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sábado, 9 de setembro de 2023

Questões mundiais emergentes no início do Terceiro Milênio (1/5)

G20 - Bandeiras (Vecteezy)

Arquivo 30Dias – 09/2001

Questões mundiais emergentes no início do Terceiro Milênio

Um ensaio do presidente do IOR faz um balanço dos processos de globalização em curso e das consequências políticas e sociais. Longe da demagogia global-antiglobal.

por Ângelo Caloia

INTRODUÇÃO

Estes anos estão oferecendo aos nossos olhos personagens e comportamentos que não podem mais ser associados a experiências anteriores.

As dimensões temporais do passado e do futuro parecem anular-se mutuamente num presente eterno e abrangente. Se por um lado somos capazes de reconhecer a ausência ou o enfraquecimento dos elementos já vividos, por outro parece-nos difícil definir com precisão as características da era futura. Daí a grande ansiedade e a sensação de precariedade do próprio status.

A crescente integração econômica, o volume e a variedade de transações de capitais, bens e serviços (globalização real), favorecidos pela difusão cada vez mais rápida e generalizada da tecnologia, estão a acelerar a transição de uma fase de mercados ainda delimitados por fronteiras nacionais, mas bem comunicando-se entre si, ao dos mercados mundiais que operam sem as restrições das barreiras nacionais.

Este processo está a desgastar a soberania dos Estados nacionais, enquanto os operadores internacionais globais (empresas, bancos, instituições financeiras, etc.) e as tecnologias inovadoras estão gradualmente a tornar-se os principais intervenientes nas relações económicas, com consequências políticas evidentes. A sociedade mundial, que após a globalização se desenvolveu em muitas direções (não apenas na econômica), escapa e relativiza o Estado-nação, porque uma pluralidade, não ligada a um lugar, de esferas sociais, redes de comunicação, relações de mercado, formas de vida, envolve as fronteiras territoriais do Estado-nação. Surpreendidos e fascinados pela globalização, certos políticos invocam mercado, mercado e mais mercado sem se aperceberem que estão assim a tornar-se coveiros de si próprios, ou seja, a preparar “o fim da política”,

A DIMENSÃO FINANCEIRA

Existe o problema das operações financeiras que resultam na utilização do dinheiro apenas para ganhar outro dinheiro, sem contribuir para a economia real. Há a prevalência do bônus aos depositantes (receitas financeiras) que faz com que o operador real mais fraco (pequenas e médias empresas, áreas subdesenvolvidas), desprovido de fontes financeiras (mercado de ações, fornecimentos no exterior) alternativas ao crédito. Sem falar na comunidade mundial, onde a dinâmica das taxas de juro (mais elevadas para situações de maior risco) canaliza recursos em direções exatamente opostas às de maior necessidade (zonas fracas, pequenas empresas, países pobres) e acentua os problemas da dívida externa. Os fluxos de capital, em vez de serem impulsionados por motivações reais de investimento, vão, na maioria das vezes, estes excessos de financeirização têm certas consequências no crescimento real e implicações éticas muito claras. Por outras palavras, a globalização financeira revela-se uma faca de dois gumes: oferece aberturas indubitáveis ​​(investimentos diretos estrangeiros, contribuições tecnológicas, desenvolvimentos comerciais), mas também envolve riscos fortes, especialmente na ausência de recursos sólidos, transparentes e bem-sucedidos. mercados financeiros controlados.

Afinal, a economia e os mercados não são fenômenos da natureza, mas sim produtos moldados por regras, instituições e políticas. Daqui resulta que o bom funcionamento da economia global deve ser considerado mais importante do que a liberdade excessiva de algumas centenas de operadores (financeiros) internacionais qualificados. Enquanto se espera por um governo global da moeda (há demasiada liquidez em todo o mundo!), é necessário colocar os mercados financeiros mundiais sob proteção internacional (através do FMI ou de outra instituição supranacional), garantindo solidariamente os recursos necessários para lidar com a especulação.

http://www.30giorni.it/

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF