Por Mónica Muñoz
O consumismo de hoje nos oprime e nos impede de pensar no que é realmente importante.
O Evangelho de São Lucas apresenta um episódio muito atual. Um homem rico obteve grandes colheitas. Ele tinha tanto que seus celeiros não conseguiam mais conter o produto, a ponto de ele decidir destruí-los e construir outros maiores. Ele então dialoga consigo mesmo: “Minh’alma, tens bens guardados para muitos anos. Descansa, come, bebe e desfruta de uma vida boa”. Os planos pareciam bons, mas Jesus comenta, ao contar essa parábola, que Deus dá uma resposta inesperada àquele homem: “Insensato, nesta mesma noite morrerás. Para quem ficará o que acumulaste?” (cf. Lc 12, 19-20).
Aprender a viver em austeridade
Essa mesma história se repete diariamente. Homens e mulheres se esforçam num trabalho excessivo para se abastecerem de bens materiais, sem deixarem tempo para o que importa. E é aqui que nos deparamos com o monstro do consumismo, que nos impede de ver o que realmente vale a pena.
Dom José Ignacio Munilla, bispo de Orihuela-Alicante, na Espanha, falou aos jovens na última Jornada Mundial da Juventude, em Lisboa, sobre este assunto. Ele recordou que os seus pais educaram os filhos com muita austeridade. Não jogavam fora os alimentos e passavam as roupas para a próxima geração, por exemplo. Já hoje, comentou o bispo, o consumismo ensina que “tudo é para usar e jogar fora, nada vale o esforço de ser consertado, tudo tem que ser novo”; por isso mesmo, o consumismo “corrompe a alma”, já que estende a cultura do descarte também às relações humanas e às próprias pessoas. Pode-se viver melhor com menos; entretanto, as pessoas estão cheias de tantas coisas que não conseguem enxergar este fato.
Se refletíssemos sobre o que disse nosso Senhor Jesus Cristo, poderíamos realmente entender que tudo o que acumulamos nos liga ao meramente material – e às vezes leva a verdadeiras injustiças, pois o que sobra para alguns falta a muitos que não têm nada.
E se você morresse esta noite?
Para quem ficará tudo o que acumulamos ao longo do caminho da nossa existência? Vale a pena fazer um exercício de sinceridade e pedir a Deus que nos ajude a ver que, mais cedo ou mais tarde, deixaremos este mundo – e seria melhor se o fizéssemos de malas vazias. Que o Espírito Santo aumente em nós a virtude da generosidade.
Fonte: https://pt.aleteia.org/
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