Por Loo Burnett
O Papa Gregório Magno tinha relação as criaturas celestes e vivenciou um fato admirável envolvendo o primeiro dos anjos: o Arcanjo Miguel.
Durante a Quaresma de São Miguel, irei propor um exercício de leitura para que você conheça os principais devotos do Arcanjo e as histórias extraordinárias que foram vivenciadas por essas almas.
Mas, afinal, o que vem a ser um devoto? Um devoto é uma pessoa que demonstra fervor religioso em relação a um santo, divindade ou figura espiritual de maneira piedosa, buscando através de determinadas práticas uma aproximação com aquele a quem se devota.
Apontamos aqui as práticas religiosas, as orações, rituais ou cultos, adoração e demais atividades que salientam sua devoção e ligação espiritual com aquilo que veneram ou adoram. A devoção pode ser expressa de várias formas, a depender da crença, religião ou tradição específica.
A devoção de um papa a São Miguel Arcanjo
Nesta primeira semana da Quaresma de São Miguel, conheceremos de perto a relação do papa Gregório Magno com as criaturas celestes, sobretudo um fato admirável envolvendo o primeiro dos anjos: o Arcanjo Miguel.
Papa Gregório Magno (540 a 604), durante o período em que era um religioso, passou por diversas situações cotidianas que envolviam as criaturas celestiais. Tais experiências o levaram a ser mais tarde condecorado com o título de Doutor Angelorum.
Conta-se que, ao final do século VI, uma tempestade ocasionou a inundação de Roma, desencadeando uma das mais perigosas pestes: a peste inguinal. Este flagelo dizimava famílias inteiras de maneira avassaladora, deixando nenhuma parte da Cidade Eterna segura. Foi nesse contexto que o infortúnio se abateu sobre a cátedra de Pedro, resultando na fatalidade que atingiu o Papa Pelágio II.
Gregório Anicius, que nesta época aconselhava o pontífice, havia conquistado o favor do povo
devido à sua justiça e caridade como prefeito – pois antes de se tornar um beneditino ele havia administrado a cidade de Roma. Aos olhos de todos, desde leigos até religiosos, Gregório seria a melhor escolha para ser conclamado papa naquele momento, mesmo que fosse contra a sua vontade.
Visão reveladora
Roma estava debaixo de uma grande calamidade quando Gregório assumiu o pontificado, e nesta ocasião, instituiu uma procissão para que todos suplicassem a Deus o fim da epidemia. Com duração de três dias, Papa Gregório Magno conduzia os fiéis pela Cidade Eterna junto ao quadro da Virgem Maria, ícone pintado pelo evangelista São Lucas, quando algo extraordinário aconteceu. Ao passar com a multidão pelo mausoléu de Adriano, São Gregório foi impactado por uma visão reveladora: o Arcanjo Miguel surgia sobre a tumba imperial, limpando uma espada ensanguentada e guardando-a corajosamente em sua bainha.
A atitude do anjo conferiu ao coração do pontífice a certeza de que suas orações haviam sido atendidas e, portanto, a peste estava chegando ao fim. De fato, não demorou para Roma sorrir, e o local que outrora relembrava o imperador Adriano, tornara-se mais tarde o Castelo
do Santo Anjo (Castelo de Sant´Angelo).
O castelo de Sant’Angelo
Este local, que fica a 800 metros em linha reta da Basílica de São Pedro, no Vaticano, é um importante ponto turístico. É possível ser avistado de longe, visto que em seu topo adorna uma impressionante imagem de São Miguel com 4.7m de altura, constituída em bronze.
O Castelo de Sant’Angelo, ao longo dos séculos, apresentou diversas funções, servindo de mausoléu, forte militar, prisão, refúgio papal, residência e museu. E embora seja um monumento super valorizado do ponto de vista turístico, há quem o contemple pelos os olhos da fé, como os peregrinos e devotos de São Miguel que o reconhecem, por excelência, como um espaço sacralizado.
Às atividades de São Miguel em nosso mundo temporal, temos a seguinte frase
do Papa São Gregório Magno:
“Todas as vezes que se trata de fazer coisas maravilhosas, o enviado é Miguel, para dar a entender por suas ações e por seu nome que ninguém pode fazer aquilo em que só Deus é eficiente”.
Homilia 34
Fonte: https://pt.aleteia.org/
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