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domingo, 24 de março de 2024

ALEGRIA

Alegria (A12)

ALEGRIA

O povo da Bíblia é um povo alegre: em qualquer circunstância é capaz de encontrar motivos para cantar, tocar música, dançar.

ANTIGO TESTAMENTO

A água  que jorra do poço (Nm 21, 17), a chuva que chega na hora oportuna (Jl 2, 23-24), a riqueza da colheita (Sl 126, 5-7), o primeiro cacho de uva (Is 65, 8), a abundância da vindima (Sl 4, 8), o sabor do vinho (Sl 104, 15; Eclo 31, 27) são ocasiões para cantos que ressoam nas colinas (Sl 65, 10-14), à porta da cidade (Sl 9, 15; 73, 28), nas casas.

Mais abundantes são as canções de amor (Jr 7, 34; 16, 9; 25, 10; 33, 11). São acompanhadas por harpas, cítaras, tamborins, flautas (Is 5, 12) e dança (Jr 31, 13). Exprimem a alegria dos esponsais (Sl 45). Pois a vida conjugal é fonte de alegria (Ecl 8, 15; 9, 9) e a reunião dos membros da família é doce para os participantes (Sl 133, 1).

A Bíblia proclama sobretudo a alegria que brota da celebração cultural (Dt 12, 7.12). Toda festa litúrgica é momento de alegria (Dt 16, 11.14). A reunião das tribos (Sl 122, 4), a presença do Senhor no santuário, no meio do seu povo (Sf 3, 14-18), a celebração do Nome do Senhor (Sl 89, 16) despertam a alegria dos peregrinos (Sl 84; 122; Ne 8, 10).

Quase não há salmo que não seja perpassado de alegria; ou ao menos marcado, nas entrelinhas, por alguma explosão de alegria. Mesmo as súplicas, até as mais patéticas, suscitadas pelas situações mais dolorosas, terminam em uma espécie de antecipação da alegria que Deus vai dar a seu povo (Sl 79, 13; 22, 23-32).

O culto exprime, em cantos, música (Sl 150) e dança (Sl 68, 26; 87, 7), alegria que o povo já possui; é a mesma alegria que há de vir e será certamente outorgada por Deus.

Pois a alegria é característica da era messiânica; alegria abundante (Is 9, 2), universal (Is 35, 1; 44, 23; 49, 13); alegria da liberdade recuperada (Is 35, 9-10; 51, 11) na Jerusalém-cidade-da-alegria (Is 65, 14-19; 66, 10; Br 4, 22-37).

NOVO TESTAMENTO

O nascimento de Jesus significa a irrupção da alegria. Lucas sublinhou este aspecto dos tempos messiânicos (1, 24.41.44; 2, 10.13.14). Jesus, cujo Dia alegrava os Patriarcas (Jo 8, 56), é o Esposo que traz a alegria (Jo 3, 29; Mc 3, 19-20). É a graça concedida aos pecadores (Lc 4, 19), cuja conversão enche o céu de alegria (Lc 17, 7.10.32).

Seus discípulos devem alegrar-se (Lc 10, 20). Até a perseguição é fonte de alegria, pois garante uma “grande recompensa” (Mt 5, 12). Aparentemente oposta à felicidade, a cruz é fonte de alegria. Os Apóstolos devem alegrar-se com a partida de Jesus (Jo 14, 28; 16, 5-7). Sua tristeza se converterá em alegria (Jo 16, 19-22) Se a Ressurreição os deixa desconcertados (Lc 24, 41), a Ascensão lhes restitui a alegria (Lc 24, 52), de tal sorte que chegam a se alegrar por sofrer por seu Senhor (At 5, 41).

A pregação da Boa-Nova é acolhida com alegria (At 13, 52), a vista dos sinais de sua eficácia provoca o mesmo sentimento (At 8, 8). E até na prisão Paulo e Silas cantam cheios de alegria (At 16, 25)

Em suas cartas, Paulo associa sofrimento e alegria (2Cor 7, 4; Fl ; Cl 1, 11.24). Tão surpreendente alegria não pode ser reação humana; é fruto do Espírito Santo; decorre da esperança (1Ts 1, 6; Gl 5, 22; Rm 12, 12; 14, 17;15, 13).

A alegria escatológica, anunciada e esperada pelo Antigo Testamento, e cuja realização se inaugura em Jesus, será plenamente dada aos homens, no fim dos tempos. Depois das provações suportadas pelos discípulos de Jesus, todos encontrarão a alegria. O Apocalipse anuncia esta alegria definitiva pelos alegres aleluias que ressoam ao longo de todo o seu texto. Essa alegria se inaugura com o triunfo do Cordeiro (Ap 19, 1-8).

Fonte: Dicionário Bíblico Universal 1997 - Pág. 17 - Ed. Aparecida-SP/Ed. Vozes, Petrópolis-RJ - (L. Monloubou/F. M. Du Buit).

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF