O arcebispo de Santa Maria (RS)
e presidente do regional Sul 3 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
(CNBB), dom Leomar Antônio Brustolin, compartilha o seu sentimento diante do
agravo da situação.
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Os
temporais no Rio Grande do Sul causaram estragos em mais de 300 municípios
gaúchos, fizeram um rio atingir a maior cheia de sua história, romperam
parcialmente uma barragem e deixaram mortos, desaparecidos, centenas de ilhados
e milhares de desabrigados.
O arcebispo
de Santa Maria (RS) e presidente do regional Sul 3 da Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil (CNBB), dom Leomar Antônio Brustolin, compartilhou, por meio
de um artigo, o seu sentimento diante do agravo da situação.
“Nesse
momento, ao contemplarmos ao redor, vemos mortes, desabrigados, ilhados, pontes
caídas, estradas bloqueadas, destruição de casas e de construções. Nosso
coração fica perturbado, nos perguntamos: o que podemos aprender disso tudo?
Não temos respostas. Também o mal físico é um mistério. Saber contemplar o
mistério sem fantasia ou racionalismo é uma sabedoria”.
Dom Leomar
afirma que um grande flagelo veio sobre as cidades e vilas e que muito se
perdeu. Garantiu que todos rezam por àqueles que partiram, mas aconselha que
para os que ficaram, é necessário, diante de Deus, aprender a viver e a
conviver. “Deus está conosco, disso temos experiência e somos capazes de
solidariedade, sobre isso podemos enxergar”.
“O profeta
Isaías nos recorda que o próprio Deus, por meio de seu Cristo, veio e sempre
vem para curar as nossas feridas, para anunciar nossa liberdade, para consolar
os que choram, para dar alegria para quem vive na aflição, para nos vestir de
salvação, com o manto da justiça, e nisso tudo se manifesta sua glória”.
O arcebispo
enfatiza que não será a morte, o luto e as lágrimas que definirão a última
palavra sobre a vida. Tampouco a destruição, o deslizamento e os alagamentos
roubarão a esperança. “Somos um povo que sabe em quem depositou sua fé. A água
que sacia a sede, limpa o que está sujo, refresca o calor e rega o que está
seco, voltará a ser sinal de vida, de renovação e liberdade”.
“Esse
dilúvio que veio sobre nós não apagará de nossa memória os feitos que o Senhor
realizou ao longo da história da salvação. Nós sobreviveremos e encontraremos
razões para reconstruir nossas estradas e nossas casas, nossas vidas e de fato,
podemos estar ilhados, mas não isolados”.
Dom Leomar
garante que todos sabem o quanto o Pai os ama e reafirma que “não será um
desafio grande como o que estamos passando que nos separará desse amor e da
comunidade humana que Ele ama”.
“Para nós
servem as palavras de Cristo dizendo: Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou.
Essa paz é tão clara e forte que não ficamos com o coração perturbado e nem
intimidado”.
E conclama
a todos a enfrentar mais essa provação: “Deus está conosco. Isso passará,
iremos superar. Mas desde já colhamos os frutos bons desse momento, sempre há
uma luminosidade sideral em meio à noite escura. Recordo aqui tantas
instituições governamentais, militares e civis dedicadas na defesa da vida
nesse momento”, disse.
Campanha em favor das vítimas
das chuvas
Dom Leomar
lembrou, ainda, que as comunidades paroquiais estão de portas abertas para
acolher os desabrigados, alimentar os que perderam tudo, para atender as
necessidades que emergem. “Como bem diz o Papa Francisco: somos comunidades que
parecem Hospital de Campanha, que socorre imediatamente quem precisa”.
Recordou as
comunidades que viram os caminhoneiros impedidos de viajar pelos bloqueios e
lhes providenciaram refeições. “Recordo as coletas de doações que estão
sendo realizadas em todo Estado especialmente pela CNBB Sul 3.
Quanta luz de solidariedade. Tudo passa, mas esse amor já é
consolação”.
“Nossa fé
em Cristo nos compromete para continuarmos criando laços de solidariedade e
amizade social, pois podemos estar ilhados, mas não isolados. Deus abençoe
todos que decidiram tornarem-se consolação para os outros”.
Fonte: CNBB
Foto de capa: Divulgação / CBMRS
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