Nossa Senhora de Fátima,
as aparições que mudaram a história – 13 de Maio
- Data de publicação12/05/2024
Era uma Senhora vestida de branco, mais
brilhante que o sol, espargindo luz mais clara e intensa que um copo de
cristal cheio de água cristalina, atravessado pelos raios do sol mais
ardente. Seu semblante era de uma inenarrável beleza, nem triste, nem alegre,
mas sério, talvez com uma suave expressão de ligeira censura…
As aparições de Fátima
13 de maio de 1917. Lúcia de
Jesus, 10 anos, Francisco Marto, 9 anos e Jacinta Marto, 7 anos, após a Missa
na igreja de Aljustrel, lugarejo de Fátima, foram pastorear o rebanho de
ovelhas nas terras do pai de Lúcia, na Cova da Iria.
Após um como que clarão de
relâmpago, num céu luminoso e sereno, sobre uma carrasqueira de metro e pouco
de altura apareceu-lhes a Mãe de Deus.
Segundo as descrições da Irmã
Lúcia, era “uma Senhora vestida toda de branco, mais brilhante que o sol,
espargindo luz mais clara e intensa que um copo de cristal cheio de água
cristalina, atravessado pelos raios do sol mais ardente”. Seu semblante era de
uma inenarrável beleza, nem triste, nem alegre, mas sério, talvez com uma suave
expressão de ligeira censura. Como descrever em pormenores seus traços? De que
cor os olhos, os cabelos dessa figura celestial? Lúcia nunca o soube dizer ao
certo!
O vestido, mais alvo que a
própria neve, parecia tecido de luz. Tinha as mangas relativamente estreitas e
era fechado no pescoço, descendo até os pés, os quais, envolvidos por uma tênue
nuvem, mal eram vistos roçando as franças da azinheira. Um manto lhe cobria a
cabeça, também branco e orlado de ouro, do mesmo comprimento que o vestido,
envolvendo-lhe quase todo o corpo. “As mãos, trazia-as juntas em oração,
apoiadas no peito, e da direita pendia um lindo rosário de contas brilhantes
como pérolas, terminando por uma cruzinha de vivíssima luz prateada. [Como]
único adereço, um fino colar de ouro-luz, pendente sobre o peito, e rematado,
quase à cintura, por uma pequena esfera do mesmo metal”
Nesta primeira aparição, Nossa
Senhora pede aos 3 pastorinhos que venham seis meses seguidos, no dia 13, à
mesma hora. E diz que ainda viria uma sétima vez.
“Quereis oferecer-vos a Deus
para suportar todos os sofrimentos que Ele quiser enviar-vos, em ato de
reparação pelos pecados com que Ele é ofendido, e de suplica pela conversão dos
pecadores?
À resposta afirmativa das
crianças, Ela acrescentou: “Ides, pois, ter muito que sofrer, mas a graça de
Deus será o vosso conforto”.
Foi ao pronunciar estas últimas
palavras (‘a graça de Deus…’, etc.), que abriu pela primeira vez as mãos,
comunicando-nos uma luz tão intensa, como que reflexo que delas expedia, que
nos penetrava no peito e no mais íntimo da alma, fazendo-nos ver a nós mesmos
em Deus, que era essa luz, mais claramente do que nos vemos no melhor dos
espelhos. Então, por um impulso íntimo, também comunicado, caímos de joelhos e
repetíamos intimamente: ‘Ó Santíssima Trindade, eu Vos adoro. Meu Deus, meu
Deus, eu Vos amo no Santíssimo Sacramento’.
Passados os primeiros momentos,
Nossa Senhora acrescentou: ‘Rezem o Terço todos os dias para alcançarem a paz
para o mundo e o fim da guerra’.
E Nossa Senhora se elevou
serenamente, subindo em direção ao nascente, até desaparecer no Céu.
