23 de setembro
São Pio de Pietrelcina
Padre Pio nasceu em 25 de
maio de 1887 na localidade de Pietrelcina, muito próxima à cidade
de Benevento. Foi um dos sete filhos de Grazio Forgione e Maria Giuseppa
De Nunzio.
Ainda
criança era muito assíduo com as coisas de Deus, tendo uma inigualável
admiração por Nossa Senhora e o seu Filho Jesus, que os via
constantemente devido a tanta familiaridade. Ainda pequeno havia se tornado
amigo do seu anjo da Guarda, a quem recorria muitas vezes para auxiliá-lo no
seu trajeto nos caminhos do Evangelho. Conta a história que ele recomendava
muitas vezes as pessoas a recorrerem ao seu anjo da guarda, estreitando assim a
intimidade dos fiéis para com aquele que viria a ser o primeiro sacerdote da
história da igreja a receber os estigmas do Cristo do Calvário.
Com quinze
anos de idade entrou no noviciado em Morcone adotando o nome de “frei
Pio”; concluído o ano de noviciado, formulou os votos simples em 1904;
em 1907 formulou a profissão dos votos solenes. Frequentou estudos
clássicos e filosofia. Foi ordenado padre em 10 de agosto de 1910
no Duomo de Benevento.
Aos casos mais
urgentes e complicados o frade de Pietrelcina dizia: “Estes só Nossa
Senhora”, tamanha era a sua confiança na sua mãezinha do céu a quem ele tanto
amava e queria obter suas virtudes.
Percebendo
que a sua missão era de acolher em si o sofrimento do povo, recebe como
confirmação do Cristo os sinais da Paixão em seu próprio corpo. Estava aí
marcado em si mesmo a sua missão. Deus o queria para aliviar o sofrimento do
seu povo. Entregando-se inteiramente ao Ministério da Confissão, buscava por
este sacramento aliviar os sofrimentos atrozes do coração de seus fiéis e
libertá-los das garras do Demônio que era conhecido por ele como “barba
azul”. Torturado, tentado e testado muitas vezes por este, sabia muito da sua
astúcia no seu afã em desviar os filhos de Deus do caminho da fé.
Percebendo
que não somente deveria aliviar o sofrimento espiritual, recebeu de Deus a
inspiração de Construir um grande hospital, o tão conhecido “Casa Alívio
do Sofrimento”, que viria a ser o referência em toda a Europa. Mesmo com o
seu ministério sacerdotal vitimado por calúnias injustificáveis, não se
arrefeceu o coração para com a Igreja por quem tinha grande apreço e admiração.
Sabia muito bem distinguir de onde provinham as calúnias, sendo estas vindas
por parte de alguns da Igreja, e não da Igreja mãe e mestra a quem ele tanto
amava.
A pedido
do Santo Padre, devido aos horrores provocados pela Segunda Guerra
Mundial, cria os grupos de Oração, verdadeiras células catalizadoras do amor e
da paz de Deus para serem dispenseiros de tais virtudes no mundo que sofria e angustiava-se
no vale tenebroso de lágrimas e sofrimentos.
Na ocasião
do aniversário de 50 anos dos grupos de oração celebra-se uma Missa nesta
intenção. Seria esta Missa o caminho do seu Calvário definitivo, onde
entregaria a alma e o corpo ao seu grande apaixonado; a última vez que os seus
filhos espirituais veriam o padre a quem tanto amavam. Era madrugada do
dia 23 de setembro de 1968, no seu quarto conventual com o terço
entre os dedos repetindo o nome de Jesus e Maria, descansa em paz aquele que
tinha abraçado a cruz do Cristo, fazendo desta a ponte de ligação entre a terra
e o céu. Morte suave de quem havia completado a missão, de quem agora
retornaria ao seio do Pai em quem tanto confiou. Hoje são muitas as pessoas que
se juntaram a fileira dos seus devotos e filhos espirituais em vários grupos de
oração que se espalharam pelo mundo. É o próprio padre Pio que
diz: “Ficarei na porta do Paraíso até o último dos meus filhos entrar”.
A canonização
O
procedimento que levou à sua canonização teve início com o nihil
obstat de 29 de novembro de 1982. Em 20 de março de 1993
foi começado o processo diocesano para sua canonização. Em 21 de janeiro
de 1990 Padre Pio foi proclamado “venerável”, beatificado em 2 de
maio de 1999 e foi canonizado em 16 de junho de 2002, proclamado
na Praça de São Pedro pelo pontífice Papa João Paulo II como São
Pio de Pietrelcina.
A sua festa
litúrgica é celebrada dia 23 de setembro.
Os sinais milagrosos
Padre Pio de Pietrelcina com
os estigmas.
Entre os
sinais milagrosos que lhe são atribuídos encontram-se as estigmas, que
duraram cinqüenta anos (20 de setembro de 1918 a 23 de setembro
de 1968), e o dom da bilocação. Entre os muitos milagres, está a cura do
pequeno Matteo Pio Colella de San Giovanni Rotondo sobre o qual se
assentou todo processo canônico que fizeram do frade São Pio.
