UMA IGREJA SINODAL NO LIMIAR DA MUDANÇA DOS TEMPOS
Dom Romualdo Matias Kujawski
Bispo Emérito de Porto Nacional (TO)
Podemos nos perguntar: como batizados, somos
sinal da Igreja de Cristo para os outros?
Penso que esta inquietude leva o Papa
Francisco a buscar, através da escuta, o que pensamos sobre a Igreja, nós
mesmos, as estruturas eclesiais e nossa consciência missionária.
Há alguns dias atrás, encerrou-se a XVI
Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos, iniciada no dia 04 de outubro de 2023,
em Roma. O tema discutido desde a convocação do referido Sínodo é: “Por
uma Igreja Sinodal: Comunhão, Participação e Missão.”
“Sinodalidade” é o esforço coletivo e a busca contínua de
aprendermos a “caminhar juntos” como irmãos. É um jeito de ser
Igreja, pelo qual cada pessoa é importante, tem voz, é ouvida, capacitada e
envolvida na realização da missão. O Papa Francisco, ao encerrar a sessão do
Sínodo, sintetiza a sinodalidade: “adorar a Deus e servir ao próximo,
como o coração de tudo.” No sentido antropológico, devemos enxergar a
Igreja como Porta da Misericórdia Divina, que deve estar sempre aberta a todos.
A chave do diálogo, para os dias de hoje, deve ser a Misericórdia Divina e não
a Lei.
Os membros do Sínodo partilharam vários
assuntos, com a preocupação de como sermos Igreja hoje e como deve ser o
diálogo com o mundo. Caros irmãos, a referência continua sendo antropológica:
Deus nos convida à salvação e, nos tempos pós-modernos, nossa resposta não pode
ser outra a não ser o nosso “sim”.
Somos convidados a enxergar a nossa estrutura
eclesiológica a partir de Cristo, no sentido da fé, do culto, da vida moral e
da oração. Precisamos refletir a Palavra de Deus e fazer com que Ela se torne
também a nossa. É impossível amar aquilo que não se conhece! Precisamos
conhecer mais nossa própria identidade de cristãos e vivenciar nossa
responsável e consciente pertença à Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo: Una,
Santa, Católica, Apostólica e Romana.
Neste caminho não deveríamos seguir o exemplo
de Nossa Senhora, permanecendo à sombra do Espírito Santo, permitindo que Ele
mesmo nos conduza?
Animus Sancte Spiritus.
Com a minha benção!
Fonte: https://www.cnbb.org.br/
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