A celeste Mensageira havia
produzido nas crianças uma deliciosa impressão de paz e de alegria radiante, de
leveza e liberdade. Parecia-lhes que poderiam voar como os pássaros. De tempos
em tempos, o silêncio em que tinham caído era cortado por esta jubilosa
exclamação de Jacinta:
– Ai! que Senhora tão bonita!
Ai! que Senhora tão bonita!
Nas aparições, a Virgem
Santíssima falou apenas com Lúcia, Jacinta só ouvia o que Ela dizia e Francisco
não A ouvia mas apenas via.
A segunda aparição: 13 de junho
Já com a presença de 50 pessoas
na Cova da Iria, os 3 pastorinhos viram de novo o reflexo da luz (a que
chamavam relâmpago) que se aproximou da carrasqueira. Nossa Senhora queria que
voltassem no próximo dia 13, que rezassem o Terço todos os dias e aprendessem a
ler.
Lúcia pede para que Ela os leve
para o Céu. “Sim, à Jacinta e ao Francisco levo-os em breve. Mas tu ficas cá
mais algum tempo. Jesus quer servir-se de ti para Me fazer conhecer e amar. Ele
quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração. A quem a abraçar,
prometo a salvação; e serão queridas de Deus estas almas, como flores postas
por Mim a adornar o seu trono”.
A Virgem anima Lúcia, dizendo
que nunca a deixará. “O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho
que te conduzirá até Deus.”
De novo, abriu as mãos e lhes
comunicou o reflexo de intensa luz, como que submergindo-os em Deus. E na palma
da mão direita de Maria estava um Coração cercado de espinhos que pareciam
estar nele cravados. Era o Imaculado Coração de Maria ultrajado pelos pecados
da humanidade, querendo reparação! Aos poucos essa visão se esvaeceu diante das
vistas enlevadas dos três pastorinhos.
E Nossa Senhora, resplandescente
de luz, subiu suavemente para o leste, até desaparecer.
Terceira aparição: 13 de julho
Lúcia, até a tarde do dia
anterior, estava resolvida a não comparecer à Cova da Iria. Mas, ao se
aproximar a hora, numa sexta-feira, sentiu-se impelida por uma força estranha,
à qual não lhe era fácil resistir. Foi ter com os primos, aos quais encontrou no
quarto, de joelhos, chorando e rezando pois não queriam ir sem Lúcia. As três
crianças, então, se puseram a caminho.
Chegando ao local da aparições,
surpreenderam-se com mais de 2 mil pessoas aguardando o extraordinário
acontecimento. O pai de Francisco e Jacinta, Sr. Marto, narrou ter visto uma
nuvenzinha acinzentada pairar sobre a azinheira, enquanto o sol se turvava e
fresca aragem soprava…
“Quero que venham aqui no dia 13
do mês que vem; que continuem a rezar o Terço todos os dias em honra de Nossa
Senhora do Rosário, para obter a paz do mundo e o fim da guerra, porque só Ela
lhes poderá valer”.
E Lúcia revela que Nossa Senhora
pediu para eles se sacrificarem pelos pecadores e dizerem muitas vezes, em
especial sempre que fizerem algum sacrifício:
“Ó Jesus, é por Vosso amor, pela
conversão dos pecadores, e em reparação pelos pecados cometidos contra o
Imaculado Coração de Maria”.
Maria Santíssima revela, então,
aos 3 pastorinhos a primeira parte do segredo de Fátima: a visão do inferno; a
segunda parte do segredo: o anúncio do Castigo e dos meios para evitá-lo. A
terceira parte do segredo permaneceu desconhecida até 26 de junho de 2000.
Nesta data, foi ela divulgada por determinação de S.S. o Papa João Paulo II.
Nossa Senhora, então, elevou-se
em direção ao nascente, até desaparecer no firmamento. O final da aparição,
segundo Sr. Marto, foi indicado por uma espécie de trovão.
