30 de agosto de 2023
"Os empresários são um motor de riqueza e de
prosperidade", disse o papa Francisco numa mensagem enviada aos
empresários franceses reunidos nos dias 28 e 29 de agosto no hipódromo de
Longchamp, Paris, cujo texto foi lido na segunda-feira (28) por dom Matthieu
Rouge, bispo de Nanterre.
“Quando penso em empresários, a primeira palavra
que me vem à mente é bem comum”, disse o papa.
“Hoje é impossível imaginar qualquer melhoria do
Bem Comum, isto é, da vida econômica e social, da justiça, das condições de
vida dos mais pobres, sem considerar os empresários como agente do
desenvolvimento e do bem-estar. Vocês são um motor essencial da riqueza, da
prosperidade e do bem-estar público”, disse o papa Francisco na mensagem.
O papa
disse que não é um período fácil para ninguém, e “o mundo empresarial também
sofre, às vezes muito, por vários motivos, sem esquecer esta guerra absurda e,
antes dela, os anos muito difíceis da pandemia”.
Os
empresários “sofrem muito quando a empresa vai à falência e tem de fechar.
Pouco se fala na mídia sobre as dificuldades e dores dos empresários”.
“O livro de
Jó ensina-nos que a desgraça não é sinônimo de culpa, porque atinge também os
justos, e que o sucesso não é diretamente sinônimo de virtude e de bondade”,
disse o papa. “O infortúnio afeta a todos, tanto os bons quanto os maus”.
A Bíblia fala sobre dinheiro e
comércio
“A Igreja
compreende o sofrimento do bom empresário, compreende o seu sofrimento. Ela os
acolhe, os acompanha, agradece. Desde o início, a Igreja acolheu também os
comerciantes, precursores dos empresários modernos.
“Na Bíblia
e nos Evangelhos é recorrente a questão do dinheiro, do comércio, e entre as
mais belas histórias da história da salvação, há também histórias que falam de
economia: de dracmas, de talentos, de proprietários de terras, administradores,
pérolas preciosas", disse o papa.
Francisco
disse: “No Evangelho de Lucas, o pai do filho pródigo aparece-nos como um homem
rico, talvez um proprietário de terras. Da mesma forma, o Bom Samaritano
poderia ter sido um comerciante; Ele parou ao lado do ferido, atendeu-o e
depois o confiou a um estalajadeiro, pagando-lhe dois denários.”
Participar do bem comum
O papa
Francisco disse que “hoje, uma forma cada vez mais importante de participar no
bem comum é criar empregos, empregos para todos, especialmente para os jovens;
confiem nos jovens: eles precisam de vocês e vocês precisam deles”.
“Cada novo
emprego criado é uma riqueza partilhada”, continuou o papa Francisco, “que não
acaba nos bancos produzindo juros financeiros, mas que é investida para que
novas pessoas possam trabalhar e viver a sua vida de forma mais digna. O
trabalho é legitimamente importante. Porque se é verdade que o trabalho
enobrece o homem, é ainda mais verdade que é o homem quem enobrece o trabalho.
Somos nós, e não as máquinas, o verdadeiro valor do trabalho”.
São José e Jesus
O papa disse
que os empresários também são trabalhadores. Vivem do trabalho, vivem do
trabalhando e continuam sendo empreendedores enquanto trabalham.
Francisco concluiu falando de são José e da “vocação do bom empresário” como “bom pastor” do Evangelho. “Vocês se tornaram empreendedores porque um dia ficaram fascinados pelo perfume da empresa, pela alegria de tocar seus produtos com as mãos, pela satisfação de ver que seus serviços são úteis: nunca se esqueçam disso, foi assim que nasceu sua vocação. E nisto vocês se assemelham a José, a Jesus que passou parte de sua vida trabalhando como artesão: ‘o Verbo se fez carpinteiro’. Ele conhecia o cheiro da madeira”.
Fonte: https://www.acidigital.com/
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