Jesus sobe à barca e o vento
cessa. Quando temos consciência de que Jesus está conosco, de que ele é o
Emanuel, todo e qualquer perigo desaparece de nossa mente.
Padre Cesar
Augusto, SJ – Vatican News
Todos nós
já vivemos momentos de tensões, de adversidades, de solidão.
A liturgia
deste domingo quer nos situar a Presença e a ação do Senhor, ao nosso lado,
quando experienciamos essas situações adversas.
Dentro de
uma situação de perseguição por ter se mantido fiel a Deus e por ter lutado
pela preservação do autêntico culto, o Profeta Elias sofre bastante e tem de
fugir. Deus não o livra de situações dolorosas, mas se manifesta de modo firme
e com linguagem diferente da dos opressores. Deus se torna presente a Elias
através de uma brisa leve. Isso nos fala a primeira leitura, extraída do 1º
Livro dos Reis.
Esta página
do Evangelho, cap. 14 de Mateus, nos apresenta Jesus fazendo com que seus
discípulos experimentem situação adversa. O Senhor proporciona aos Apóstolos a
experiência de confiarem n’Ele, de sentirem-se seguros, em meio a situações
adversas, apenas em Sua Palavra.
Eis a cena:
após a multiplicação dos pães e dos peixes, após ter curado as pessoas, Jesus
impele, leva os discípulos a embarcarem e a aguardá-lo na outra margem. Os
Apóstolos estão alegres e confiantes. O Mestre fez belo discurso, curou os
doentes, deu comida para todos e agora vai rezar. Eles sentem-se obrigados a
deixar aquele que é o porto seguro e a atravessarem sozinhos o mar, viver uma
situação de risco e até de desamparo. Contudo, o Mestre avisou que se
encontrariam no outro lado. Portanto, não foi uma despedida, mas um até logo,
apesar de terem a missão de atravessar a zona tenebrosa do mar, já dentro de um
horário em que a luz diminuía e se dirigindo para uma região pagã.
Jesus
permanece em oração, certamente pedindo ao Pai para fortalecer aqueles que Ele
lhes dera.
No meio da
noite, no meio do escuro, da incerteza, da dúvida, a barca onde estão os
discípulos é agitada pelo vento. É a turbulência! No trabalho, na família, nos
relacionamentos, na vida pública, as turbulências se fazem presentes e colocam
à prova nossas certezas, nossas seguranças, sejam físicas, psíquicas ou
espirituais. Os discípulos, já amedrontados, gritam de pavor quando avistam no
mar um vulto. O medo é tamanho que são incapazes de refletir que Jesus já
demonstrara amá-los e exercer seu poder para preservá-los. Gritam de medo!
Jesus, o
Príncipe da Paz, faz jus ao seu nome e anuncia: “Tende confiança, sou eu, não
tenhais medo!” Apesar do que vê, apesar das experiências passadas, Pedro ainda
pergunta pedindo prova:
“Senhor, se
és tu, manda que eu vá ao teu encontro sobre as águas.” Jesus diz sim e Pedro
começa a caminhar, mas quando o vento sopra, surge a insegurança e Pedro começa
a afundar. Ele acredita mais na força do perigo da água do que na Palavra de
Jesus. Confia mais na insegurança, no poder da fragilidade, do que no amor de
Jesus.
A dúvida o
fez afundar e o mesmo acontece conosco! Quem não arrisca, afunda sempre!
Aí ele
grita pedindo socorro. Jesus estende a mão e o repreende: “Homem fraco na fé,
por que duvidaste?”
Jesus sobe
à barca e o vento cessa. Quando temos consciência de que Jesus está conosco, de
que ele é o Emanuel, todo e qualquer perigo desaparece de nossa mente. A
certeza da presença, do companheirismo de Jesus é determinante para
atraversarmos qualquer turbulência.
Certos
disso, os Apóstolos deram glória a Deus ao se prostrarem e professarem a fé:
“Verdadeiramente, tu és o Filho de Deus”!
Vivamos na
fé. O Senhor é nosso companheiro por toda a vida. Em qualquer situação que
estejamos vivendo, Jesus está ao nosso lado e pede ao Pai por nós, para que
sejamos fiéis a Ele, para que saibamos que nada de mal nos poderá suceder
porque Deus está conosco!
Vivamos nossa vida, cumpramos nossa missão, atravessemos com garbo as dificuldades, certos de que jamais estamos sozinhos. Poderemos fazer tudo isso não baseados em nós mesmos, mas no poder de Deus. “Quando sou fraco, então é que sou forte!
Fonte: https://www.vaticannews.va/pt
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