Por Reportagem local - publicado em 21/06/17
A menina
abrigada na casa do pai; o filho da viúva fora de casa, mas ainda não no
sepulcro; e Lázaro já sepultado.
Santo
Agostinho, em seu Sermão 98, nos oferece uma fascinante reflexão sobre os três
mortos que Jesus ressuscitou de modo visível e os três tipos de pecadores que
eles podem representar:
___
No
Evangelho (São Lucas 7, 11-17) encontramos três mortos ressuscitados pelo
Senhor de forma visível e milhares de forma invisível.
A
filha do chefe da sinagoga, o filho da viúva de Naim e Lázaro são símbolo dos
três tipos de pecadores ainda hoje ressuscitados pelo Senhor. A menina ainda
estava em casa de seu pai; o filho da viúva não estava mais na casa da mãe, mas
ainda não estava no túmulo; e Lázaro já estava sepultado.
Assim,
há pessoas com o pecado dentro do coração, mas que ainda não o cometeram. Tendo
consentido no pecado, ele habita na sua alma como um morto, mas que não saiu
ainda porta afora. Ora, acontece com frequência aos homens esta experiência
interior: depois de terem escutado a palavra de Deus, parece-lhes que o Senhor
lhes diz: “Levanta-te!“. E, condenando o consentimento que haviam antes
dado ao mal, retomam fôlego para viver na salvação e na justiça.
Outros,
após aquele consentimento, partem para os atos, transportando assim o morto que
traziam escondido no fundo do coração para expô-lo diante de todos. Deveremos
deixar de ter esperança a seu respeito? Acaso não disse o Salvador ao jovem de
Naim: “Eu te ordeno: Levanta-te!“? Acaso não o devolveu à mãe? O mesmo
acontece a quem agiu desse modo: tocado e comovido pela Palavra da Verdade,
ressuscita pela voz de Cristo e volta à vida. É verdade que ele havia dado mais
um passo na via do pecado, mas não pereceu para sempre.
Já
os que se embrenham nos maus hábitos a ponto de perderem a noção do próprio mal
que cometem, esses procuram defender os seus maus atos e se enraivecem quando
alguém os censura. A esses, esmagados pelo peso do hábito de pecar, albergam as
mortalhas e os túmulos e cada pedra colocada sobre o seu sepulcro não é mais do
que a força tirânica desse mau uso que lhes oprime a alma e não lhes permite
nem levantar-se nem respirar.
Por
isso, irmãos caríssimos, façamos de tal modo que quem vive viva e quem está
morto volte à vida e faça penitência. Os que vivem conservem a vida e os que
estão mortos apressem-se a ressuscitar.
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Santo Agostinho, Sermão 98
Fonte: https://pt.aleteia.org/
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