Francisco encontra a Fundação
dedicada ao bispo missionário que viveu no Brasil no século passado e destaca o
amor incansável do prelado pelos pobres e necessitados. Seu nome está incluído
no “Jardim dos Justos” em Jerusalém, pelo seu esforço, com caridade e coragem,
em favor dos judeus perseguidos.
Tiziana
Campisi – Cidade do Vaticano
Um
compromisso incansável ao lado dos últimos: aspecto que caracterizou a
existência de dom Camillo Faresin, durante muito tempo bispo de Guiratinga no
Mato Grosso, exemplo de sensibilidade missionária e de fé na Providência, que
junto com seus dois irmãos sacerdotes - padre Santo, salesiano, e padre
Giovanni Battista, sacerdote diocesano - dedicou-se sem reservas entre os
pobres e necessitados do Brasil.
Francisco
sublinha isto no seu discurso à Fundação dedicada ao prelado que viveu no
século passado, lido por monsenhor Filippo Ciampanelli, da Secretaria de
Estado, devido às persistentes sequelas de um resfriado. No texto, o Papa
explica que os três irmãos “aprenderam o valor da caridade e do fervor
missionário no contexto de uma família simples, devota, modesta e digna”, um
ambiente em que “souberam captar, com a graça de Deus, uma mensagem e um convite
para o seu futuro a estar entre os últimos para ajudar os últimos”, o que
“fizeram com amor incansável, com generosidade e inteligência, mesmo no meio a
grandes dificuldades”.
Seguindo
seus passos está a Fundação Faresin, que há vinte anos, no Brasil, na Itália e
em outras partes do mundo, oferece formação, assistência social, cuidados de
saúde e oportunidades de emprego para muitas pessoas.
Um humilde
servo dos humildes
O Papa
recorda que dom Camillo Faresin está incluído, em Jerusalém, no “Jardim dos
Justos”, porque, antes de partir para o Brasil, “bloqueado em Roma devido à
Segunda Guerra Mundial, não se deixou deter pelas circunstâncias, fazendo o
máximo com caridade e coragem na assistência aos judeus perseguidos”. E
acrescenta que “por toda a sua vida, como sacerdote e depois como bispo, com um
impulso irresistível” fez-se próximo dos mais desafortunados, sem os abandonar
uma vez terminado o seu mandato episcopal. Na verdade, permaneceu “entre seu
povo, no Mato Grosso, até sua morte, como humilde servo dos humildes,
continuando assim no escondimento, como amigo e companheiro de caminho, o mesmo
ministério que durante muitos anos exerceu como guia e pastor”.
O que ele
nos deixou é um grande exemplo a imitar: estar com os últimos, sempre! Como?
Escolhendo e privilegiando, nos vossos projetos, as realidades mais pobres e
desprezadas como lugares especiais onde permanecer, e como “terras prometidas”
para as quais podeis partir e onde podeis “montar as vossas tendas” para
iniciar novas obras. E fazê-lo com uma presença concreta e próxima das
comunidades que servem, a partir de dentro, no local, trabalhando entre os
pobres e partilhando com eles as suas vidas tanto quanto possível.
Agir juntos
e crescer unidos no bem
Às pessoas comprometidas na Fundação Faresin, Francisco recomenda “buscar sempre criar sinergias”, também com outras realidades religiosas e associativas, porque trabalhar em conjunto “já é em si um anúncio do Evangelho vivido”, e “além de uma forma inteligente de otimizar os recursos é um caminho de formação na caridade e na comunhão”. Agir juntos, de fato, sublinha o Papa, não significa apenas fazer o bem, mas também «crescer unidos no bem, uns servindo e apoiando od outrod»:
Os recursos mais importantes para as obras do Senhor não são as coisas, mas somos nós, sabiamente colocados próximos uns dos outros porque partilhamos o que somos: a nossa paixão, a nossa criatividade, as nossas capacidades e experiências, e também as nossas fraquezas e fragilidades. Desta partilha paciente, na valorização do contributo de todos, nascem frutos de grande dinamismo e concretude, como testemunha a história passada e presente da vossa Fundação.
Fonte: https://www.vaticannews.va/pt
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