Festejar os santos é praticar
seus ensinamentos e seguir seus testemunhos de fé.
Padre Cesar
Augusto, SJ - Vatican News
Quando
desejamos refletir bem, sem influência alguma de pessoas ou situações, nos
retiramos para um local afastado e silencioso. Queremos estar a sós conosco na
natureza e na presença de Deus. Foi o que Jesus fez com seus discípulos quando
escolheu aquele que iria governar seu rebanho. O Senhor se dirigiu com eles a
Cesaréia de Filipe, um lugar afastado do mundo judeu e significativo pela
natureza, próximo ao monte Hermon e a uma das fontes do Jordão. Lá, na
solidão e apenas na presença do Pai, checou o coração de Simão e o fez seu
vigário. O eleito estava tão purificado, tão livre de apegos e amarras mundanas
e tão cheio do Espírito que declarou a identidade de Jesus, reconhecendo-o como
o Messias de Deus.
Por outro
lado, Jesus confirmou seu nascimento na fé, dando-lhe outro nome, o de Pedro,
pedra e indicando seu novo e definitivo encargo: confirmar seus irmãos na fé.
Além de
graças para viver plenamente essa missão, Pedro as recebeu também para levá-la
até o fim, quando dará glória a Deus através de sua morte na cruz, como o
Mestre, só que de cabeça para baixo.
Simão
nasceu de novo, recebeu outro nome, outra função na sociedade, aumentou
enormemente seu compromisso na fé. Ao entregar-se na condução de seus irmãos,
Pedro viveu momentos de alegria e de tristeza, de certezas e de abandono total
na fé. O que passou a guiar sua vida, a ser fiel na missão recebida e abraçada
foi a certeza da fidelidade do Senhor. Agora Pedro vai deixando Deus ser o
oleiro, fazer dele um homem à imagem de Jesus. Por isso ele é pedra, não por
causa de sua dureza, mas por causa de sua solidez e confiabilidade. Da dureza
da pedra Pedro apenas guardou a resistência às investidas do inimigo. Nada pode
vencê-lo.
Como chefe
da Igreja, Pedro recebeu o poder de ligar e desligar, isto é, declarar o que
está de acordo ou em desacordo com o projeto de Jesus. Por isso ele foi sempre
esse homem renascido para a missão. Não será por este motivo que os papas mudam
de nome?
Mas hoje
também é o dia de São Paulo, a outra coluna da Igreja. Pedro é a coluna que nos
confirma na fé e Paulo é a que evangeliza.
A liturgia
nos propõe como reflexão a carta a Timóteo, onde o Apóstolo faz seu testamento
e a revisão de sua vida cristã. De qualquer modo, Paulo, antes da conversão
Saulo, também será assemelhado a Jesus, vítima sacrificada em favor de muitos.
Ele deduz que o momento de seu martírio, de dar testemunho de Deus, está
próximo.
Nessa
ocasião foi feita a revisão de vida. Paulo teve consciência de que foi fiel à
missão, que cumpriu o encargo de anunciar ao mundo o Evangelho. Teve
consciência do quanto sofreu e padeceu por esse motivo e agradeceu a Deus por
ter guardado a fé.
Em seguida
Paulo expressou sua certeza no encontro com o Senhor, quando então será
recompensado por tudo, através da convivência eterna com Ele.
Festejar os
santos é praticar seus ensinamentos e seguir seus testemunhos de fé.
Que o
Senhor nos ajude a louvar São Pedro e São Paulo, fazendo com que cada dia, cada
despertar nós seja par nós um novo dia, o reinício da vida nova iniciada com o
nosso batismo. Para isso é necessário abandonarmo-nos nas mãos de Deus,
permitindo a Ele nos refazer, nos moldar segundo seu coração e confiando no
resultado final que, como Paulo, só veremos no final da vida.
Que as
alegrias e os êxitos, as dificuldades e os sofrimentos do dia-a-dia não impeçam
nosso crescimento na fé, mas amadureçam e solidifiquem a ação do Espírito.
Finalmente,
sirva-nos de referencial para a fidelidade a Cristo e sua Igreja, a
conformidade de nossa vida aos ensinamentos de Pedro.
Que a
celebração dessas duas colunas da Igreja seja uma ocasião de graças para o
crescimento do Reino de Deus de nossa vida cristã!
Fonte: https://www.vaticannews.va/pt
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