Na Audiência Geral desta
quarta-feira (06/11), Francisco reafirmou que se sente "muito
melhor", mas que sente dificuldades "quando fala demais". A
reflexão, pronunciada por mons. Ciampanelli, foi dedicada à quarta dimensão do
zelo apostólico: o Espírito Santo, protagonista do anúncio do Evangelho.
Thulio
Fonseca - Vatican News
Francisco
entrou caminhando na Sala Paulo VI enquanto os milhares de fiéis e peregrinos o
saudavam. Ainda um pouco ofegante, o Papa deu início à Audiência Geral desta
quarta-feira, 6 de dezembro, fazendo o sinal da cruz.
“Irmãs e
irmãos, bom dia, bem-vindos a todos. Também hoje pedi ao monsenhor Ciampanelli
para ler porque ainda estou com dificuldade. Estou muito melhor, mas tenho
dificuldades se falo demais. É por isso que ele vai ler.”, foram as palavras
introdutórias do Santo Padre, em seguida, Monsenhor Filippo Ciampanelli,
colaborador da Secretaria de Estado, proferiu a catequese sobre a quarta
dimensão do zelo apostólico, “o anúncio é movido pelo Espírito Santo”:
“Nas
catequeses anteriores, vimos que o anúncio do Evangelho é alegria, é para todos
e deve ser dirigido ao hoje. Descubramos agora uma última característica
essencial: o anúncio deve realizar-se no Espírito Santo. Com efeito, para
'comunicar Deus' não bastam a alegre credibilidade do testemunho, a
universalidade do anúncio e a atualidade da mensagem. Sem o Espírito Santo todo
zelo é vão e falsamente apostólico: seria apenas nosso e não daria frutos”.
O Espírito
Santo protagonista
No texto, o
Papa recorda que, como escreveu na Evangelii gaudium, “Jesus é o primeiro e o
maior evangelizador”; que “em qualquer forma de evangelização, o primado é
sempre de Deus”, que “quis chamar-nos para cooperar com Ele e impelir-nos com a
força do seu Espírito”.
“O Espírito
é o protagonista, sempre precede os missionários e faz brotar os frutos. Essa
consciência nos consola muito! E ajuda-nos a esclarecer outra, igualmente
decisiva: isto é, que no seu zelo apostólico a Igreja não anuncia si mesma, mas
uma graça, um dom, e o Espírito Santo é precisamente o Dom de Deus”.
Segundo
Francisco, a primazia do Espírito não deve levar-nos à indolência:
“O Senhor não nos deixou
folhetos teológicos ou um manual de pastoral para aplicar, mas o Espírito Santo
que inspira a missão. E a desenvoltura corajosa que o Espírito infunde leva-nos
a imitar o seu estilo, que tem sempre duas características: a criatividade e a
simplicidade.”
Criatividade
pastoral
No texto
lido por mons. Ciampanelli, o Papa destaca que a criatividade é necessária para
anunciar Jesus com alegria, a todos e no hoje.
“A criatividade pastoral, o ser
ousados no Espírito, ardentes com o seu fogo missionário, é prova de fidelidade
a Ele. Sempre que procuramos voltar à fonte e recuperar o frescor original do
Evangelho, despontam novas estradas, métodos criativos, outras formas de
expressão, sinais mais eloquentes, palavras cheias de renovado significado para
o mundo atual.”
A
simplicidade evangelizadora
A segunda
característica que Francisco enfatiza é a simplicidade, “precisamente porque o
Espírito nos leva à fonte, ao primeiro anúncio, que deve ocupar o centro da
atividade evangelizadora e de toda a tentativa de renovação eclesial”.
“Irmãos e irmãs, deixemo-nos cativar pelo Espírito e invoquemo-lo todos os dias: seja Ele o princípio do nosso ser e do nosso agir; esteja no início de cada atividade, reunião, encontro e anúncio. Ele vivifica e rejuvenesce a Igreja: com Ele não devemos temer, porque Ele, que é a harmonia, mantém sempre juntas a criatividade e a simplicidade, inspira a comunhão e envia em missão, abre à diversidade e reconduz à unidade. Ele é a nossa força, o sopro do nosso anúncio, a fonte do zelo apostólico. Vinde, Espírito Santo!”
Fonte: https://www.vaticannews.va/pt
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