Cap. 35 - "Ninguém te condenou?" (a
adúltera e os escritos na areia)
Em
Jerusalém, Jesus vai pregar no Templo. Pouco depois, um tumulto interrompe suas
palavras. Os gritos se aproximam cada vez mais, até que um grupo de escribas e
fariseus entra no pátio e empurra uma mulher. Ela é jovem e muito bonita. Eles
a haviam descoberta aparada com um homem que não era seu marido. Ela não tem
forças para olhar para cima e sente uma vergonha imensa. “Mestre, esta
mulher foi surpreendida em flagrante delito de adultério. Na Lei, Moisés nos
ordena apedrejar tais mulheres. Tu, pois, que dizes?”. Eles assim diziam para
pô-lo à prova, a fim de terem matéria para acusá-lo. Mas Jesus,
inclinando-se, escrevia na terra com o dedo. Quando um escriba a acusa
violentamente, escreve: "agiota". Quando um outro a ataca, escreve:
“infiel” e, ainda, ouvindo cada um dos acusadores: “ladrão”; “devasso”, “pai
indigno”. Expõe abertamente os pecados e a hipocrisia de cada um. Todos são
pecadores, mas se colocam como juízes daquela mulher. Pronunciam sentenças do
alto do trono que construíram para si mesmos, escondendo suas fraquezas, seus
pecados, sua maldade. Jesus escreve, sem nunca levantar o olhar. Por fim o
Nazareno ergue-se e lhes diz: “Quem dentre vós estiver sem pecado, seja
o primeiro a lhe atirar uma pedra!”. Eles porém, ouvindo isso, saíram um após
outro, a começar pelos mais velhos. Ele ficou sozinho e a mulher permanecia lá,
no meio. Eles vão com os olhos baixos, sem dizer uma única palavra. Foram
desnudados por aquele que conhece os segredos de seus corações. Tinham vindo
para desafiá-lo e julgá-lo. No entanto, foram julgados pelo único
verdadeiramente capaz de fazer isso. Deixam cair as pedras que seguravam em
suas mãos. Jesus então se levanta, ajeita o manto e finalmente se dirige à
mulher: “Mulher, onde estão eles, ninguém te condenou?”. Disse ela:
“Ninguém, Senhor”. Disse, então, Jesus: “Nem eu te condeno, vai e de agora em
diante não peques mais”. Ajuda-a se levantar tendo derrubado aqueles que
tinham se levantado como juízes sem serem menos corruptos e menos pecadores do
que aquela mulher.
https://media.vaticannews.va/media/audio/s1/2024/03/22/11/137818316_F137818316.mp3
Nenhum comentário:
Postar um comentário