Na catequeses da Audiência Geral
desta quarta-feira, Francisco falou sobre "O combate espiritual".
"Todos somos tentados e temos de lutar para não cair nessas
tentações", disse o Papa, acrescentando que "Jesus nos acompanha.
Jesus nunca nos deixa sozinhos".
Mariangela
Jaguraba - Vatican News
"O
combate espiritual" foi o tema da segunda catequese do Papa Francisco, na
Audiência Geral, desta quarta-feira (03/01), no âmbito do ciclo de catequeses
sobre "Vícios e virtudes".
No encontro
semanal do Pontífice com os fiéis realizado, na Sala Paulo VI, no Vaticano,
Francisco disse que esse tema "recorda a luta espiritual do cristão".
A vida
espiritual do cristão não é pacífica
“Com efeito, a vida espiritual
do cristão não é pacífica, linear e isenta de desafios, mas, pelo contrário,
exige um combate contínuo. O combate cristão para conservar a fé e para
enriquecer o dom da fé em nós.”
Não é por
acaso que a primeira unção que todo cristão recebe no Sacramento do Batismo – a
unção catecumenal – não tem perfume e anuncia simbolicamente que a vida é uma
luta.
Segundo o
Papa, "nos tempos antigos, os lutadores eram completamente ungidos antes
da luta, tanto para tonificar os músculos quanto para fazer com que o corpo
escapasse das garras do oponente. A unção dos catecúmenos deixa imediatamente
claro que o cristão não é poupado da luta, que um cristão deve lutar".
Todos temos
de lutar para não cair nas tentações
A seguir,
Francisco recordou "um famoso ditado atribuído a Santo Antão, primeiro
grande pai do monaquismo, que diz o seguinte": "Suprime as tentações,
e ninguém será salvo". "Os santos não são homens que foram poupados à
tentação, mas sim pessoas bem conscientes de que as seduções do mal aparecem
repetidamente na vida, para serem desmascaradas e rejeitadas", disse o
Papa, acrescentando:
Todos nós
temos experiência disso, todos nós. Vem um pensamento ruim, um desejo de falar
mal do outro. Todos somos tentados e temos de lutar para não cair nessas
tentações. Se alguém de vocês não tem tentações que o diga porque seria algo
extraordinário. Todos nós somos tentados e todos nós temos de aprender como
prosseguir na vida nessas situações.
Ninguém
está "em ordem"
Segundo o
Papa, existem pessoas que, no entanto, se absolvem, que se consideram "em
ordem": "Sou uma pessoa boa, não tenho problema". "Mas,
nenhum de nós está em ordem e se alguém estiver em ordem, está sonhando. Cada
um de nós há muitas coisas para consertar e vigiar também. Todos somos
pecadores e um pouco de exame de consciência, de introversão nos
fará bem", disse Francisco.
O Pontífice
disse que "todos devemos pedir a Deus a graça de nos reconhecermos como
pobres pecadores, necessitados de conversão, mantendo no coração a confiança de
que nenhum pecado é demasiado grande para a infinita misericórdia de Deus Pai.
Essa é a lição inaugural que Jesus nos dá".
Jesus
acompanha todos nós pecadores
De acordo
com o Papa, Jesus é um Messias muito diferente de como João Batista "o
apresentou e como as pessoas o imaginavam: Ele não encarna o Deus irado e não
convoca para julgamento, mas, pelo contrário, faz fila com os pecadores. Jesus
acompanha todos nós pecadores. Ele não é pecador, mas está entre nós. Jesus
nunca nos deixa sozinhos. Jesus entende o nosso pecado, nos perdoa e nos
acompanha. Nos momentos mais difíceis, no momento em que escorregamos no
pecado, Jesus está junto de nós para nos levantar e isso nos consola".
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