Quarta aparição: 15 de agosto
Às vésperas da data, os 3
pastorinhos foram sequestrados e mantidos por 3 dias sob vigilância pelo
Administrador de Ourém, que lhes desejava arrancar os segredos a eles
confiados. Assim, não puderam comparecer à Cova da Iria, no dia 13 de agosto.
Alguns dos presentes, no local, testemunharam ter ocorrido o trovão, o
relâmpago e o surgimento da pequena nuvem, leve, branca e bonita, pairando
sobre a azinheira. E que, depois, subiu e desapareceu no céu.
Libertos e estando, em 15 de
agosto, a pastorear em Valinhos, Lúcia e Jacinto sentiram algo sobrenatural que
os envolvia… E mandaram que João, irmão de Jacinta, fosse chamá-la. Lúcia e
Francisco viram o reflexo da luz como um relâmpago e, chegada a Jacinta, logo,
Nossa Senhora apareceu sobre a carrasqueira. Ela queria que viessem no próximo
dia 13 e que rezassem o Terço todos os dias.
“No último mês farei o milagre
para que todos acreditem.” prometeu a Virgem.
Mandou que fossem feitos dois
andores para a festa de Nossa Senhora do Rosário com o dinheiro deixado pelo
povo na Cova da Iria. O restante seria usado para ajudar na capela que
mandariam fazer. E, tomando um aspecto mais triste, acrescentou:
“Rezai, rezai muito e fazei
sacrifícios pelos pecadores, que vão muitas almas para o Inferno por não haver
quem se sacrifique e peça por elas”. – E Nossa Senhora se retira em
direção ao nascente, como das outras vezes. Durante longos minutos os
pastorinhos permaneceram em estado de êxtase. Sentiam-se invadidos por uma
alegria inigualável, após tantos sofrimentos e temores.
Quinta aparição: 13 de setembro
Nesse dia, 15 a 20 mil pessoas,
e talvez mais, acorreram à Cova da Iria. Todos queriam ver, falar e fazer
pedidos às crianças para que apresentassem à Virgem. Junto à carrasqueira,
começaram a rezar o Terço com o povo, até que num reflexo de luz Nossa Senhora
apareceu sobre a azinheira.
“Continuem a rezar o Terço para
alcançarem o fim da guerra. Em outubro virá também Nosso Senhor, Nossa Senhora
das Dores e do Carmo, São José com o Menino Jesus, para abençoarem o mundo.
Deus está contente com os vossos sacrifícios, mas não quer que durmais com a
corda [cilício], trazei-a só durante o dia”.
Segundo o testemunho de alguns
espectadores, por ocasião dessa visita de Nossa Senhora, como das outras vezes,
ocorreram diversos fenômenos atmosféricos. Observaram “à distância aparente de
um metro do sol, um globo luminoso, que em breve começou a descer em direção ao
poente e, da linha do horizonte, voltou a subir de novo em direção ao
sol”. Além disso, a atmosfera tomou uma cor amarelada, verificando-se uma
diminuição da luz solar, tão grande que permitia ver a lua e as estrelas; uma
nuvenzinha branca, visível até o extremo da Cova, envolvia a azinheira e com
ela os videntes. Do céu choviam como que pétalas de rosas ou flocos de neve,
que se desfaziam pouco acima das cabeças dos peregrinos, sem deixar-se tocar ou
colher por ninguém”.
Ainda que breve, a aparição de
Nossa Senhora deixou os pequenos videntes felicíssimos, consolados e
fortalecidos em sua fé. Francisco, de modo especial, sentia-se transportado de
alegria com a perspectiva de ver, dali a um mês, Nosso Senhor Jesus Cristo,
conforme lhes prometera a Rainha do Céu e da Terra.
Sexta e última aparição: 13 de
outubro de 1917
Já era o outono. Uma chuva
persistente e forte transformara a Cova da Iria num lamaçal e encharcava a
multidão de 50 a 70 mil peregrinos, vindos de todos os cantos de Portugal.
