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terça-feira, 25 de junho de 2024

A santidade, vocação universal

O chamado universal à santidade (pspsp.curitiba)

A SANTIDADE, VOCAÇÃO UNIVERSAL

Cardeal Orani João Tempesta
Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)
 

Cadernos do Concílio – Volume 22 

Hoje nos debruçaremos no volume 22 da Coleção Cadernos do Concílio Ecumênico Vaticano II, em preparação ao jubileu da esperança do próximo ano e a comemoração dos sessenta anos de encerramento do Concílio Ecumênico Vaticano II. Foi elaborada pela Igreja essa coleção Cadernos do Concílio para que mesmo de forma resumida os fiéis possam ter contato com os documentos elaborados ao longo dessa Assembleia dos bispos de todo o mundo.  

Ao mesmo tempo a coleção foi elaborada para que de certa forma esses documentos fossem atualizados e sem perder a essência usam uma linguagem mais apropriada para os nossos dias. Além do mais, podemos usar os livrinhos dessa coleção para estudar em grupos em nossas paróquias e comunidades. Existe também um livro chamado de “Compêndio do Concílio Vaticano II” que tem todas as decisões e documentos do Concílio inseridos nele. Com certeza será de grande valia essa aquisição, tanto do Compêndio como dos volumes dessa coleção Cadernos do Concílio, e estudar os dois.  

O tema escolhido para esse volume 22 da coleção Cadernos do Concílio é: “A santidade, vocação universal”, ou seja, todos os batizados são chamados a viver a santidade no dia a dia, não que necessariamente serão canonizados pela Igreja, mas todo cristão batizado deve almejar a vida eterna e o Reino dos céus. Não somente almejar, mas querer estar na vida eterna, e isso será possível após trilharmos uma vida reta e santa aqui na terra. 

O caminho para alcançar a santidade consiste em edificar o Reino de Deus aqui na terra, ou seja, amando e perdoando o próximo e colocando em prática a justiça e a caridade. Somos convidados a edificar o Reino de Deus aqui na terra e vive-lo depois de maneira plena no céu.  

Quando somos batizados somos incorporados a Cristo e à sua Igreja e chamados a ser sacerdotes, profetas e reis, e ainda, sal na terra e luz no mundo. Ser sacerdote, profeta e rei quer dizer que fazemos parte do sacerdócio comum de todos os fiéis, pois somos incorporados a Cristo eterno sacerdote. Ao mesmo tempo quer dizer que somos chamados a ser discípulos e missionários do Senhor, sendo profetas nos dias de hoje, anunciando o Reino de Deus.  

Ao mesmo tempo somos chamados a ser “sal e luz”, ou seja, temos que iluminar a vida dos outros e não ser escuridão ou trevas. Iluminar significa anunciar Jesus Cristo para o outro e tirá-lo da escuridão, do mesmo modo que Barnabé fez com Paulo. E ser sal significa que a nossa vida tem que ter sabor, ou seja, que nossa vida tenha sentido e objetivo, procurando edificar aqui na terra o Reino de Deus.  

A Constituição Conciliar Lumen Gentium, fruto justamente do Concílio Ecumênico Vaticano II e que temos mencionado nos últimos volumes dessa coleção, no número 11, vai dizer: “todos os cristãos, seja qual for sua condição ou estado, são chamados pelo Senhor, cada um no seu caminho, à perfeição da santidade pela qual é perfeito o próprio Pai” (Lumen Gentium, 11).  

A santidade é uma vocação, ou seja, um chamado de Deus, é Ele quem chama a viver a santidade, do mesmo modo que é Ele quem nos chama para o batismo. E ele chama a todos sem distinção de idade, profissão, raça ou condição social. Todos os seguidores de Cristo devem almejar a santidade e responder positivamente a esse chamado de Deus. São Paulo nos diz que devemos nos guiar pelo Espírito Santo, pois ele nos santifica, e não nos guiarmos pela carne que nos levará ao pecado. Peçamos todos os dias que o Espírito nos santifique e que nossas ações diárias reflitam o amor, a caridade, a justiça e a paz. Deus nos escolheu para santidade e para conduzir outros irmãos para o mesmo caminho.  

Viver a santidade não é algo tão difícil ou complicado, basta viver no dia a dia os mandamentos da lei de Deus e a caridade com o próximo. Jesus em Mateus (5, 1-12) direciona o caminho para que todos os cristãos vivam a santidade, ou seja, viver as bem-aventuranças. Por mais que algumas vezes não seja fácil temos que buscar ser perfeitos como o Pai Celeste é perfeito.  

Por fim, por isso, que no final do ano celebramos finados no dia 2 de novembro, depois de termos celebrado a Solenidade de Todos os Santos no dia 01 de novembro, ou no domingo seguinte se a solenidade cai durante a semana. Essas duas solenidades são tão próximas porque querem dizer que o caminho de todo o cristão é a vida eterna ao lado de Deus, após ter trilhado um caminho de santidade aqui na terra.  

Convido a tomarem esse volume 22 da coleção Cadernos do Concílio em mãos e ler um pouco sobre a nossa vocação universal a santidade. E ainda, ler a Lumen gentium a partir do número 11. Ser santo é um caminho possível e não muito difícil, se trata de negar aquilo que nos afasta de Deus e dizer Sim para aquilo que nos aproxima do Senhor. Em suma viver a santidade no dia a dia é colocar em prática as bem-aventuranças, e esse é o caminho para a vida eterna.

 Fonte: https://www.cnbb.org.br/

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF