Apelo do Papa em sua mensagem ao
Evento sobre a Ação Oceânica “Imersos em Mudanças”, que se realiza na Costa
Rica: “Valorizemos sua utilidade comum na segurança alimentar, seu humilde
trabalho na regulação do clima, lutemos contra a poluição para restaurar sua
preciosa beleza e não violemos sua pureza, deixando-a como um legado para as
próximas gerações”.
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O Papa
Francisco escreveu uma mensagem ao Embaixador da Costa Rica junto à Santa Sé,
Sr. Federico Zamora Cordero, agradecendo o convite para participar do Evento
de Alto Nível sobre a Ação Oceânica “Imersos em Mudanças”, que se realiza
em San José nos dias 7 e 8 de junho.
Francisco
inicia sua mensagem recordando a emblemática imagem da cidade de Roma com o
deus grego Oceano que percorre as ruas da cidade com sua carruagem de cavalos
marinhos guiada por tritões, “como se a cidade estivesse imersa no domínio do
mar”. E explica: “Dessa forma, os antigos queriam celebrar a chegada da água ao
centro da cidade, que assim recuperou sua majestade após anos de fome e
carestias, impostos pelas guerras que destruíram suas
infraestruturas”. Ponderando em seguida “A água é necessária para a vida
do homem, nenhum progresso, nem mesmo o social, pode subsistir sem ela; até
mesmo a grande cidade de Roma está imersa no oceano conceitual do poder das
águas. Aqueles que nos antecederam a honraram, não apenas em sua arte, mas com
orações em louvor ao Criador".
Transformamos
algo útil em objeto de exploração
Depois
afirma que “é lamentável notar que deturpamos esses epítetos ao transformar o
que é útil, como a água, em um objeto de exploração”.
“Ultrajamos a água, que realiza um trabalho humilde e silencioso para o bem
comum. E, em vez de considerar esse dom de Deus como precioso, nós o
transformamos em uma moeda de troca, um motivo de especulação e até mesmo um
veículo de extorsão”, afirma ainda o Papa. “São Francisco de Assis”, continua,
“no Cântico das Criaturas, evoca-a como “irmã água”, chamando-a de “útil,
humilde, preciosa e casta”. Ainda citando Roma, recorda que “a Acqua
Vergine que brota da Fontana de Trevi deve seu nome a uma jovem
donzela do vilarejo que corajosamente indicou aos legionários romanos onde
ficava a fonte, que também era altamente valorizada por sua pureza. Toda essa
bondade que a água proporciona às pessoas simples corre o risco de ser quebrada
pela maldade, pelo egoísmo e desprezo pelos outros”.
Recuperar
os adjetivos de São Francisco
Concluindo
sua mensagem afirma: “Que a imagem dessa bela fonte romana nos ajude a perceber
que toda a nossa civilização está imersa no oceano, que entendamos que é
necessária uma mudança radical para recuperar o significado desses adjetivos de
São Francisco: útil, humilde, preciosa e casta". Destacando tais
palavras conclui: "Valorizemos sua utilidade comum na segurança alimentar,
seu humilde trabalho na regulação do clima, lutemos contra a poluição para
restaurar sua preciosa beleza e não violemos sua pureza, deixando-a como um
legado para as próximas gerações”.
Fonte: https://www.vaticannews.va/pt
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