Francisco presidiu a celebração
eucarística de conclusão do Sínodo dos Bispos no Vaticano e exortou cardeais,
bispos, sacerdotes, religiosos e leigos a crescer na adoração a Deus e no
serviço ao próximo: "é aqui que está o coração de tudo" para fazer
"a Igreja que somos chamados a sonhar: uma Igreja serva de todos, serva
dos últimos. Uma Igreja que acolhe, serve, ama. Uma Igreja com as portas
abertas, que seja porto de misericórdia".
Andressa
Collet - Vatican News
Uma
Basílica de São Pedro com cerca de 5 mil fiéis neste domingo (29) para rezar
junto o Papa Francisco, que presidiu a missa de conclusão do Sínodo dos Bispos.
A homilia foi especialmente dirigida aos cardeais, bispos, sacerdotes,
religiosos e leigos que, durante um mês, se viram empenhados na Sala Paulo VI,
no Vaticano, para a XVI Assembleia Geral Ordinária. O pedido do Pontífice,
segundo a reflexão do Evangelho do dia (Mt 22, 36) sobre "o princípio
inspirador de tudo", foi de "crescer na adoração a Deus e no serviço
do próximo".
De fato,
quando nos interrogamos sobre «Qual é o maior mandamento?» (Mt 22, 36),
explica o Papa, a resposta de Jesus é clara: «Amarás ao Senhor, teu Deus,
com todo o teu coração, com toda a tua alma e com toda a tua mente. Este é o
maior e o primeiro mandamento. O segundo é semelhante: Amarás ao teu próximo
como a ti mesmo» (Mt 22, 37-39). Com a conclusão do Sínodo, "é importante
fixar o «princípio e fundamento», do qual uma vez e outra tudo começa: amar a
Deus com toda a vida e amar o próximo como a si mesmo". Mas, questiona o
próprio Papa, como traduzir tal impulso de amor? Francisco propõe
"dois verbos, dois movimentos do coração": adorar e servir.
A adoração é essencial na Igreja
A adoração
"é a primeira resposta que podemos oferecer ao amor gratuito" de Deus
e, infelizmente, neste momento, disse o Papa, "perdemos o hábito da
adoração": "esta maravilha própria da adoração é essencial na
Igreja".
“Que esta seja uma atividade
central para nós, pastores: dediquemos diariamente um tempo à intimidade com
Jesus, Bom Pastor, diante do sacrário. Adorar. Que a Igreja seja adoradora!
Adore-se o Senhor em cada diocese, em cada paróquia, em cada comunidade! Porque
só assim nos voltaremos para Jesus, e não para nós mesmos.”
Mas, alerta
Francisco, na Sagrada Escritura, o amor ao Senhor aparece frequentemente
associado à luta contra toda a idolatria, porque os ídolos são obra do homem:
"quem adora a Deus rejeita os ídolos, pois, enquanto Deus liberta, os
ídolos tornam-nos escravos".
Servir
O segundo verbo proposto pelo Papa é o servir, como acontece no mandamento
maior, já que "Cristo liga Deus e o próximo, para que não apareçam jamais
separados. Não existe uma experiência religiosa que seja surda ao grito do
mundo, uma verdadeira experiência religiosa. Não há amor a Deus sem
envolvimento no cuidado do próximo". Assim, a reforma da Igreja deve ser
conduzida através da adoração e do serviço:
"Adorar
a Deus e amar os irmãos com o seu amor, esta é a grande e perene reforma. Ser
Igreja adoradora e Igreja do serviço, que lava os pés à humanidade ferida,
acompanha o caminho dos frágeis, dos débeis e dos descartados, sai com ternura
ao encontro dos mais pobres. [...] Irmãos e irmãs, penso naqueles que são
vítimas das atrocidades da guerra; nas tribulações dos migrantes, no sofrimento
escondido de quem se encontra sozinho e em condições de pobreza; em quem é
esmagado pelos fardos da vida; em quem já não tem mais lágrimas, em quem não
tem voz."
Assim, com
a conclusão da Assembleia Sinodal, nesta «conversação do Espírito», disse o
Papa, a experiência foi rica da "terna presença do Senhor",
da "beleza da fraternidade", sempre "à escuta do Espírito.
Hoje não vemos o fruto completo deste processo", comentou ainda o
Pontífice, mas o Senhor deverá guiar e ajudar todos "a ser Igreja mais
sinodal e missionária, que adora a Deus e serve as mulheres e os homens do
nosso tempo, saindo para levar a todos a alegria consoladora do
Evangelho":
“Esta é a Igreja que somos chamados a sonhar: uma Igreja serva de todos, serva dos últimos. Uma Igreja que acolhe, serve, ama, sem nunca exigir antes um atestado de «boa conduta». Uma Igreja com as portas abertas, que seja porto de misericórdia.”
Confira a íntegrada celebração de conclusão do Sínodo:
Fonte: https://www.vaticannews.va/pt
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