Francisco recebeu, no Vaticano,
os membros da Cooperativa Unicoop de Florença e da Fundação "O coração se
dissolve" comprometidas em ajudar as pessoas socialmente frágeis. O Papa
agradeceu-lhes "pelo fazem na Itália e no exterior, em particular, em
apoio à martiriza Ucrânia".
Mariangela
Jaguraba - Vatican News
O Papa
Francisco recebeu em audiência, nesta sexta-feira (05/01), na Sala Paulo, no
Vaticano, os membros da Cooperativa UNICOOP de Florença e da Fundação “Il cuore
si scioglie” (O coração se dissolve).
Francisco
manifestou satisfação em recebê-los na vigília da Solenidade da Epifania que,
"como todo o Tempo do Natal, nos convida a celebrar o mistério da
Encarnação do Senhor: no Menino Jesus vemos como Deus se tornou próximo de nós
em nossa pobreza, indicando-a como o caminho privilegiado para
encontrá-lo".
Esse
contexto espiritual também é significativo para o seu compromisso, que há 50
anos, como Cooperativa, e há mais de dez, como Fundação, se dirige às pessoas
mais necessitadas, em várias áreas de serviço: da carência econômica à
necessidade de cultura, da solidão à necessidade de educação, usando, além dos
meios usuais de ajuda financeira e alimentar, muitas outras ferramentas, como
caminhadas, literatura, arte e música. Obrigado por isso.
O coração é
uma fonte de conhecimento
A Unicoop
de Florença nasceu para "salvaguardar os interesses dos consumidores, sua
saúde e segurança, também aumentando e melhorando sua informação e
educação". Para isso, em 2010, criou a Fundação "O coração se
dissolve", destinada a incentivar as pessoas a fazerem algo pelos outros.
"Poderíamos dizer, usando uma expressão bíblica, para incentivar a
formação de 'corações de carne' em vez de 'corações de pedra'", disse o
Papa, acrescentando:
Esta é uma
coisa muito bonita: o coração é uma fonte de conhecimento. Alguém me dirá:
"Mas, não, padre, nós conhecemos com a mente, com o intelecto". Isso,
por si só, é um conhecimento incompleto.
“Sem o coração, não há
conhecimento humano. Para conhecer, devemos conhecer com a mente, com o coração
e depois fazer com as mãos. Não se esqueçam das três linguagens: que a mente
esteja unida ao coração e às mãos; que o coração esteja unido às mãos, para
fazer, e à mente; e que as mãos estejam a serviço do coração e da mente. Não se
esqueçam disso em suas ações.”
Fazer algo
pelos outros
A seguir, o
Papa refletiu com as pessoas presentes sobre o valor desse caminho. "De
fato, ao considerar, desde o início, a tutela do consumidor acima de seu mero
aspecto comercial, vocês conseguiram compreender uma dimensão humana
fundamental: a de ajudar cada um a fazer algo pelos outros, ou seja, a viver a
caridade, o amor ativo", disse ele.
"Desse
modo, lembrem-se de que salvaguardar o bem da pessoa significa não apenas
cuidar de alguns de seus interesses setoriais, mas promover sua plena
realização e dignidade. E, nesse nível, o encontro entre aqueles que
têm mais possibilidades e aqueles que estão na pobreza, longe de se reduzir a
mera filantropia, é sempre uma oportunidade providencial de enriquecimento
recíproco", sublinhou Francisco.
Tocar a
pobreza, olhar e entender
A seguir, o
Papa disse: "Estar próximo das pessoas que ajudamos: estar próximo. Eu,
quando, nas confissões, às vezes pergunto às pessoas: “Mas, você dá esmola,
você ajuda?” – “Sim, sim” – “E me diga, quando você dá esmola, você olha nos
olhos da pessoa, toca na mão, ou joga o dinheiro ali e vai embora?”. Tocar,
tocar a pobreza, um coração que toca; olhar e entender. Não se
esqueçam disso", disse ainda o Papa.
Terrível o
que está acontecendo na Ucrânia
O Papa agradeceu-lhes "pelo fazem na Itália e no exterior; em particular, neste momento dramático, em apoio à martirizada Ucrânia: é terrível o que está acontecendo lá! Obrigado por sua colaboração com o Dicastério para o Serviço da Caridade, cujas atividades vocês apoiam há muito tempo". "Continuem visando, em seu trabalho, o desenvolvimento integral da pessoa, o crescimento comunitário na partilha de recursos e competências, a inclusão valorizando o que cada pessoa traz, para o bem de todos", concluiu.
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