Por Natalia Zimbrão*
17 de jul de 2024
Hoje (17), a Igreja celebra o beato Inácio e 39
companheiros. Embora os 40 jesuítas não sejam brasileiros, são considerados
mártires do Brasil, pois foram mortos por corsários calvinistas quando vinham
em missão para o país.
Inácio nasceu em 1527, no Porto, Portugal, em uma família
nobre. De grande inteligência, tornou-se administrador dos bens da família aos
18 anos. Mas, depois de participar de um retiro em Coimbra, em 1548, decidiu
ingressar na Companhia de Jesus. Foi reitor do colégio Santo Antão, em Lisboa,
vice-provincial de Portugal, o primeiro reitor do Colégio de São Paulo, em
Braga.
Destacava-se por sua vida de oração, penitência e obras de
misericórdia e tinha grande paixão pelas missões.
Envio ao Brasil
O superior geral dos jesuítas, são Francisco Borja, decidiu
enviar Inácio de Azevedo como visitador do Brasil. Ele chegou à Bahia em 24 de
agosto de 1566, junto com outros jesuítas.
Durante dois anos, percorreu as casas dos jesuítas no
Brasil. Regressou a Portugal em 24 de agosto de 1568, com objetivo de conseguir
reforços para a missão no Brasil.
Recebeu autorização do superior geral para recrutar
missionários na Espanha e em Portugal. Reuniu um grupo que, depois de cinco
meses de preparação, viajou para o Brasil em 5 de junho de 1570. Inácio de
Azevedo e 39 jesuítas partiram no navio mercante São Tiago e outros
missionários seguiram no navio comandado por dom Luís de Vasconcelos, nomeado
governador do Brasil.
Oito dias depois, chegaram à Ilha da Madeira e dom
Vasconcelos decidiu esperar um pouco. Mas, o comandante do navio São Tiago
resolveu partir sozinho em direção às Ilhas Canárias, apesar das notícias de
que corsários calvinistas estavam no caminho, no encalço dos jesuítas.
O martírio
Em 15 de julho de 1750, o navio São Tiago foi atacado, perto
da ilha La Palma, por uma frota de corsários calvinistas franceses liderados
por Jacques Sourie. O navio mercante foi dominada. Os corsários pouparam os
tripulantes e demais passageiros, mas mataram todos os jesuítas. “Mata, mata,
porque vão semear falsa doutrina no Brasil”, diziam.
Inácio de Azevedo foi ao encontro deles com uma imagem de
Nossa Senhora das mãos e dizia: “Todos me sejam testemunhas como morro pela fé
católica e pela Santa Igreja Romana”. Ele também incentivava os companheiros a
se manterem firmes: “Não choreis, filhos. Não chegaremos ao Brasil, mas
fundaremos, hoje, um colégio no céu”, disse.
Os jesuítas foram beatificados pelo papa Pio IX em 11 de
maio de 1854 e são conhecidos como os “Quarenta Mártires do Brasil”
Oração ao beato Inácio de Azevedo e companheiros mártires
Ó Deus, que escolhestes Inácio de Azevedo e seus trinta e
nove companheiros para regarem com seu sangue as primeiras sementes do
Evangelho lançadas na Terra de Santa Cruz, concedei-nos professar
constantemente, para vossa maior glória, a fé que recebemos de nossos
antepassados. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do
Espírito Santo. Amém
*Natalia Zimbrão é formada em Jornalismo pela Universidade do
Estado do Rio de Janeiro. É jornalista da ACI Digital desde 2015. Tem
experiência anterior em revista, rádio e jornalismo on-line.
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