O Superior dos Missionários da
Consolata expressa a alegria do Instituto pela próxima canonização do fundador.
Os 900 religiosos espalhados nas fronteiras da nova evangelização estão
empenhados prioritariamente na educação e na promoção humana de grupos étnicos
ainda não totalmente integrados nas sociedades.
Antonella
Palermo – Vatican News
“É um
momento de graça”. Assim comenta o padre queniano James Lengarin IMC, Superior
Geral dos Missionários da Consolata, sobre a notícia da iminente canonização do
fundador, o beato Giuseppe Allamano. Com 900 religiosos espalhados pelo mundo,
com uma idade média de 53 anos, a congregação nascida há pouco mais de um
século pode contar com muitos idosos que, no entanto, “ainda podem fazer
muito”, levando adiante o carisma de ir às fronteiras, com entusiasmo,
dedicação e criatividade.
Ir “ad gentes
O Superior
nos responde da Argentina: “eu estava na Colômbia para a XIII Conferência
Regional com cerca de sessenta padres quando chegou a notícia: é uma alegria
imensa, porque estamos esperando por isso há tantos anos. É um momento de
graça”. Padre Lengarin relembra a origem da constituição dessa família de
homens consagrados: “fomos fundados acima de tudo para os não cristãos. Nosso
fundador foi muito inspirado pela atividade missionária dos padres de Dom
Bosco. Para ele, a maior preocupação sempre foi ir e levar o Evangelho àqueles
que não conhecem Deus. Além disso, a promoção humana era um aspecto muito
importante que ele sempre enfatizava”.
Crescido
entre os salesianos, Allamano se tornou padre aos 22 anos e alimentava o sonho
de partir em missão, mas a saúde debilitada não lhe permitiu fazer isso. Aos 29
anos foi enviado para dirigir o maior santuário mariano de Turim, dedicado a
Nossa Senhora da Consolata, que com o seu trabalho traz de volta o esplendor do
passado. Ele transmite o fogo da missão aos jovens sacerdotes que, treinados na
escola de seu reitor, se preparam para partir para terras distantes. Assim,
foram lançadas as bases para o Instituto Missionário da Consolata (IMC), que
ele fundou em 1901, estabelecendo também, a pedido de Pio X, um ramo feminino
com as Irmãs Missionárias da Consolata (MC) em 1910.
O milagre
que o levará à canonização nos leva ao Brasil, ao Estado de Roraima, no meio da
floresta amazônica, que continua sendo um dos destinos do compromisso
missionário desde 1948.
Como muda a geografia da missão
Padre James
conta como a evangelização mudou muito ao longo do tempo, especialmente desde o
final da década de 1990. E ele se lembra de quando, após a primeira parte de
sua formação na Inglaterra, veio para a Itália: “foram tempos difíceis porque
tínhamos sido treinados para a missão ‘ad gentes’ e a época exigia que
ficássemos em missão na Europa, o que não esperávamos. Porque, diziam-nos, a
missão agora está em toda parte”. Afinal, é evidente que seja a África que hoje
tem tantas vocações, e que os próprios reservatórios de vocações se inverteram
quase completamente em comparação com os séculos passados. “Lembro-me de que,
quando entrei para a congregação, eu queria ir para a Amazônia, pois o que mais
me atraía era trabalhar com os índios. Em vez disso, me disseram que eu deveria
ficar na Itália. O então Superior me disse que a Itália era terra de missão e
que eu deveria ficar aqui. Não dormi a noite inteira. Fui enviado para o sul,
perto de Lecce, para Galatina”. Ele conta que, no início, os habitantes locais
o olhavam com desconfiança, alegando que eles não eram como pessoas “que não
conheciam Deus”. Ele ficou lá por cinco anos e depois descobriu que a
experiência foi inesperadamente bela e transformadora.
Aumento das vocações na África
Qual é a
importância dos números? Eles contam, explica o padre Lengarin, porque quando
se pode contar com um grande número de energias jovens, é possível planejar
“abrir novos lugares de desafio”. Ele menciona, por exemplo, a condição dos
afrodescendentes, entre os quais, observa ele, há muito a ser feito porque, em
geral, “ainda estamos inclinados a não reconhecer seus valores”. Ele ressalta
que em várias regiões eles ainda não foram totalmente integrados: esse é o
caso, por exemplo, do Brasil, Colômbia, Venezuela e Nicarágua. Na África, os
pigmeus da floresta tropical do Congo despertam muita atenção por parte dos
Missionários da Consolata, que gostariam de trabalhar mais a seu favor, também
para promover uma ativação saudável e não traumática dos vínculos entre seus
grupos fechados e o resto da sociedade. Precisamente da África, além disso,
“prevemos que nascerão mais vocações, se a tendência atual for seguida, cerca
de dez ou vinte por ano”. As prioridades apostólicas do Instituto continuam
sendo os povos indígenas da América, os habitantes da vasta região amazônica,
os centros urbanos com paróquias e, uma atividade considerada fundamental, os
centros educativos.
Fonte: https://www.vaticannews.va/pt
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