Entre os
tantos relatos de bilocação, há o contado por Dom Luigi Orione também
proclamado recentemente santo. Santo Orione contou que em 1925, sendo um
dos tantos devotos de Santa Teresa de Lisieux, encontrava-se na praça
de São Pedro para as celebrações em honra da mística francesa quando
apareceu inesperadamente em sua frente Padre Pio. Todavia, segundo o relato de
muitas pessoas, Pio nunca saiu do convento onde viveu de 1918 até sua
morte.
Reconhecimento ao longo da
História
Os santos
Papas reconheceram a santidade e importância do Pe. Pio ao longo da história:
Papa Bento
XV disse: “Padre Pio é um daqueles homens extraordinários que Deus envia de vez
em quando à terra para converter os homens”.
Papa Paulo
VI: “Veja que fama ele alcançou! Que clientela mundial reuniu em torno de si!
Mas por quê? Por que era um filósofo? Por que era um sábio? Por que dispunha de
meios? Não, mas porque rezava a Missa humildemente, confessava de manhã à
noite; era, difícil de dizer, representante estampado dos estigmas de Jesus.
Era um homem de oração e de sofrimento.” (20 de fevereiro de 1971).
Papa João Paulo II (Homilia na
canonização do Padre Pio de Pietrelcina):
Domingo, 16
de Junho de 2002: “Padre Pio foi um generoso dispensador da misericórdia
divina, estando sempre disponível para todos através do acolhimento, da
direcção espiritual, e sobretudo da administração do sacramento da Penitência.
O ministério do confessionário, que constitui uma das numerosas características
que distinguem o seu apostolado, atraía numerosas multidões de fiéis ao
Convento de San Giovanni Rotondo. Mesmo quando aquele singular confessor
tratava os peregrinos com severidade aparente, eles, tomando consciência da
gravidade do pecado e arrependendo-se sinceramente, voltavam quase sempre atrás
para o abraço pacificador do perdão sacramental.
Oxalá o seu
exemplo anime os sacerdotes a realizar com alegria e assiduidade este
ministério, muito importante também hoje, como desejei recordar na Carta aos
Sacerdotes por ocasião da passada Quinta-Feira Santa”.
16 de junho
de 2002, durante o Angelus: “Que Maria pouse a sua mão materna sobre a tua
cabeça”. Este voto, dirigido a uma filha espiritual, o dirija hoje o Padre Pio
a cada um de vós. À proteção materna da Virgem e de São Pio de Pietrelcina
confiamos o caminho de santidade de toda a Igreja, no início do novo milénio.”
Da falsa acusação de fraude
No
livro Padre Pio – Milagres e Política na Itália do Século XX, o
historiador Sérgio Luzzatto faz a acusação de que Padre Pio teria encomendado
secretamente um grande número de garrafas de ácido carbólico, que ele pode
ter usado para criar as feridas semelhantes às de Cristo em suas mãos.
O interessante
de tal acusação e que revela o fato da mesma não ter qualquer fundamento é que
qualquer pessoa com o mínimo conhecimento em química sabe que feridas
provocadas por ácido não sangram, pois a substância corrosiva as cauteriza e
impede a hemorragia, enquanto que os estigmas de Padre Pio sangravam
constantemente (principalmente quando este celebrava a Missa). Alguns dos
médicos que examinaram as chagas do Padre Pio, tais como o Dr. Luigi Romaneli e
o Dr. Giorgio Festa, ficaram maravilhados com a quantidade de sangue que delas
brotava e que seria suficiente para matar um homem normal de anemia aguda (cf.
Olivo Cesca, Padre Pio, o Santo do Terceiro Milênio, Editora Myriam).
Assim, acredita-se
que, se realmente Padre Pio comprava os ácidos, apenas o fazia para limpar e
conter o sangramento em seus estigmas.
Exumação e exposição pública
O corpo incorrupto de Padre Pio
exposto para veneração pública.
O corpo de Padre Pio foi exumado a 20 de abril de 2008 e colocado em
exposição pública na cripta da Igreja de Santa Maria das Graças, em San
Giovanni Rotondo, como parte das comemorações dos 40 anos do
seu falecimento.
No dia 19 de abril de 2010, aconteceu a
transladação da urna com as relíquias (corpo intacto) de São Pio de Pietrelcina
da cripta do Santuário “Nossa Senhora das Graças” para a Igreja dedicada ao
santo capuchinho.
De acordo com o arcebispo, a transladação foi decidida “respeitando o
tradicional culto das relíquias que caracteriza a devoção dos fiéis desde os
primeiros séculos da história da Igreja e será realizada respeitando as normas
canônicas”. O lugar onde será colocado o corpo de São Pio de Pietrelcina –
explica Dom Castoro – “permitirá a muitos peregrinos deterem-se em oração em um
lugar mais amplo, mais acolhedor e rico em ocasiões de reflexão para um maior
fortalecimento espiritual. O ambiente é constituído por mosaicos realizados
pelo jesuíta Marko Ivan Rupnik”.
Fonte: https://comunidadepadrepio.com.br/
Nenhum comentário:
Postar um comentário