Francisco reza a Oração mariana
do Angelus com os fiéis reunidos na Praça São Pedro e recorda a advertência de
Jesus: "não façam da casa de meu Pai um mercado".
Silvonei
José – Vatican News
"O
convite para o nosso caminho de Quaresma é fazer com que em nós e ao nosso
redor haja mais casa e menos mercado. Antes de tudo, em direção a Deus. Rezando
muito, como filhos que batem incansavelmente e com confiança à porta do
Pai, e não como vendedores avaros e desconfiados. E depois, espalhando a
fraternidade. Há necessidade". Foi o que disse o Papa Francisco no Angelus
deste Terceiro Domingo da Quaresma, na Praça São Pedro.
O Evangelho
de hoje – disse o Santo Padre na alocução que precedeu o Angelus - nos mostra
uma cena dura: Jesus que expulsa os vendilhões do templo. Ele afasta os
vendedores, derruba os bancos dos cambistas e admoesta a todos dizendo:
"Não façam da casa de meu Pai um mercado". O Papa se detém exatamente
no contraste entre casa e mercado: são, de fato, duas maneiras diferentes de se
apresentar diante do Senhor.
"No
templo, entendido como um mercado, para estar de bem com Deus, bastava comprar
um cordeiro, pagá-lo e consumi-lo nas brasas do altar". Comprar, pagar,
consumir, e depois cada um para casa sua, frisou o Papa.
No templo,
porém, entendido como casa, acontece o contrário: a pessoa vai ao encontro do
Senhor, une-se a Ele e aos irmãos, para compartilhar alegrias e tristezas.
Ainda mais:
"no mercado, joga-se com o preço, em casa não se calcula; no mercado,
busca-se o próprio interesse, em casa, dá-se gratuitamente". E Francisco
sublinha:
“Jesus é
duro hoje porque não aceita que o templo-mercado substitua o templo-casa, que o
relacionamento com Deus seja distante e comercial em vez de próximo e
confiante, que os bancos de vendas tomem o lugar da mesa da família, os preços
o lugar dos abraços e as moedas o lugar das carícias. Pois, dessa forma,
cria-se uma barreira entre Deus e o homem e entre irmão e irmão, ao passo que
Cristo veio para trazer comunhão, misericórdia e proximidade”.
Então, vamos nos perguntar, continuou Francisco: antes de tudo, como é minha oração? É um preço a pagar ou é um momento de entrega confiante, em que não olho para o relógio? E como são meus relacionamentos com os outros? Sei como dar sem esperar pela reciprocidade? Sei dar o primeiro passo para quebrar os muros do silêncio e os vazios das distâncias?
E conclui pedindo que Maria nos ajude a "fazer casa" com Deus, entre nós e ao nosso redor.
Fonte: https://www.vaticannews.va/pt
Nenhum comentário:
Postar um comentário