Cap. 36 - O milagre e a realidade dos fatos (a cura
do cego de nascença)
A Festa dos
Tabernáculos havia terminado, mas Jesus permaneceu em Jerusalém por mais alguns
dias. Certa manhã, ele encontrou um jovem cego que estava andando às
apalpadelas, encostado na parede. Seu nome é Issacar e ele vive da mendicância.
Ele é cego de nascença, nasceu sem pupilas. Jesus cospe no chão, faz
lama com sua saliva, passa a lama nos olhos do cego e lhe diz: "Vá se
lavar na piscina de Siloé". Issacar, com o rosto sujo, chega lá
rapidamente, graças à ajuda de um menino. Ele se lava e volta a ver. A notícia
corre de boca em boca. O jovem é levado aos fariseus. É um sábado. Issacar
também explica a eles o que aconteceu. Então alguns dos fariseus
disseram: "Este homem não é de Deus, porque não guarda o
sábado". Outros dizem: "Como pode um pecador realizar tais
sinais?". Em vez de se renderem à evidência dos fatos, alguns dos
fariseus especulam sobre uma armadilha.
Issacar
toma a palavra: “Isso é espantoso: vós não sabeis de onde ele é e, no
entanto, abriu-me os olhos! Sabemos que Deus não ouve os pecadores; mas, se
alguém é religiosos e faz a sua vontade, a este ele escuta. Jamais se ouviu
dizer que alguém tenha aberto os olhos de um cego de nascença. Se esse homem
não viesse de Deus, nada poderia fazer”. A reação é furiosa: “Tu
nasceste todo no pecado e nos ensinas? E o expulsaram.
Jesus ficou
sabendo o que havia acontecido. No dia seguinte, passou pela mesma rua e
encontrou o jovem curado conversando com seus amigos: todos ainda estavam
cheios de espanto. O Mestre pergunta a Issacar: “Crês no Filho do Homem?”.
Respondeu ele: “Quem é, Senhor, para que eu nele creia?”. Jesus lhe disse: “Tu
o estás vendo, é quem fala contigo”. Exclamou ele: “Creio, Senhor!”. E
prostrou-se diante dele. Jesus o faz se levantar. O Nazareno levanta sua
voz para que todos ouçam: “Para um discernimento é que vim a este mundo:
para os que não veem, vejam, e os que veem, tornem-se cegos”. Jesus
veio para aqueles que não veem, para aqueles que não se sentem bem, para os
pecadores. Não para aqueles que julgam os outros.
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