Tudo deverá ser feito em clima
de sigilo, respeitando a dignidade e a privacidade do outro.
Padre Cesar Augusto, SJ – Vatican News
O que é
perdoar e como perdoar?
Neste
domingo, o Evangelho nos propõe uma reflexão sobre o ato de perdoar, do perdão.
A primeira
atitude do cristão é ir em direção ao pecador e tratá-lo como irmão, com
respeito e atenção.
O falar mal
e pelas costas, nada adianta, piorará a situação quando o faltoso souber que
seu erro foi tema de conversas de outras pessoas. Ele é o mais interessado e
não outros. Se ele não sabe e é deixado alheio do que se fala dele, isso se
chama, em bom português, fofoca. É uma atitude mundana e nada cristã.
Por outro
lado, quem vai falar com o faltoso, deverá ir na qualidade de quem já perdoou a
falta cometida, colocando-se na posição de irmão, jamais de juiz.
Muitas
pessoas, com determinação, possuem o costume de dizer a verdade, doe a quem
doer. Tudo bem! Contudo, nos casos em que a verdade, ao ser dita, poderá
provocar rancores e ódios, ela não deverá ser falada. Nem tudo deve ser dito,
mas apenas aquilo que gera vida e não morte.
Tudo deverá
ser feito em clima de sigilo, respeitando a dignidade e a privacidade do outro.
Se por
acaso o faltoso não ouvir o irmão que o procurou com caridade, este deverá se
cercar de mais outros dois irmãos semelhantes no respeito e na busca da
salvação do faltoso. Procurar o mesmo e entabular uma conversa fraterna.
Nesse
momento, onde o faltoso está sozinho de um lado, tendo à frente três outras
pessoas que comentam sua má ação, o transgressor jamais poderá ser
colocado contra a parede e sentir-se acuado. Se isso acontecer, não será a
conversa proposta por Jesus no Evangelho, mas exatamente o que jamais deveria
estar acontecendo entre irmãos. O objetivo do papo é a recuperação do
transgressor e não sua humilhação e condenação.
Por último
chegamos ao terceiro passo da proposta do Senhor. Se nem com a admoestação de
mais dois irmãos, o que cometeu um delito não se arrepende e não se propõe a
não mais cometer tal falta, a Igreja, ou seja, a Comunidade dos cristãos deverá
anunciar que a postura daquela pessoa não corresponde à Boa Nova pregada por
ela, que aquele homem não pode ser tomado como um dos seus, posto que sua
atitude é exatamente contrária aos princípios cristãos.
Por
exemplo, poderá ser tido como membro da Igreja aquele homem que propaga idéias
racistas, discriminação, violência e o abuso econômico? A Igreja terá o direito
e o dever de tornar público seu absoluto desacordo com aquela pessoa.
Situando-nos
no versículo 9 do cap. 33 de Ezequiel, 1ª leitura da liturgia de hoje:
“Todavia, se depois de receber tua advertência para mudar de proceder, nada
fizer, o faltoso perecerá devido a seu pecado, enquanto tu salvarás a vida”.
Ao sermos responsáveis pela vida dos outros, em favor da justiça, agindo com misericórdia, é que ganhamos a nossa!
Fonte: https://www.vaticannews.va/pt
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