César de Bus nasceu em 1544 na cidade de Cavaillon, região da Provença, França. Teve formação cristã na infância, mas na juventude afastou-se da fé. Desejou seguir a carreira militar como o irmão, capitão do rei francês Carlos IX mas, às vésperas de embarcar na frota real, uma repentina enfermidade o impediu.
No período de convalescença foi assistido pelo bispo de Cavaillon, pelos jesuítas de Avignon, pelo capelão do hospital e também por uma devota camponesa, que o reconduziram ao Catolicismo. Recuperado, em 1575, começou a estudar para o sacerdócio, ao mesmo tempo em que visitava sítios e fazendas como catequista.
Esta experiência lhe revelou que o povo, embora fiel e piedoso, não conhecia bem a Doutrina da igreja. Para resolver esta deficiência, fundou com seu primo Romillon centros de educação e instrução religiosa, a Congregação dos Padres Doutrinários, conhecidos como Doutrinários (posteriormente, fundou o segmento feminino, a Congregação das Filhas da Doutrina Cristã).
Esta catequese era feita na área rural e lugares remotos, priorizando as crianças, e com o desenvolvimento de metodologias novas para a época. Por exemplo, utilizava cantos e poesias, além da Palavra de Deus, numa linguagem adequada a cada público, e aplicável concretamente às situações do dia a dia do povo. Também pintava cenas evangélicas em pequenas tábuas, e tudo isso, como uma antecipação dos elementos modernos audiovisuais, atraía e tornava mais fácil a compreensão dos catequisandos.
Foi ordenado aos 38 anos. Sua atividade não o afastou do espírito de contemplação, ao contrário: estava convencido de que o apostolado só dá frutos se a partir da união orante com Deus.
Inicialmente, os seus sacerdotes congregados moravam juntos, mas sem fazer votos definitivos, o que César desejava (e que posteriormente veio a acontecer). Porém Romillon não concordou, e assim mudou-se para a casa em Aix-en-Provance, permanecendo César em Avignion. Aí caiu enfermo e sofreu por longo tempo, falecendo em 15 de abril de 1607. É considerado o patrono dos catequistas modernos.
São João Bosco, fundador dos Salesianos, também dedicados à catequese, quis que um sacerdote Doutrinário pronunciasse o discurso de inauguração da igreja de São Francisco de Sales em Valdocco, Turim.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho
Reflexão:
A constatação de São César de Bus, no século XVI, é a mesma para os nossos tempos: o povo, embora em grande parte fiel e piedoso, não conhece bem a Doutrina da Igreja. Nunca será “suficiente” a nossa educação espiritual, pois Deus é inesgotável; não há limite para o quanto podemos e devemos crescer em santidade. Por outro lado, como prevenia Santo Agostinho, “Não progredir na vida espiritual é voltar para trás.”; seria grande orgulho e engano demoníaco pensarmos que “já não preciso me esforçar mais do que isso, já sou santo…”. Outra constatação deste santo é que o apostolado só dá frutos se a partir da união orante com Deus: afinal, não é possível dar o que não se tem. São pertinentes aqui algumas observações do Cardeal Tarciso Bertone, pregador do Vaticano, numa homilia sobre São César: “A catequese ou (...) ‘o exercício da doutrina cristã’, deve constituir a primeira missão da Igreja, (…) conservando sempre uma fidelidade dócil e inalterada ao Magistério da Igreja (…). Beato César de Bus gostava de repetir: ‘É preciso que tudo em nós catequize, temos que ser um catecismo vivo’. (…). Hoje existem muitos pobres que têm necessidade de assistência material; há ainda mais pobres que têm necessidade de ajuda espiritual. Quantas pessoas, embora dotadas de bens, vivem desprovidas do único e indispensável Bem, que é Deus! (…). A maior pobreza não é porventura, como observava Madre Teresa de Calcutá, a falta de amor, a falta de Deus? (…). A santidade é a melhor contribuição que podeis oferecer para a nova evangelização.”
Oração:
Ó Deus, Pai de bondade, que nos destes Vossos ensinamentos para que possamos Vos amar e assim sermos felizes, concedei-nos por intercessão de São César de Bus a graça de incansavelmente levar aos irmãos a Verdade da Vossa Doutrina, como maior obra de caridade, a partir da incessante busca da santidade pessoal na vivência íntima Convosco, na Eucaristia, nos Sacramentos, na oração e no conhecimento da Fé. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.
Fonte: https://www.a12.com/
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