Marcelo, de origem romana, era sacerdote, e assumiu
a Cátedra de Pedro em 308, após um período de quatro anos de “vicatio”, isto é,
sem Papa eleito. Neste
período, de duríssimas perseguições aos cristãos sob o imperador Dioclesiano e
depois Maxêncio, até os pagãos ficavam horrorizados com as
crueldades, e o edito mais favorável aos fiéis incluía, “por
especial doçura”, “somente a perda do olho direito e mutilação do pé esquerdo,
com trabalho forçado nas minas”.
Marcelo teve que lidar com a desordem na Igreja, agravada pela atuação de heréticos e dos
“lapsis”, ou renegados, cristãos que haviam publicamente
renunciado à Fé por causa das perseguições. Quanto a estes,
muitos bispos do Oriente queriam a sua excomunhão sumária, particularmente dos
que haviam sido do clero. Contudo, Marcelo, agindo de forma
prudente e clemente, ainda que severa, optou por recebê-los de novo na comunhão
da Igreja, após um período de penitência. Apesar das terríveis
condições, conseguiu ele reorganizar as 25 paróquias de Roma. E também definiu que nenhum concílio poderia ser convocado sem autorização
papal.
Preso por ordem de Maxêncio, São Marcelo foi
exilado e obrigado a trabalhar com os escravos no estábulo, em que fora transformada a sua própria igreja,
dos cavalos do exército imperial. Por consequência de maus
tratos, o Papa, mártir, faleceu em 16 de janeiro de 309.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho
Reflexão:
Contrastante é, ainda hoje, a
“especial doçura” que os governos mundanos e ateus reservam aos católicos (e
outros), em muitas partes do globo, e a “severidade” de Deus e da Igreja para
com os pecadores. É sempre inevitável a constatação de que, em nome de
“direitos humanos” fundados em filosofias que excluem a Trindade e Maria
Santíssima, seres humanos são tratados pior que cavalos, enquanto que as sábias
e salutares medidas punitivas da Igreja são quando muito impedimento de
recepção dos Sacramentos ou afastamento, por excomunhão ou outro tipo de
interdição, sempre com a possibilidade de retorno à comunhão eclesiástica após
um sincero arrependimento – medidas que impedem, por um lado, profanações de
fato inadmissíveis, e por outro lado clamam à consciência para que esta se
arrependa. “Suave é o Meu jugo”, diz o Senhor Jesus (cf. Mt 11,30); é preciso
lembrar disso quando as propagandas se voltam para a crítica infundada à Igreja
e à exaltação de administrações mundanas das sociedades.
Oração:
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