São Cristóvão Magalhães,
martirizado durante a Missa na guerra dos Cristeros
- Data de publicação20/05/2024Sacerdote mártir – assassinado enquanto celebrava a Missa na guerra dos Cristeros (1869-1927)
Neste dia 21 de maio, celebramos
São Cristóbal Magallanes Jara, também conhecido como Cristóvão de Magalhães, um
mártir e santo que foi assassinado sumariamente enquanto celebrava a Missa
durante a guerra dos Cristeros no México.
Cristóbal nasceu em um pequeno
rancho do município de Totaltiche, Jalisco, arquidiocese de Guadalajara,
México, em 30 de julho de 1869. Até os dezenove anos de idade ali permaneceu,
estudando e trabalhando nos mais diversos serviços. Em 1888, matriculou-se no
seminário em Guadalajara, realizando o seu sonho de ser sacerdote ao ser
designado para a paróquia de sua cidade natal.
De temperamento sereno,
tranquilo e persistente, Cristóbal se tornou um sacerdote de fé ardente,
prudente diretor de seus irmãos sacerdotes e pastor zeloso que se entregou à
promoção humana e cristã de seus fiéis. Missionário entre os indígenas
huicholes e fervoroso propagador do Rosário à Santíssima Virgem Maria.
Mas os acontecimentos políticos
de 1917 alteraram o destino do país. Nesse ano foi promulgada a constituição
anticlerical do México, assinada pelo então presidente Venusiano Carranza,
dando início às perseguições religiosas e outras arbitrariedades contra a
população no país.
Apesar da Igreja, por seu
episcopado, expressar seu desagravo às novas leis, nada pôde fazer, ao
contrário, foi vitimada pelo endurecimento nas perseguições. Isso gerou a
reação da sociedade e os leigos se organizaram formando a Liga em Defesa da
Liberdade Religiosa, entrando em confronto, até mesmo armado, com os
integrantes do governo.
Dez anos depois, em 1926, a
situação só tinha piorado. O então presidente, Plutarco Elias Calles, tornou a
perseguição ainda mais violenta, expulsando os sacerdotes estrangeiros,
fechando escolas privadas e obras assistenciais de organizações religiosas. Os
integrantes da Liga reagiram com vigor.
Como esse movimento da Liga não
foi coordenado pela Igreja, muitos sacerdotes preferiam não aderir, deixando o
país ou mesmo abandonando suas atividades por um tempo. Porém, outros decidiram
ficar firmes em seus postos, para atender os fiéis, mesmo arriscando as
próprias vidas.
E assim fez Cristóbal, que tinha
para as vocações sacerdotais um cuidado extremado e um lugar especial no seu
ministério. Quando os perseguidores da Igreja fecharam o seminário de
Guadalajara, ele se ofereceu para fundar em sua paróquia um seminário com a
finalidade de proteger, orientar e formar os futuros sacerdotes.
Perseguido, em 25 de maio de
1927 foi fuzilado em Colotlán, Jalisco, diocese de Zacatecas. Vendo um de seus
companheiros de martírio assustado, padre Agustín Caloca, que tremia diante do
carrasco, disse-lhe:
‘Fique tranquilo filho, é apenas
um momento e depois virá o céu’.
Diante de seus assassinos, à sua
hora, São Cristóvão de Magalhães, dirigindo-se a tropa disse em voz alta:
Sou e morro inocente; perdoo de
coração aos que me matam e peço a Deus que meu sangue sirva para a união de
meus irmãos mexicanos!
Após sua morte foi sucedido como
pároco pelo Frei José Pilar Quezada Valdés, que foi posteriormente o primeiro
bispo da Arquidiocese de Acapulco. O papa João Paulo II, em 2000, canonizou
vários mártires mexicanos desse período, entre eles são Cristóbal Magallanes
Jara, que é celebrado neste dia.
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