“A minh’alma tem sede de vós e
vos deseja, ó Senhor” (Sl 62/63). A Palavra de Deus e a Eucaristia nos
sustentam e nos dão forças ao longo da semana de trabalho e de estudo.
Cardeal
Orani João Tempesta, O. Cist. Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do
Rio de Janeiro, RJ
Irmãos e
Irmãs, celebramos neste Domingo o trigésimo segundo deste Tempo Comum, dentro
de duas semanas encerraremos o tempo comum e consequentemente o ano litúrgico.
Os dias têm passado muito rápido, o tempo é curto, fazemos muitas coisas ao
longo do dia e dentre essas tantas coisas que fazemos não podemos nos esquecer
de Deus. Temos que reservar um tempo ao longo do dia para as nossas orações
pessoais e, sobretudo, aos Domingos reservar um horário para participar, de
modo completo e piedoso, da celebração da Santa Missa, a nossa Páscoa semanal.
A Palavra
de Deus e a Eucaristia nos sustentam e nos dão forças ao longo da semana de
trabalho e de estudo. A Igreja nos propõe o ano litúrgico ao longo do ano para
acompanharmos os passos de Jesus desde o início de sua vida pública até a morte
e ressurreição. Além disso, acompanhamos o projeto salvífico de Deus para toda
a humanidade e para cada um de nós.
Meus
irmãos, nos últimos Domingos do Tempo Comum a liturgia tem um caráter
apocalíptico, ou seja, nos alertando sobre o fim do tempo. Nada que deve nos
preocupar nesse exato momento, mas sim, a liturgia nesses domingos nos ensina a
estarmos preparados para o dia do nosso encontro com o Senhor Ressuscitado.
Jesus fala no Evangelho sobre o Reino dos Céus, que deve ser a meta de todos
nós, vivenciar o reino de Deus aqui na terra para contemplá-lo de maneira plena
no céu.
Aguardemos
ansiosamente a segunda vinda do Senhor, conforme dizemos na liturgia, na parte
do rito da comunhão: “enquanto vivendo a esperança, aguardemos a vinda do
Cristo Salvador”. Estamos prestes de celebrar o Natal do Senhor,
recordamos o nascimento de Jesus há mais de dois mil anos e aguardamos a sua
segunda vinda e o seu novo nascimento no presépio de nosso coração.
A primeira
leitura da missa desse Domingo é do livro da Sabedoria (Sb
6,12-16), esse trecho da leitura fala justamente sobre a Sabedoria e
como podemos encontrá-la. A verdadeira sabedoria vem de Deus e é o próprio
Deus, devemos ir em busca dessa sabedoria que vem de Deus e não de outras que
existem por aí. A resposta para as nossas dúvidas devemos buscar em Deus na
Palavra de Deus. A Sabedoria que vem da Palavra de Deus nos dá respostas
para as nossas dúvidas e nos ajuda a tomar a melhor decisão. Se buscarmos
respostas em outras fontes não acharemos o caminho certo. Busquemos sempre a
sabedoria de Deus.
O salmo
responsorial é o 62 (63), que traz o seguinte refrão: “A
minh’alma tem sede de vós e vos deseja, ó Senhor”, devemos desejar
sempre estar perto de Deus e buscá-lo constantemente. A primeira coisa que
devemos fazer ao acordar é agradecer a Deus por mais um dia de vida, e antes de
deitar à noite rezar a Deus agradecendo aquele dia e pedindo a Deus uma noite
tranquila. Sobretudo devemos rezar em família, pois família que reza unida
permanece unida.
A segunda
leitura desse Domingo é da carta de São Paulo aos Tessalonicenses (1Ts 4,13-18)
Paulo faz um alerta à comunidade de Tessalônica e para cada um de nós, hoje
sobre o dia da “Parusia”, ou seja, o dia do retorno de nosso Senhor Jesus
Cristo, conforme rezamos em todas as missas aguardando a sua segunda vinda. No
dia da ressurreição final aqueles que morreram aparecerão com seus corpos
gloriosos junto com Cristo e em seguida aqueles que aqui ficaram serão
arrebatados e serão julgados de acordo com a sua conduta aqui na terra. Aqueles
que praticaram o bem irão para a glória eterna e aqueles que praticaram a
injustiça ficarão de fora do paraíso. Aqueles que na vida terrena praticaram o
bem estarão sempre com o Senhor. Por isso, devemos exortar uns aos outros a
praticar sempre o bem.
São Paulo
usa ainda essas palavras à comunidade de Tessalônica, pois, tanto ele como os
membros da comunidade acreditavam que a segunda vinda de Cristo se daria de
forma eminente, ou seja, seria logo, mas, não sabemos quando será o dia e a
hora, temos que estar preparados.
O Evangelho
desse Domingo é de Mateus (Mt 25, 1-13), conforme já dissemos
acima, a liturgia nesses últimos domingos do tempo comum tem um caráter
apocalíptico, escatológico, e retrata sobre o que irá acontecer no fim dos
tempos, ou seja, na segunda vinda de Cristo Nosso Senhor.
Há alguns
domingos Jesus vem falando sobre o Reino dos Céus e que cada um de nós deve
fazer o esforço para buscá-lo. Somos convidados a viver a realidade do “já” e
“ainda não”, ou seja, edificar o Reino de Deus aqui na terra para contemplá-lo
de maneira plena no céu. O Reino de Deus é paz, amor, justiça, bondade e
misericórdia, se buscarmos viver tudo isso na terra, viveremos essa justiça
eterna no céu.
Jesus,
nesse Evangelho, conta a parábola das virgens previdentes e das imprevidentes,
cada um de nós tem que ser como as virgens previdentes, ou seja, estar
preparados para o encontro com o Senhor. Estejamos com óleos suficientes em
nossas lâmpadas para podermos estar de pé diante do Senhor.
Temos que
ir acumulando óleo ao longo da nossa vida, ou seja, se formos justos,
misericordiosos, se perdoarmos ou amarmos o nosso próximo teremos óleo
suficiente para irmos ao encontro do Senhor. Agora, se não praticamos a
justiça, a caridade, o amor ao próximo e não somos misericordiosos com quem nos
ofende, não teremos óleo suficiente para irmos ao encontro com o Senhor.
Jesus nos faz o alerta orai e vigiai, procuremos praticar sempre o bem ao longo da nossa vida para que possamos ser merecedores da vida eterna. Celebremos com alegria e esperança esse trigésimo segundo Domingo do Tempo Comum, e tenhamos sempre as nossas lâmpadas acesas para irmos ao encontro do Senhor.
Fonte: https://www.vaticannews.va/pt
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