No Angelus deste domingo,
Francisco falou sobre o perdão. Segundo ele, "fora do perdão não há
esperança, fora do perdão não há paz. O perdão é o oxigênio que purifica o ar
poluído pelo ódio. O perdão é o antídoto que cura os venenos do rancor".
Mariângela
Jaguraba – Vatican News
O Papa
Francisco rezou a oração mariana do Angelus, deste domingo (17/09), com os
fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro.
O Evangelho
deste domingo "nos fala do perdão", disse o Papa, citando
a pergunta de Pedro a Jesus: «Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão
pecar contra mim? Até sete vezes?»
Sete, na
Bíblia, é um número que indica completude e, por isso, Pedro é muito generoso
nas suposições de sua pergunta. Mas Jesus vai além e lhe responde: «Não lhe
digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete». Ele lhe diz, ou seja, que
quando se perdoa, não se calcula, que é bom perdoar tudo e sempre! Assim como
Deus faz conosco, e como é chamado a fazer quem administra o perdão de Deus:
perdoar sempre. Digo isso aos sacerdotes, aos confessores: perdoem sempre como
Deus perdoa.
"Jesus
ilustra esta realidade através de uma parábola, que sempre tem a ver com
números. Um rei, depois de ter sido suplicado, perdoa uma dívida de dez mil
talentos a um servo: é um valor exagerado, imenso, que varia de duzentas a
quinhentas toneladas de prata! Era uma dívida impossível de saldar, mesmo
trabalhando uma vida inteira: mas aquele patrão, que recorda o nosso Pai, a
perdoa por pura «compaixão»", disse Francisco, acrescentando:
Este é o
coração de Deus, perdoa sempre porque Deus é compassivo. Não nos esqueçamos de
como é a maneira de Deus: Deus é próximo, compassivo e terno, este é o modo de
ser de Deus.
"Depois,
porém", prosseguiu o Papa, "este servo, a quem a dívida foi perdoada,
não mostra nenhuma misericórdia para com um companheiro que lhe deve 100
denários. Essa também é uma grande quantia, equivalente a cerca de três meses
de salário - como se dissesse que o perdão entre nós custa, mas nada comparável
à quantia precedente, que o patrão tinha perdoado".
A mensagem
de Jesus é clara: Deus perdoa de forma incalculável, excedendo toda medida. Ele
é assim, age por amor e gratuidade. A Deus não se compra, Deus é gratuito, é
gratuidade. Não podemos retribuir-lhe, mas quando perdoamos o irmão ou a irmã,
o imitamos. Perdoar não é uma boa ação que se pode fazer ou não: perdoar é uma
condição fundamental para quem é cristão.
Segundo
Francisco, "cada um de nós, de fato, é um "perdoado" ou
"perdoada": não nos esqueçamos disso, somos perdoados, Deus deu a
vida por nós e de modo algum podemos compensar a sua misericórdia, que Ele
nunca retira do coração. Entretanto, correspondendo à sua gratuidade, ou seja,
perdoando-nos uns aos outros, podemos dar testemunho dele, semeando vida nova
ao nosso redor".
Fora do
perdão não há esperança, fora do perdão não há paz. O perdão é o oxigênio que
purifica o ar poluído pelo ódio. O perdão é o antídoto que cura os
venenos do rancor, é o caminho para desativar a raiva e curar tantas doenças do
coração que contaminam a sociedade.
A seguir, o
Pontífice convidou cada um a se perguntar: "Creio ter recebido de Deus o
dom de um perdão imenso? Sinto a alegria de saber que Ele está sempre pronto
para me perdoar quando eu caio, mesmo quando os outros não o fazem, mesmo
quando nem eu mesmo consigo me perdoar? Ele perdoa: creio que Ele perdoa? E
depois: sei, por minha vez, perdoar quem me fez mal?"
A esse
propósito, Francisco propôs "um pequeno exercício: cada um de nós pense
numa pessoa que nos feriu, e peçamos ao Senhor a força para perdoá-la. E vamos
perdoá-la por amor ao Senhor. Queridos irmãos e irmãs, isso nos fará bem, nos
restituirá a paz no coração".
"Que Maria, Mãe da Misericórdia, nos ajude a acolher a graça de Deus e a perdoar-nos uns aos outros", concluiu.
Fonte: https://www.vaticannews.va/pt
Nenhum comentário:
Postar um comentário