"Que o rápido
desenvolvimento de formas de inteligência artificial não aumente as já
demasiadas desigualdades e injustiças presentes no mundo, mas contribua para
pôr fim às guerras e conflitos e para aliviar muitas formas de sofrimento que
afligem a família humana", é o apelo do Papa em sua Mensagem para o Dia
Mundial da Paz.
Vatican
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Paz é
a primeira palavra a ressoar no Ano Novo e na mensagem que o
Papa escreveu para 1º de janeiro de 2024, o 57º Dia Mundial da Paz.
Uma palavra e, ao mesmo tempo, um desejo para um mundo dilacerado por
conflitos, que Francisco confia indissoluvelmente à Virgem Maria, que é Mãe e
compartilha o sofrimento humano.
"Volte
seu olhar misericordioso para a família humana, que preferiu Caim a Abel,
interceda por nosso mundo em perigo e tumulto", rezou o Papa em 27 de
outubro de 2023 na Basílica do Vaticano, junto com os padres sinodais.
"Sozinhos, não podemos fazer nada", disse na ocasião, e isso é
demonstrado pelas notícias que ainda chegam da "amada" Síria e da
"martirizada" Ucrânia, da Terra Santa e da Armênia, do Sahel e do
resto do continente africano. Isso é demonstrado pela obstinação dos governos
que não encontram soluções, pelo comércio de armas, pela sede de poder, pela
brutalidade do terrorismo que faz vítimas em um silêncio e em uma aparente
incapacidade de reagir.
Súplica
pela paz
Mas a força
"mansa e santa" dos que creem para "se opor ao ódio da
guerra" é a oração e, por isso, Francisco convida todos a se voltarem
incansavelmente para a Rainha da Paz e para o "Filho de Deus, humilde
Criança". Ao longo do ano, ao rezar o Rosário, ao falar aos fiéis nas
Audiências Gerais e na recitação do Ângelus, nos encontros e tantas outras
atividades, o Papa pediu e continua pedindo ajuda para que, na "noite dos
conflitos, se abram lampejos de luz", para que Maria, "Terra do
céu", "possa trazer de volta ao mundo a harmonia de Deus":
"Mãe
de Deus e nossa, vimos até Vós, buscamos refúgio no vosso Coração Imaculado.
Imploramos misericórdia, Mãe da misericórdia; paz, Rainha da paz! Movei o
íntimo de quem está preso no ódio, convertei quem alimenta e excita conflitos.
Enxugai as lágrimas das crianças – nesta hora, choram tanto! –, assisti os
idosos que estão sozinhos, amparai os feridos e os doentes, protegei quem teve
de deixar a sua terra e os afetos mais queridos, consolai os desanimados,
despertai a esperança."
Tecnologia em prol da fraternidade humana
A paz não
pode ser alcançada se não refletirmos sobre o "sentido do limite",
enfatiza o Papa em sua Mensagem para o 57º Dia Mundial da Paz, na qual
adverte tanto contra o risco de que os "algoritmos" minem os
"valores essenciais da compaixão, da misericórdia e do perdão",
quanto contra os perigos do "uso bélico da inteligência artificial",
que exige uma formação adequada quanto ao uso das novas tecnologias.
"O
mundo", escreve o Papa em sua Mensagem, "não precisa realmente que as
novas tecnologias contribuam para o iníquo desenvolvimento do mercado e do
comércio das armas, promovendo a loucura da guerra. Ao fazê-lo, não só a
inteligência, mas também o próprio coração do homem, correrá o risco de se
tornar cada vez mais artificial. As aplicações técnicas mais avançadas não
devem ser utilizadas para facilitar a resolução violenta dos conflitos, mas
para pavimentar os caminhos da paz”.
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