01
de janeiro
Nossa Senhora, Mãe de Jesus, foi especialmente
escolhida por Deus, desde a Eternidade, para tornar realidade a Encarnação de
Cristo, segundo o plano de
salvação da Humanidade que o Pai determinou, após o Pecado Original. Para
assumir esta divina maternidade, Maria foi concebida sem pecado,
pelo adiantamento dos méritos salvíficos da Paixão, Morte e Ascensão de Jesus.
Maria deveria conceber a pessoa humana do Cristo,
mas ao mesmo tempo permanecer virgem, pois, como é óbvio, nenhum homem poderia,
com Ela, gerar “naturalmente” Deus Encarnado: o ser humano não pode
“criar” Deus, ao contrário, é criado por Ele, à Sua imagem e semelhança, e
destinado a compartilhar infinitamente a vida íntima da Santíssima Trindade no
Paraíso Celeste, algo que Deus não ofereceu nem aos anjos (e é
exatamente por isso que a dignidade do ser humano é superior, sim, a de todas
as outras criaturas). É portanto milagrosa, através da ação do Espírito Santo,
a maternidade de Maria, que permaneceu sempre virgem, antes, durante e depois
do parto.
Esta Sua virgindade também é necessária, na ordem
da Graça, para que a Mãe de Jesus conservasse a pureza plena, igual à de Deus,
de corpo e de alma (embora, na
ordem natural, o sexo, no âmbito do legítimo matrimônio natural e católico, não
seja, de forma alguma, um “erro” ou “pecado”, ao contrário!, a união entre
homem e mulher, como explica São Paulo, é um grande e sublime mistério,
comparável à plena união de Cristo à Sua Igreja – cf. Ef 5,32).
São Lucas, no início do seu Evangelho, relata a
Anunciação feita à Maria, isto é, a aparição do arcanjo São Gabriel a Ela,
fazendo-Lhe a proposta de ser Mãe do Senhor. Este aspecto é fundamental: Deus não forçou Maria, mas
ofereceu-Lhe participar do Seu plano por meio da maternidade divina. E Ela,
livremente, disse o Seu sim: “Fiat”, faça-se, “Eis aqui a
escrava do Senhor, faça-se em Mim segundo a Sua palavra” (Lc 1,38).
Neste instante, Maria concebeu
Jesus no Seu ventre, tornando-Se deste modo o primeiro sacrário da História.
(Todos os batizados, comungando em estado de graça, também somos igualmente
sacrários vivos do Senhor… porém Nossa Senhora jamais deixou de tê-Lo na sua
alma e corpo, enquanto nós, pelo pecado, muitas vezes perdemos a graça deste
estado de união plena com Deus, ao qual devemos voltar pela Confissão).
Jesus veio a nós por Maria, e desta maneira Deus
pôde realizar a obra da nossa salvação. Também por Ela, como afirma a Igreja,
devemos ir a Cristo; como explica São Luís Maria
Grignon de Montfot (“Tratado da Verdadeira Devoção à Virgem Maria”, livro
obrigatório para quem quer de fato conhecer e crescer na Fé católica), é só por
Ela, e com toda a lógica, que podemos chegar a Deus, uma vez que Ela é o
caminho escolhido para intermediar a materialização entre Deus e o Homem. A devoção sincera a Maria é sinal de predestinação à salvação,
como afirmam vários santos; não deixemos de amar e cultivar uma cada vez maior
proximidade com a nossa Mãe, pois todas as graças que Deus nos quer dar passam,
obrigatoriamente, pelas Suas mãos.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho
Reflexão:
A infinita sabedoria e doçura de
Deus, que providencia com perfeição mesmo os menores detalhes, nos trazem este
caminho que é Maria na obra da salvação, tanto sob o aspecto sobrenatural, com
a Encarnação de Jesus por obra do Espírito Santo numa virgem, como sob o
aspecto natural, pois os filhos têm necessariamente pai e mãe. Ora, Deus Pai é
perfeito e infinitamente bom, mas também é temível em Sua majestade divina:
devemos a Ele amor mas também temor e reverência. Já a figura da mãe é
essencialmente afeto, e por isso, normalmente, qualquer criança sabe que, para
conseguir algo do pai, pede por intercessão da mãe, que dele tudo consegue com
paz e harmonia, incluindo o perdão e as necessidades… Deus quis que tivéssemos
também este especial carinho materno e insuperável intercessão. Ele mesmo quer
ser “vencido” pelos rogos de Maria, Sua Filha predileta, Sua esposa, e Sua Mãe…
como Filho, em Jesus, não pode negar a Ela nenhum pedido legítimo, e em
particular o perdão de qualquer pecado, por mais horrendo que seja. Nunca
deixemos de recorrer ao amor e carinho de nossa divina Mãe!
Oração:
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