Foi publicada neste sábado, 02
de março, a mensagem do Papa Francisco para a 1ª Jornada Mundial das Crianças,
que será celebrada nos dias 25 e 26 de maio próximo, em Roma. "Não
esqueçais quem dentre vós embora tão pequeno já se encontra a lutar contra
doenças e dificuldades, no hospital ou em casa, quem é vítima da guerra e da
violência, quem padece a fome e a sede, quem vive na rua".
Silvonei
José – Vatican News
Francisco
na sua mensagem para a 1ª Jornada Mundial das Crianças dirige-se
antes de mais, a cada um pessoalmente: “a ti, querida menina,
a ti, querido menino, porque sois preciosos aos olhos de Deus, como nos ensina
a Bíblia (cf. Is 43, 4) e tantas vezes o demonstrou Jesus”.
“Ao mesmo
tempo a mensagem é enviada a todos, porque todos sois
importantes e, juntos – os de perto e os de longe –,
manifestais o desejo que há em cada um de nós de crescer e se renovar.
Lembrais-nos que somos, todos, filhos e irmãos e ninguém pode existir sem uma
pessoa que o traga ao mundo, nem crescer sem ter outros a quem dar amor e de
quem receber amor” (cf. Francisco, Carta enc. Fratelli tutti, 95).
“Assim
todos vós, meninas e meninos, que sois a alegria dos vossos pais e das vossas
famílias, constituís também a alegria da humanidade e da Igreja, na qual cada
um representa o elo duma cadeia muito longa, que se estende do passado ao
futuro e cobre toda a terra. Por isso vos recomendo que escuteis sempre com
atenção as histórias dos adultos: da mamãe, do papai, dos avós e bisavós! E ao
mesmo tempo não esqueçais quem dentre vós embora tão pequeno já se encontra a
lutar contra doenças e dificuldades, no hospital ou em casa, quem é vítima da
guerra e da violência, quem padece a fome e a sede, quem vive na rua, quem é
forçado a combater como soldado ou tem de escapar como refugiado, separado dos
seus pais, quem não pode ir à escola, quem é vítima de grupos criminosos, das
drogas ou doutras formas de escravidão, dos abusos. Em resumo, todas aquelas
crianças a quem, ainda hoje, é cruelmente roubada a infância. Escutai-as, ou
melhor, escutemo-las, porque, no seu sofrimento, falam-nos da realidade, com os
olhos purificados pelas lágrimas e com aquele tenaz desejo de bem que nasce no
coração de quem viu como é feio, de verdade, o mal”.
“Meus
amiguinhos, para nos renovarmos a nós mesmos e ao mundo, não basta
encontrar-nos entre nós: é necessário estar unidos a Jesus. D’Ele recebemos
tanta coragem! Está sempre perto de nós; o seu Espírito precede-nos e
acompanha-nos pelos caminhos do mundo. Jesus diz-nos: «Eu renovo todas as
coisas» (Ap 21, 5); são as palavras que escolhi como tema para a
vossa primeira Jornada Mundial. Estas palavras convidam a tornar-nos ágeis como
crianças no acolhimento das novidades suscitadas em nós e ao nosso redor pelo
Espírito.
Com Jesus,
podemos sonhar uma nova humanidade e trabalhar por uma sociedade mais fraterna
e atenta à nossa casa comum, começando por coisas simples como saudar os
outros, pedir licença, pedir desculpa, dizer obrigado. O mundo transforma-se
antes de mais através de pequenas coisas, sem ter vergonha de realizar apenas
pequenos passos. Com efeito, a nossa pequenez lembra-nos que somos frágeis e
que precisamos uns dos outros enquanto membros de um único corpo” (cf. Rm 12,
5; 1 Cor 12, 26).
“Mais
ainda! Sozinhos, queridas meninas e queridos meninos, não podemos sequer ser
felizes, porque a alegria cresce na medida em que a partilhamos: nasce com a
gratidão pelos dons que recebemos e, por nossa vez, comunicamos aos outros.
Quando
guardamos só para nós o que recebemos, ou até fazemos uma birra para conseguir
esta ou aquela dádiva, na realidade esquecemo-nos de que o maior dom somos nós
mesmos, uns para os outros: somos nós a «prenda de Deus». Os outros dons servem
apenas para estar juntos; se não os utilizamos para isso, seremos eternos
insatisfeitos e nunca nos bastarão”.
“Quero
agora confiar-vos um segredo importante: para sermos verdadeiramente felizes, é
preciso rezar, rezar muito, todos os dias, porque a oração liga-nos diretamente
a Deus, enche-nos o coração de luz e calor e ajuda-nos a fazer tudo com
confiança e serenidade. Também Jesus sempre rezava ao Pai.
Sabeis como
Lhe chamava? Na sua língua, chamava-Lhe simplesmente Abbá, que
significa Papá (cf. Mc 14, 36). Façamo-lo
também nós! Senti-Lo-emos sempre perto de nós.
Queridas
meninas, queridos meninos! Sabeis que em maio nos encontraremos em grande
número em Roma; encontrar-nos-emos precisamente convosco, que vireis de todo o
mundo! E assim, para nos prepararmos bem, rezando, recomendo-vos que useis as
mesmas palavras que Jesus nos ensinou: o Pai nosso. Rezai-o todas
as manhãs e todas as noites; e fazei-o também em família, com os vossos pais,
irmãos, irmãs e avós.
Caríssimos,
Deus, que desde sempre nos amou (cf. Jr 1, 5), vela por nós
com o olhar do mais amoroso dos papás e da mais terna das mamãs. Ele nunca Se
esquece de nós (cf. Is 49, 15), e cada dia acompanha-nos e
renova-nos com o seu Espírito.
Juntamente
com Maria Santíssima e São José, rezemos com estas palavras:
Vinde,
Santo Espírito,
mostrai-nos
a vossa beleza
refletida
nos rostos
das meninas
e meninos da terra inteira.
Vinde
Jesus,
que
renovais todas as coisas
e sois o
caminho que nos conduz ao Pai,
vinde e ficai conosco.
Amém.
Fonte: https://www.vaticannews.va/pt
Nenhum comentário:
Postar um comentário