Do mesmo modo que os discípulos,
também nós queremos seguir Jesus, por amor. Mas como esse seguimento está sendo
feito?
Padre Cesar
Augusto, SJ - Vatican News
“Meu Deus,
por que me abandonastes?”
A paixão
segundo Marcos é a mais antiga das quatro e, certamente um dos textos
evangélicos mais antigos. Ela tem como ideia central o silêncio de Jesus e sua
absoluta confiança no Pai.
Quando
Judas o beijou, Jesus não reagiu, como também não o fez em relação às demais
agressões sofridas na Paixão e nem ao aparente silêncio do Pai.
Aqueles que
desejam seguir Jesus deverão abandonar tudo, até a própria vida. Tudo em favor
da vontade do Pai e de seu Reino. É necessário, como o Mestre estar só,
vivenciar a solidão.
Do mesmo
modo que os discípulos, também nós queremos seguir Jesus, por amor. Mas como
esse seguimento está sendo feito? Através do seguimento de ideias cristãs, de
sua ética ou através do seguimento da pessoa de Jesus?
O batismo
nos proporcionou esse seguimento, mas no transcorrer de nossa vida, de nosso
dia a dia: abandonamos nossa vida, nossas primeiras opções, e nos deixamos às
mãos do Pai, como Jesus e como Santa Terezinha do Menino Jesus gostava de
fazer? E se somos submetidos às provações, qual é ou qual será nossa reação?
O abandono
de Jesus e o sentir-se abandonado pelo Pai foi ultra forte; ele clamou: “Meu
Deus, meu Deus, por que me abandonastes?” E isso na hora da morte em que lutava
pela justiça, pelos interesses do Pai!
Qual a
reação de Jesus? Ele chorou, pediu conforto ao Pai e que o consolasse. Marcos
apresenta um Jesus fraco e que experimentou quão é exigente e difícil obedecer
ao Pai.
Por que
Jesus não discutiu? Ele sabia que a sentença já estava decidida. Por isso seu
silêncio não demonstra covardia e sim, superioridade, não se perturbando com a
calúnia, não se colocando no mesmo nível de seus acusadores, mas confiando na
vitória final da verdade. Jesus não temeu a derrota, mas confiou plenamente no
Pai.
A entrega de Jesus ao Pai já começou a dar frutos no próprio ato. Um pagão, o centurião romano fez sua profissão de fé imediatamente à morte de Jesus: “Verdadeiramente este homem era Filho de Deus”. Ele respondeu às perguntas que eram feitas no início do evangelho. Somente após a morte e ressurreição é que se pode compreender quem é Jesus. O que fez o centurião crer, um pagão crer, foi a entrega de Jesus, por amor, até a morte e morte na cruz. O amor rasgou o véu do templo e, desse momento em diante, todos os homens poderão ser feitos filhos de Deus. Tudo dependerá da fé em Jesus, da crença nele, da qual o centurião, segundo Marcos, foi o primeiro. Jesus compartilhou conosco as experiências dramáticas da vida!
Queridos ouvintes, entramos na Semana Santa, onde aprofundaremos nosso conhecimento no amor de Cristo por nós e, consequentemente seremos agraciados com mais amor. Que possamos chegar à Páscoa da Ressurreição mais assemelhados ao Cristo obediente!
Fonte: https://www.vaticannews.va/pt
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