Fé e família na nova
evangelização
Num texto do Magistério sobre a família, o Papa João Paulo II afirmava
que “a família nos tempos de hoje, tanto e talvez mais que outras instituições,
tem sido posta em questão pelas amplas, profundas e rápidas transformações da
sociedade e da cultura”.
Família e nova evangelização
14/05/2014
Uma família assim será capaz de “anunciar com renovado entusiasmo que o
evangelho da família é um caminho de realização humana e espiritual”[15]. Contra falsas concepções do casamento, que desfiguram a realidade e o
plano de Deus, o “Evangelho da família” proclama que “ o amor e a entrega total
dos esposos, com as suas notas peculiares de exclusividade, fidelidade,
permanência no tempo e a abertura à vida, está na base dessa comunidade de vida
e amor que é o matrimônio”[16].
Nosso tempo precisa de testemunhas. Precisa ser lembrado de que viver o
Evangelho não é apenas possível, mas é uma fonte de alegria. Uma família que
acolhe o número de filhos que Deus quiser enviar-lhes, torna-se, em alguns
lugares, um convite à reflexão, que desmente – através da alegria de seus
componentes – qualquer lugar comum ou preconceito. E também quando dá
testemunho de firmeza na fidelidade conjugal, respeito à vida, etc.
Hoje muitos são tentados ao desânimo e estão angustiados com as
dificuldades que mais cedo ou mais tarde atacam a vida familiar e acabam
rompendo muitos lares. Para eles, encontrar um casal de amigos que segue o
exemplo da Sagrada Família pode implicar a ajuda que precisam para recuperar a
esperança, enfrentar com entusiasmo a tarefa de formar uma família feliz,
descobrir o significado do sacrifício por amor aos outros. As famílias têm a
necessidade de ver como a graça funciona em outros casais: saber como enfrentam
problemas e lutas similares, como educam os seus filhos, como o marido e a
esposa salvaguardam o seu amor. Para isso pode ser útil organizar conferencias
ou encontros mais informais, sobre temas como a educação dos filhos e o
aproveitamento do tempo livre. Não seria estranho que essas iniciativas fossem
a oportunidade para descobrir interesses ou preocupações comuns com outros
casais, que os levassem a um esforço conjunto para promover iniciativas
legislativas e administrativas para as famílias.
A este respeito, a amizade com outras famílias é um terreno fértil para
apostolado pessoal, pois facilita o ambiente, amável e de confiança que é
necessário para atingir o coração das pessoas. E nada mais lógico que enfrentar
os desafios comuns dos problemas de toda a sociedade: “Aos pais e às mães de
família corresponde por direito próprio – insisto – uma ampla gama de
apostolado pessoal com diversas manifestações. E nada mais lógico do que
associarem-se livremente a muitas outras pessoas que enfrentam problemáticas
semelhantes, para enfrentar esta situação de evidente relevância: o uso do
tempo livre, o lazer e o entretenimento, as viagens, a promoção de locais
adequados para que as filhas e os filhos possam ir amadurecendo humana e
espiritualmente, etc.”[17].
A alegria e a luz que transmite uma família unida - lar luminoso e
alegre, como São Josemaria gostava de dizer - são um anzol para atrair nossos
amigos e mostrar-lhes a Verdade que nos faz felizes. É o “vem e vê”[18] particular das famílias, que estão sempre sob a proteção de Santa
Maria, Mãe de Jesus e nossa Mãe, Regina familiae.
J. Vidal-Quadras
maio 2013
© CRIS 2013
__________
[15] Bento XVI, Discurso aos participantes no encontro de presidentes
das comissões episcopais para a família e a vida da América Latina.
[16] Ibidem.
[17] D. Javier Echevarría, Carta, 29-9-2012, n. 25
[18] Jo 1, 46
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