O Padre Leonardo Inácio Pereira,
vigário geral e coordenador de Pastoral da Diocese de Caxias do Sul/RS, está em
contato direto com as paróquias do interior que atendem as famílias atingidas
pelas enchentes no Estado. Em balanço provisório, são pelo menos 10 mortes e 21
desaparecidos. A Igreja já está mobilizada em campanha de doações: o cenário é
de "comunidades isoladas, pontes destruídas, estradas interrompidas",
descreve dom Jaime Spengler.
Andressa
Collet - Vatican News
“Há poucas horas conversava com
alguns padres que estão diretamente ligados a essas comunidades, que estão nos
salões paroquiais, onde ainda existe energia elétrica, estão tendo acesso às
famílias que sofreram as consequências dessas enchentes. A situação é
desesperadora. Desesperadora.”
O
testemunho é de Padre Leonardo Inácio Pereira, vigário geral e coordenador
de Pastoral da Diocese de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul. Mais de 100
cidades foram afetadas pelos temporais que começaram ainda na segunda-feira
(29). Imagens fortes de inundações, quedas de barreiras e pontes, deslizamentos
de terra e transtornos em geral têm ganhado o país através das redes sociais. A
onda de mau tempo volta a castigar os gaúchos em menos de 8 meses daquela que,
em setembro de 2023, afetou mais de 120 mil pessoas.
O balanço
provisório na manhã desta quinta-feira (2) é de pelo menos 10 mortes e 21
desaparecidos decorrentes dos temporais que atingem principalmente as regiões
da grande Porto Alegre, Vales, Central, Serra e Sul. Segundo a Defesa Civil,
quase 4 mil e meio de pessoas estão desabrigadas. Em nota divulgada pela
Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), está sendo feito um monitoramento
nas barragens, com planos de ação de emergência e segurança já acionados.
Segundo
coletiva de imprensa com o governador Eduardo Leite nesta quarta-feira (01), o
presidente Lula deve visitar o Rio Grande do Sul ainda nesta quinta (02). O
arcebispo de Porto Alegre/RS e presidente da CNBB, dom Jaime Spengler, comentou
à Rádio Vaticano-Vatican News que a previsão do tempo ainda alerta para risco
de chuvas:
“A situação é preocupante em
várias regiões do Estado: há várias comunidades isoladas, pontes foram
destruídas, estradas foram interrompidas. Uma situação realmente muito dura. E
as previsões da meteorologia não são nada favoráveis: se diz que nos próximos
dias ainda teremos chuvas intensas. Isso redobra a nossa preocupação. Realmente
a situação é muito, muito preocupante.”
Hora de
invocar o Padroeiro do RS
Dom Jaime
exorta solidariedade neste momento, além de uma oração especial:
"Oração
no sentido de pedir ao Padroeiro do Rio Grande do Sul, São Pedro, e porque
também não dizer a Nossa Senhora, pedindo, sim, que cessem as chuvas.
Precisamos de oração, necessitamos de solidariedade. Há uma multidão sofrendo.
Também, aqui na região metropolitana de Porto Alegre, nos próximos dias, como
diz a Defesa Civil, sofreremos as consequências das chuvas. As águas começam a
descer das montanhas. Normalmente as águas chegam dois, três dias depois aqui
na região metropolitana."
A Igreja em
Porto Alegre está promovendo uma campanha de solidariedade, assim como todo o
Regional Sul 3 da CNBB, para angariar fundos em favor das famílias atingidas
pelas chuvas e enchentes. Em especial, a diocese de Caxias do Sul reabriu neste
nestes dias a campanha de ajuda econômica para dar apoio material aos mais
necessitados das paróquias, como explicou o Pe. Leonardo. É possível fazer
doações via PIX, pela chave (e-mail): doacoes@diocesedecaxias.org.br:
"É uma conta que a nossa diocese tem para esses casos emergenciais. No ano passado nós conseguimos arrecadar 330 mil reais e ainda havia um saldo para ajudar as famílias que estão ainda vivendo as consequências daquela primeira enchente e, agora, precisamos, sem dúvida alguma, arrecadar mais valores para podermos ajudar essas famílias agora que estão sofrendo neste momento histórico."
É tempo de
solidariedade
Dom José
Gislon, bispo de Caxias do Sul, também comentou do apoio espiritual que está
sendo dado em nível diocesano, "porque é tempo de solidariedade e de
estarmos próximos dos cuidadores do Povo de Deus, dos sacerdotes" com a
presença da Igreja para superar este momento:
"Creio que é importante nesse momento mantermos um princípio de comunhão, de apoio, também na realidade eclesial. Por isso tomei a liberdade no dia de hoje de ligar para vários padres, tendo presente as situações que envolvem várias as nossas paróquias para saber como é que estava a situação no local, qual a necessidade de apoio e em cima disso também motivarmos para a solidariedade entre as várias paróquias, mas também instituições que queiram ajudar as pessoas flageladas, que tiveram suas casas casas atingidas pela enchente, mas também muitas situações de vulnerabilidade social que precisam do apoio e da solidariedade como um todo."
Colaboração: Felipe Michelon Padilha - diocese de Caxias do Sul/RS
Fonte: https://www.vaticannews.va/pt
Nenhum comentário:
Postar um comentário