O que temos feito como batizados
na fé católica?
“Tudo o que aconteceu com Cristo dá-nos a
conhecer que, depois da imersão na água, o Espírito Santo voa sobre nós do alto
do Céu e que, adotados pela Voz do Pai, nos tornamos filhos de Deus” S. Hilário
de Poitiers.
Antes de tudo, é necessário
compreendermos com profundidade qual é o verdadeiro sentido do Batismo…
Bem, primeiro, recordemos o
batismo de Jesus. Qual o significado do batismo de Jesus no Rio Jordão com João
Batista?
Não foi o Batismo sacramental
que Jesus recebeu, pois Ele não tinha o pecado original. João Batista foi o
escolhido pelo pai para preparar o caminho do Redentor, anunciar a Israel a
chegada do Messias. Ele é a “Voz que clama no deserto. Preparai o caminho do
Senhor, endireitai as veredas para Ele” (Mt 3,3). João deixou claro: “Eu vos
batizo com água… Ele vos batizará com o Espírito santo e com fogo” (Mt 3,11).
Por que, então, Jesus entrou na
fila dos pecadores?
Ensina a Igreja que foi para
“ser solidário com os pecadores”, e aceitar ser o “Servo de Javé”, que Jesus,
por Sua Paixão e morte de cruz, salvaria o Mundo, pagaria à Justiça Divina a
culpa de toda a humanidade.
Ali começou a vida pública de
Jesus; o Espírito Santo desce sobre Sua humanidade e o Pai confirma a
predileção por Seu Filho. É a Epifania de Jesus a Israel como o Seu messias.
Diz a Liturgia das Horas que ele
entrou nas águas do Jordão para “lavar todas as águas, até às fontes”, para a
purificação dos cristãos pelo Batismo.
Foi um gesto de obediência à
vontade do Pai e de profunda humildade, pelo qual Jesus dissolveu a
desobediência e a soberba de Adão. Ele é o Novo Adão. Ali no Jordão “Ele
aceitou, por amor a nós, este batismo de morte para a remissão dos nossos
pecados” (CIC, §536). E ali Ele recebeu o Espírito Santo em plenitude para ser
a fonte do Espírito para toda a humanidade. No batismo de Jesus, “abriram-se os
Céus” (Mt 3,16) que o pecado de Adão havia fechado e as águas são santificadas,
que é o prelúdio de uma nova criação.
Nós, que também fomos batizados,
voltamos a ser filhos de Deus no Filho de Deus, membros da Igreja, novamente,
herdeiros do Céu. Pelo Batismo fomos sacramentalmente assimilados a Jesus,
devendo repetir este mistério de rebaixamento humildade e de arrependimento,
desceu à água com Jesus para subir novamente com Ele “renasceu da água e do
Espírito” (Jo 3) “para tornar-se, no Filho, filho bem amado do Pai” (CIC,§ 537)
e viver Nele uma vida nova.
No Batismo, somos sepultados com
Cristo para ressuscitar com Ele. São Paulo disse: “Se ressuscitastes com
Cristo, buscai as coisas do alto… Pois morrestes e a vossa vida está escondida
com Cristo, em Deus” (Col 3,1-3).
O Batismo, portanto, nos chama a
uma vida nova; é a “entrada sacramental na vida da fé” (CIC, §1236). Nele o
batizado recebe “a semente da fé” que deve fazer crescer, pois “sem fé é
impossível agradar a Deus” (Hb 11,6), e o “justo vive pela fé” (Rom 1,17). Ao
catecúmeno ou ao seu padrinho é feita a pergunta: “Que pedis à Igreja de
Deus?”. E este deve responder: “A fé”.
Então, o cristão deve viver pela
fé; fazê-la crescer na luta contra as fraquezas da natureza e os pecados. O
batismo nos faz “cristãos”, isto é, “imitadores de Cristo”. São leão Magno
dizia: “De que vale carregarmos o nome de cristãos, se não imitamos a Jesus
Cristo?”
Em nosso Batismo, nossos pais e
padrinhos, na fé da Igreja, assumiram por nós as promessas do Batismo,
renunciaram o pecado, a satanás e a todos as suas obras e professaram a Fé da
Santa Igreja. Rezaram o Credo!
E nós? Será que estamos
cumprindo essa promessa?
Será que lutamos todos os dias,
sem cessar, para renunciar as obras do demônio?
Combatemos os pecados como:
soberba, ganância, impurezas, gula, ódio, inveja, preguiça, maledicência,
respeito humano, mentira, egoísmo?…
Será que obedecemos a Jesus que
nos manda “vigiar e orar” porque o espírito é forte, mas a carne é fraca?
Sem a oração, “sem cessar”; sem
vigilância; sem vida sacramental, com confissão e comunhão permanente; não
podemos cumprir as promessas de nosso Batismo. E São Paulo exorta-nos:
“Mortificai os vossos membros: imoralidade sexual, paixão, maus desejos, especialmente
a ganância, que também é uma idolatria… Rejeitai a tudo isto: ira, furor,
malvadeza, ultrajes, e não saia de vossa boca nenhuma palavra indecente… pois
já vos despojastes do homem velho e da sua maneira de agir, e vos revestistes
do homem novo” (Col 3,5-10). Jesus disse com todas as letras: “Sem Mim nada
podeis fazer” (Jo 15,5). Então, busquemos o Senhor e a Sua força, sobretudo na
oração de intimidade com Ele e na Eucaristia.
E Jesus nos deu a Sua Mãe para
ser nossa Mãe espiritual: guia, consolo, conforto, apoio e segurança nos
caminhos da vida.
Com Jesus e Maria, com a
intercessão dos santos por nós, sem cessar, cumpramos as promessas do nosso
Batismo; nossa salvação!
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