Translate

quarta-feira, 22 de maio de 2024

Enquanto Papa e Vaticano trabalham pela paz, o mundo atinge recorde em vendas de armas

Os Países Mais Proeminentes No Mercado De Armas São Os Estados Unidos E Outros Membros Da OTAN. Foto: Terceira Via 

A investigação do SIPRI sobre armas e despesas militares também monitoriza o progresso das despesas militares em todo o mundo, com dados muito completos e consistentes e uma extensa base de informações publicamente disponíveis sobre despesas militares.

Compartilhe esta entrada (ZENIT News / Roma, 20/05/2024).- Os gastos com armas aumentaram em todo o mundo, segundo o relatório do Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (SIPRI). Destaca que os aumentos significativos ocorrem na Europa, Ásia, Oceania e Médio Oriente. Os países mais proeminentes no mercado de armas são os Estados Unidos e outros membros da OTAN.

O SIPRI é um instituto de estudos estratégicos fundado em 1966 a pedido de Tager Erlander, primeiro-ministro da Suécia, para comemorar 150 anos de paz ininterrupta no seu país. Desde então, o SIPRI tem realizado estudos científicos sobre cooperação e conflitos armados para contribuir para a criação das condições necessárias à sua resolução e melhorar a paz.

No relatório publicado em Estocolmo em 22 de abril de 2024, o crescimento dos gastos com armamento é observado pelo nono ano consecutivo. Os 2.443 biliões de dólares marcam o valor mais elevado alguma vez alcançado, o que representa 2,3% do produto interno bruto (PIB) mundial.

A OTAN investiu 55% da despesa total. O crescimento foi realizado em cinco regiões geográficas do mundo, com os maiores gastos por parte dos Estados Unidos e da OTAN. A guerra é um negócio muito lucrativo com grandes investimentos.

A investigação do SIPRI sobre armas e despesas militares também monitoriza o progresso das despesas militares em todo o mundo, com dados muito completos e consistentes e uma extensa base de informações publicamente disponíveis sobre despesas militares.

O aumento dos armamentos provém da guerra na Ucrânia, segundo o relatório, que “alterou radicalmente as perspectivas de segurança dos Estados europeus”. Muitos membros da União Europeia aumentaram os seus gastos com armas, mesmo em estados onde governam partidos anti-guerra, como a Espanha ou a Alemanha.

Há também um crescimento significativo de armas em países da Ásia, da Oceania e do Médio Oriente. O documento aponta que “infelizmente, em nenhum lugar do mundo houve qualquer melhoria”.

Os dados do SIPRI colocam a Rússia em terceiro lugar em termos de gastos no mundo: alocou 102 mil milhões de euros, 4,5% do seu PIB global, 24% mais que no ano anterior. A Ucrânia, o oitavo maior investidor mundial em armas, aumentou os gastos em 51%, 60 mil milhões de euros, um terço do seu PIB. Kiev recebeu 32 mil milhões de euros em ajuda militar, aproximando-se dos gastos de Moscovo.

Os 31 membros da NATO investiram 1,341 mil milhões de dólares, 55% dos gastos militares globais em 2023. Os Estados Unidos aumentaram 2,3%, atingindo 916 mil milhões de dólares no ano passado: 68% dos gastos totais da NATO em armas. A maioria dos membros europeus da NATO aumentou os gastos militares em 28%. Os 4% restantes vieram do Canadá e da Turquia.

Lorenzo Scarazzato, investigador do SIPRI, comentou: “Para os estados europeus da NATO, os últimos dois anos de guerra na Ucrânia mudaram fundamentalmente as perspectivas de segurança. Esta mudança na percepção da ameaça reflete-se numa proporção crescente do PIB destinada a despesas militares. E a meta de 2% da OTAN é cada vez mais vista como uma base e não como um limiar a atingir.

Os gastos com armas no Médio Oriente cresceram 9% numa década. A Arábia Saudita é o país que mais investiu, seguida por Israel, com aumentos de gastos superiores a 24%. A ofensiva na Faixa de Gaza após os ataques do Hamas em Outubro passado teve influência, segundo o SIPRI: “O grande aumento dos gastos militares no Médio Oriente em 2023 reflete a rápida evolução da situação na região, desde a melhoria da situação diplomática relações entre Israel e vários países árabes nos últimos anos, até à eclosão de uma grande guerra em Gaza e ao medo de um conflito regional.

Outro crescimento notável nas despesas militares verifica-se no Extremo Oriente: China com 278 mil milhões de euros, crescendo 6%; Japão com 50,2 mil milhões de dólares com um aumento de 11%; e Taiwan com 16,6 mil milhões de dólares, um aumento de 11%.

A Índia foi o quarto maior gastador militar do mundo, com 83,6 mil milhões de dólares, crescendo 4,2% em 2023. A República Democrática do Congo gastou 105% mais e o Sudão do Sul 78%.

É oportuno recordar a mensagem de Natal de 2023 do Papa Francisco, onde denunciou o escândalo dos gastos com armas num mundo onde as pessoas morrem de fome: As pessoas “não querem armas, mas pão”. O apelo à paz tem sido uma constante nestes últimos anos do Pontificado de Francisco. E a diplomacia do Vaticano também seguiu nessa direção.

Fonte: https://es.zenit.org/

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF