Na manhã desta quinta-feira
(14), o Papa recebeu em audiência os participantes do workshop promovido pelas
Pontifícias Academias de Ciências e Ciências Sociais, que tem como tema:
"Conhecimento dos povos indígenas e as ciências". "A Igreja está
com vocês, aliada aos povos indígenas e seus conhecimentos, e aliada à ciência
para fazer com que a fraternidade e a amizade social cresçam no mundo",
enfatiza Francisco em seu discurso.
Vatican
News
As mudanças
climáticas, a perda de biodiversidade, as ameaças à segurança alimentar e à
saúde e outros desafios ainda representam os problemas críticos mais urgentes
da atualidade e, para enfrentá-los, é necessário levar em conta o conhecimento
dos povos indígenas e das ciências. Foi o que observou Francisco ao receber em
audiência os participantes da conferência que tem como objetivo, como explica o
Papa, "reconhecer o grande valor da sabedoria dos povos nativos e
favorecer o desenvolvimento humano integral e sustentável", e também para
"enviar uma mensagem aos governos e às organizações internacionais em
favor da justiça e da fraternidade".
O workshop,
promovido pelas Pontifícias Academias de Ciências e Ciências Sociais, traz como
tema: "Conhecimento dos povos indígenas e as ciências: Combinando
conhecimento e ciência sobre vulnerabilidades e soluções para a
resiliência", realizado no Vaticano, nos dias 14 e 15 de março.
Entre os participantes estão presentes diversos representantes do Brasil, entre
eles, a ministra do governo brasileiro para os Povos Indígenas, Sônia
Guajajara.
Crescer na
escuta recíproca
Francisco,
ao receber os participantes, deu-lhes as boas-vindas e afirmou que, devido a um
resfriado, o padre rosminiano Pierluigi Giroli é quem deveria ler seu discurso.
No início do texto, o Santo Padre manifesta seu apreço pela iniciativa e lembra
que, graças aos esforços da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e
a Agricultura (FAO), nasceu uma plataforma que reúne cientistas, acadêmicos e
especialistas indígenas e não indígenas, para estabelecer um diálogo que visa
garantir a salvaguarda dos sistemas alimentares dos povos originários.
"Gostaria
de destacar que esse workshop representa uma oportunidade para crescermos em
escuta recíproca: escutar os povos indígenas, para aprender com sua sabedoria e
seus estilos de vida, e ao mesmo tempo escutar os cientistas, para
beneficiar-se de suas pesquisas."
Proteger a diversidade de tradições e culturas
O Papa
observa que a conferência tem o objetivo de convocar governos e grandes
organizações para reconhecer e respeitar "a diversidade dentro da grande
família humana". A perda de tradições, culturas e espiritualidade,
enfatiza, representaria de fato um empobrecimento para todos:
"Os
projetos de pesquisa científica e, consequentemente, investimentos, devem ser
direcionados decisivamente para a promoção da fraternidade humana, justiça e
paz, para que os recursos possam ser coordenados e alocados para responder aos
desafios urgentes enfrentados pela Terra, nosso lar comum, e pela família dos
povos."
O diálogo
ajuda a superar os conflitos
O texto do
Pontífice sublinha a necessidade de uma conversão e uma visão alternativa
àquela que atualmente conduz nosso mundo a conflitos crescentes. "O
diálogo aberto entre o conhecimento indígena e as ciências, entre comunidades
de sabedoria ancestral e as das ciências, pode ajudar a enfrentar de maneira
nova, mais integral e mais eficaz questões cruciais como água, mudanças
climáticas, fome e biodiversidade", enfatiza Francisco. Para o Papa, essas
questões estão todas interconectadas:
"No
diálogo entre o conhecimento indígena e a ciência, devemos ter claramente em
mente que todo esse patrimônio de conhecimento deve ser empregado como meio de
superar conflitos de maneira não violenta e combater a pobreza e as novas
formas de escravidão. Deus, o Criador e Pai de todos os povos e de tudo o que
existe, nos chama hoje a viver e testemunhar nosso chamado humano à
fraternidade universal, liberdade, justiça, diálogo, encontro recíproco, amor e
paz, e evitar alimentar o ódio, ressentimento, divisão, violência e
guerra."
“Deus nos
fez guardiões e não senhores do planeta: somos todos chamados a uma conversão
ecológica, comprometidos em salvar nossa casa comum e viver uma solidariedade
intergeracional para salvaguardar a vida das gerações futuras, em vez de
dissipar recursos e aumentar a desigualdade, a exploração e a destruição.”
A Igreja aliada aos povos indígenas e à ciência
As palavras finais do Papa para os participantes da conferência são de encorajamento para continuar o compromisso e o acompanhamento. Assegurando-lhes suas orações e bênçãos, Francisco afirma:
"A Igreja está com vocês, aliada aos povos indígenas e seus conhecimentos, e aliada à ciência para fazer com que a fraternidade e a amizade social cresçam no mundo".
Fonte: https://www.vaticannews.va/pt
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