Por Vanderlei de Lima - publicado em 12/03/23
Os santos,
sem exceção, seguiram estes ensinamentos a respeito do sublime valor da oração:
Dentre
as diversas definições de oração, uma muito precisa é a de São João Damasceno
(† 749), Padre da Igreja grega, citada no Catecismo da Igreja Católica n.
2259, que diz: “A oração é a elevação da alma a Deus ou o pedido a Deus dos
bens convenientes”.
Todos
os seres criados, cada um a seu modo, louvam a Deus ou Lhe dão glória. Os
minerais, os vegetais e os animais irracionais pelo fato de serem frutos da
sabedoria divina proclamam a grandeza do Criador pela simples razão de
existirem. Já os seres humanos espelham a grandeza de Deus de maneira
consciente e explícita (ajoelham-se, falam, cantam etc.).
Essas
razões de louvores presentes, naturalmente, nos homens e mulheres em geral
devem estar muito mais impregnadas nos cristãos, pois pelo Batismo nos tornamos
filhos de Deus por Jesus Cristo, na Igreja, e por isso nos dirigimos,
filialmente, ao Senhor como a um pai amoroso (cf. Gl 4,4-6; Rm 8,15).
Dirigimo-nos
para pedir a Deus a força, que só a oração pode dar, de sermos bons cristãos.
Afinal, sem Deus nada podemos fazer (cf. Jo 15,5), pois nossa força vem d’Ele
(cf. 2Cor 3,5) e é n’Ele que está o nosso querer e agir, ou seja, a nossa vida
(cf. Fl 2,13), uma vez que com Ele tudo podemos (cf. Fl 4,14).
Os
santos, sem exceção, seguiram esses ensinamentos a respeito do sublime valor da
oração. Santo Afonso Maria de Ligório (†1787), fundador da Congregação do
Santíssimo Redentor, os Redentoristas, por exemplo, ensina: “Todos os santos se
santificaram por meio da oração; todos os condenados se perderam por não terem
rezado; se o tivessem feito, com persistência, ter-se-iam salvado”.
Toda
oração deve ser feita em Cristo que vive em nós (cf. Gl 2,20) e na Igreja,
Corpo Místico do mesmo Cristo prolongado na história (cf. Cl 1,24; 1Cor
12,12-21), a quem o cristão deve estar unido. Aquele que não pensa e não sente
com a Mãe Igreja vai aos poucos se afastando de Deus para buscar sua salvação
em cisternas furadas que não podem conter água (cf. Jr 2,13). Aqui importa
notar que o fiel que se põe a rezar deve ter por meta as quatro atitudes abaixo
elencadas.
1)
Adoração que é o reconhecimento da absoluta soberania de Deus. Rezamos e
adoramos porque Deus é Deus e merece o nosso reconhecimento, independentemente
de tudo o mais. Essa adoração pode se dar por palavras, gestos (ajoelhar-se,
prostrar-se por terra, erguer as mãos etc.) ou simplesmente no profundo
silêncio interior.
2)
Ação de graças é o agradecimento da criatura ao Criador pelos benefícios
recebidos. É importante notar que não devemos agradecer somente as coisas que
julgamos boas, mas, ao contrário, precisamos aprender a dar graças também pelas
cruzes que nos vêm. Na vida, tudo concorre para o bem dos que amam o Senhor
(cf. Rm 8,28).
3)
Expiação é o pedido de perdão pelos nossos pecados e a reparação pelos pecados
do mundo. Todos somos pecadores e precisamos da misericórdia do Pai. Aqui entra
uma constatação importante: um(a) santo(a) não é alguém sem pecados, mas, sim,
aquele(a) que se reconhece pecador(a) e sinceramente se arrepende.
4)
Súplica é a apresentação das nossas necessidades espirituais e materiais ao
Senhor enquanto somos peregrinos nesta terra. É lícito pedir coisas legítimas
ao Senhor sempre sob a indiscutível condição de que seja feita a vontade d’Ele
e não a nossa (cf. Mt 26,39), pois Deus nem sempre dá o que pedimos, mas, sim,
o que nós mais precisamos naquele momento.
Como
se vê as quatro formas de rezar se resumem a duas como no Pai-Nosso: primeiro,
olhar para o Pai com gratidão e, segundo, voltar-se para as nossas misérias
suplicando Sua poderosa ajuda.
Eis
um importante meio para se santificar: a oração diária e constante.
Para aprofundamento: Catecismo da Igreja Católica n. 2558-2865.
Fonte: https://pt.aleteia.org/
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