No Dia Mundial da Justiça
Social, a secretária geral da CIDSE (Cooperação Internacional para o
Desenvolvimento e a Solidariedade) recorda que toda decisão e cada nova
política implementada têm um impacto na vida e nos meios de subsistência de
outras pessoas, e que as múltiplas crises que enfrentamos hoje estão
interligadas.
Francesca
Merlo - Vatican News
Justiça
Social significa igualdade e dignidade para todos. Significa que um sistema é
colocado em prática não apenas para proteger, mas para auxiliar nas escolhas
que as pessoas fazem, além de criar um ambiente que as mantenha seguras e as
ajude a prosperar. O Dia Mundial da Justiça Social é celebrado anualmente em 20
de fevereiro e sua observância tem como objetivo fazer exatamente isso:
lembrar, a cada ano, da necessidade de construir sociedades mais justas e
equitativas.
Uma crise
múltipla
Na linha de
frente na batalha pela justiça social, a CIDSE
(Cooperação Internacional para o Desenvolvimento e a Solidariedade) é
uma família internacional de organizações católicas de justiça social que
trabalham juntas pela causa. Josaine Gauthier, secretária geral da CIDSE,
explica que "as múltiplas crises com as quais lidamos no passado estão
profundamente interconectadas”.
Hoje, o
principal desafio que é enfrentado dentro desse âmbito, segundo Gauthier,
"é a chamada pluri-crise: a perturbação climática, a extrema pobreza, a
violência, a guerra e o conflito por recursos, gênero, desigualdade social e
racial", diz a secretária, acrescentando que todas são desencadeadas por
"desequilíbrios de poder e uma cultura de desperdício. Estamos
reconhecendo que na verdade é apenas uma crise interconectada, com sua origem
nas relações entre humanos e todo o resto da criação”.
Apelos do
Papa Francisco
"A
cultura do desperdício", como observa a Josaine, é um conceito
frequentemente utilizado pelo Papa, que dedicou grande parte de seu pontificado
a combater a indiferença global que causa injustiças. Em particular, Francisco
apela continuamente pela proteção de nossa casa comum, ameaçada pelas mudanças
climáticas, pelo zelo e acolhimento de migrantes e refugiados, e adverte contra
o que descreve como "a globalização da indiferença", pedindo aos
países mais ricos que tomem medidas concretas para ajudar os pobres.
Falando
sobre migração, Gauthier observa que quando as pessoas são forçadas a deixar
seu país de origem, porque é inabitável e não oferece futuro, "estamos
enfrentando uma crise de nossa própria moralidade”.
"Como
podemos permitir que outros seres humanos fujam de suas casas devido às nossas
próprias escolhas políticas e econômicas que os afetam e depois os rejeitamos
quando atravessam a fronteira e precisam de nossa solidariedade?" ela
pergunta, e rapidamente completa: "É apenas uma questão de justiça!"
Trabalhar
juntos, pensar em todos
Josaine
Gauthier convida a todos a enxergar o Dia Mundial da Justiça Social como uma
oportunidade única para "fazer uma pausa e refletir sobre como tratamos
uns aos outros, como podemos construir relações mais justas uns com os outros e
com a vida neste planeta, que é nossa casa comum”.
O apelo do Papa Francisco pela justiça social e pelos direitos humanos, segundo a secretária da CIDSE, é "extremamente relevante", e isso "deveria ser a mensagem mais importante e ressonante para os que estão envolvidos na política atualmente". Gauthier acredita que as políticas devem sempre estar ligadas e enraizadas em como afetam a vida das pessoas, de todos, diariamente, porque, acrescenta, "para que estamos aqui se não for para servir à humanidade e torná-la um lar acolhedor e justo para todos?”
Por fim, Josaine enfatiza que isso "é algo sério" e que trabalhar juntos, pensando em todos, é uma responsabilidade comum e coletiva, que "o Papa Francisco não se cansa de nos lembrar".
Fonte: https://www.vaticannews.va/pt
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