Não existe outra forma para amar
e reverenciar o Senhor do que amar e servir seus filhos queridos, criados à sua
própria imagem e semelhança.
Padre Cesar
Augusto, SJ – Vatican News
A primeira
leitura deste domingo, tirada do livro do Êxodo, nos anuncia o relacionamento
fraterno que deverá reinar entre os homens, fruto da justiça e do amor.
Nas
sociedades vizinhas a Israel e, também nas nossas, o pequeno, o derrotado, o
fraco, o empobrecido, os sem oportunidades são embrutecidos pelos poderosos,
pelos ricos, pelos vitoriosos, pelos que tiveram tudo isso. Deus diz a Israel e
também a nós, que nosso modo de proceder em relação ao pequeno não deverá ser
assim, pelo contrário. O empobrecido deverá ser ocasião de nossa demonstração
de amor a Deus e de abertura para os ditames de seu coração.
No
Evangelho de Mateus, mas em um capítulo anterior ao que a liturgia de hoje nos
propõe, Jesus repete de forma positiva o que o rabino Hilel ensinou: “O que não
te agrada, não o farás a teu próximo! Esta é toda a lei: o restante é
comentário”. Jesus disse: “Tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei-o
também vós a eles: nisto estão toda a Lei e os Profetas”.
A passagem
escolhida para hoje fala que o maior mandamento da Lei é amar o Senhor de todo
o coração e com toda alma e todo entendimento e o segundo é amar o próximo como
a si mesmo. Na verdade esse mandamento é um só. Amar a Deus sobre todas as
coisas é mais do que reservar um tempo para atividades piedosas de oração, é
amar com toda intensidade seus filhos, é venerá-lo em cada ser humano,
especialmente nos mais pequenos. Ele disse que aquilo que fizermos ao menor de
seus irmãos, será a Ele que estamos fazendo.
Portanto
não existe outra forma para amar e reverenciar o Senhor do que amar e servir
seus filhos queridos, criados à sua própria imagem e semelhança.
E aí vem a
questão dos desafortunados pela sorte. Jesus se fez homem pobre, sofredor,
humilhado e, também em seus discursos, se assemelhou a eles. Na celebração do
amor, na última ceia, fez o papel de escravo, lavando os pés de seus
discípulos.
Morreu em
um suplício abominável, humilhado e nu, no meio de dois bandidos, como
malfeitor.
O Senhor,
quando foi tentado no deserto, rejeitou Satanás com suas pompas e suas obras.
Que nosso
batismo seja recordado em cada momento de nossa vida, ao abandonarmos os falsos
deuses do egocentrismo, do poder e da soberba, ao assumirmos o serviço de Deus
único e verdadeiro no relacionamento fraterno, que nos foi proposto desde o
Antigo Testamento.
Adorar e servir o Senhor é amar e servir o próximo!
Fonte: https://www.vaticannews.va/pt
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