Assim que chegaram os videntes, Lúcia pediu que fechassem os guarda-chuvas para
rezarem o Terço. E, pouco depois, houve o reflexo de luz e Nossa Senhora
apareceu sobre a carrasqueira.
“Quero dizer-te que façam aqui
uma capela em minha honra, que sou a Senhora do Rosário, que continuem sempre a
rezar o Terço todos os dias. A guerra vai acabar e os militares voltarão em
breve para suas casas.”
Ao pedido de cura para uns
doentes e conversão para alguns pecadores, Nossa Senhora respondeu:
“Uns sim, outros não. É preciso
que se emendem, que peçam perdão dos seus pecados”.
E tomando um aspecto triste, Ela
acrescentou:
“Não ofendam mais a Deus Nosso
Senhor que já está muito ofendido”.
E, abrindo as mãos, fê-las
refletir no sol, e enquanto Se elevava, continuava o reflexo da sua própria luz
a projetar-se no sol.
Visões de cenas simbolizando os
Mistérios gozosos, dolorosos e gloriosos do Rosário
Chovera durante toda a aparição.
Lúcia, no término de seu colóquio com Nossa Senhora, gritara para o povo:
“Olhem para o sol!” Rasgam-se as nuvens, e o sol aparece como um imenso disco
de prata. Apesar de seu intenso brilho, pode ser olhado diretamente sem ferir a
vista. As pessoas o contemplam absortas quando, de súbito, o astro se põe a
“bailar”. Gira rapidamente como uma gigantesca roda de fogo. Pára de repente,
para dentro em pouco recomeçar o giro sobre si mesmo numa espantosa velocidade.
Finalmente, num turbilhão vertiginoso, seus bordos adquirem uma cor escarlate,
espargindo chamas vermelhas em todas as direções. Esses fachos refletem-se no
solo, nas árvores, nos arbustos, nas faces voltadas para o céu, reluzindo com
todas as cores do arco-íris. O disco de fogo rodopia loucamente três vezes, com
cores cada vez mais intensas, treme espantosamente e, descrevendo um ziguezague
descomunal, precipita-se em direção à multidão aterrorizada. Um único e imenso
grito escapa de todas as bocas. Todos caem de joelhos na lama e pensam que vão
ser consumidos pelo fogo. Muitos rezam em voz alta o ato de contrição. Pouco a
pouco, o sol começa a se elevar traçando o mesmo ziguezague, até o ponto do
horizonte de onde havia descido. Torna-se então impossível fitá-lo. É novamente
o sol normal de todos os dias. O ciclo das visões de Fátima estava
encerrado.
Os prodígios haviam durado cerca
de 10 minutos. Todos se entreolhavam perturbados. Depois, a alegria explodiu:
“O milagre! As crianças tinham razão!” Os gritos de entusiasmo ecoavam pelas
colinas adjacentes, e muitos notavam que sua roupa, encharcada alguns minutos
antes, estava completamente seca.
O milagre do sol pôde ser
observado a uma distância de até 40 quilômetros do local das aparições.
A promessa da sétima vinda de
Nossa Senhora
Em sua primeira aparição, a
Santíssima Virgem pediu aos 3 pastorinhos que viessem à Cova da Iria seis meses
seguidos. E acrescentou: “Depois voltarei ainda aqui uma sétima vez”.
Seguiram-se as seis aparições,
segundo o relato da Irmã Lúcia, pairando o mistério sobre a sétima aparição…
Estará, esta, ligada à promessa
do triunfo de Seu Imaculado Coração? Esse triunfo, sem dúvida, configura uma
suprema e altíssima esperança para os dias de hoje! Fátima, queiramos ou não,
tornou-se com a promessa “Por fim meu Imaculado Coração triunfará” o ponto de
referência essencial, indispensável, para nossa vida e para o mundo
contemporâneo.
Fátima, inegavelmente, é a
aurora do terceiro milênio!
Fonte: Arautos do Evangelho
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