fátima, ao local da aparição,
e junto com alguns jovens doentes rezei para que Deus curasse o mundo das
doenças da alma: o orgulho, a mentira, a inimizade, a violência. São doenças da
alma e o mundo está doente com essas doenças. E renovamos a nossa consagração,
a da Europa e a do mundo ao Imaculado Coração de Maria. Rezei pela paz porque
há muitas guerras em todas as partes do mundo, muitas."
Nem férias e nem turismo, mas encontro com Cristo
Em Lisboa e
na região metropolitana que acolheram os eventos oficiais, o Papa Francisco
sempre se deparou com multidões de jovens entusiastas e provenientes do mundo
inteiro. Dos anos de preparação à JMJ, eles se apresentavam prontos a
compartilhar as experiências vividas em âmbito local paroquial e a receber o
chamado de Deus, cada um a seu modo:
"Não
eram férias, uma viagem turística, nem mesmo um evento espiritual por si só; a
JMJ é um encontro com Cristo vivo por meio da Igreja. Os jovens vão ao encontro
de Cristo; é verdade que onde há jovens há alegria, há um pouco de tudo
isto! A minha visita a Portugal, por ocasião da JMJ, se beneficiou do ambiente
festivo desta onda de jovens", reforçou Francisco.
Outro mundo é possível: quem tem ouvidos, ouça!
O coração
do Papa carrega muita gratidão a Deus pelo que foi visto e vivido em Portugal
neste início de agosto. Um pensamento especial ele também tem pela Igreja
local que, em retribuição ao grande esforço feito para a organização e o acolhimento,
deve receber "novas energias para lançar novamente as suas redes com
paixão apostólica". Os jovens em Portugal já dão hoje uma mensagem clara
ao mundo:
"Enquanto na Ucrânia e em outros lugares do mundo se combate, e enquanto em certas salas escondidas se planeja a guerra, a JMJ mostrou a todos que outro mundo é possível: um mundo de irmãos e irmãs, onde as bandeiras de todos os povos tremulam juntas, uma ao lado da outra, sem ódio, sem medo, sem fechamentos, sem armas! A mensagem dos jovens foi clara: será que os 'grandes da terra' a ouvirão? É uma parábola para o nosso tempo, e ainda hoje Jesus diz: 'Quem tem ouvidos, ouça! Quem tem olhos, veja!' Esperamos que o mundo inteiro ouça esta Jornada da Juventude e veja esta beleza dos jovens indo adiante."
Fonte: https://www.vaticannews.va/pt
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