Francisco, no vídeo de intenção
de oração para julho, pede que rezemos "para que o sacramento da Unção dos
Enfermos dê às pessoas que o recebem e aos que lhes são mais próximos a força
do Senhor e se torne cada vez mais para todos um sinal visível de compaixão e
esperança". O Papa ainda insiste que "não é um sacramento apenas para
aqueles que estão prestes a morrer", explicando que é "um dos
'sacramentos da cura', que cura o espírito".
Andressa
Collet - Vatican News
“Este mês tenhamos na nossa
oração o cuidado pastoral dos enfermos.”
Assim
inicia Francisco a mensagem em vídeo de julho com a intenção de oração que o
Pontífice confia à Igreja Católica através da Rede Mundial de Oração do Papa. O
Pontífice se detém a explicar mais precisamente sobre a Unção dos Enfermos, um
sacramento administrado pelo sacerdote que proporciona consolo aos que
sofrem alguma doença e aos seus mais próximos. Os sacramentos da Igreja são
dons, são as formas de Jesus se fazer presente para abençoar, animar e
acompanhar. O Papa faz um alerta:
"A
Unção dos Enfermos não é um sacramento apenas para aqueles que estão prestes a
morrer. Não. É importante deixar isto claro. Quando o sacerdote se
aproxima de uma pessoa para lhe dar a Unção dos Enfermos, não está
necessariamente a ajudá-la a despedir-se da vida. Pensar assim é desistir de
toda a esperança. É dar por adquirido que depois do padre vem o coveiro."
Um
sacramento com dimensão comunitária
O convite
do Papa Francisco à oração de toda a Igreja é uma forma de tornar visível que a
Unção dos Enfermos é um sacramento de natureza comunitária e relacional. Em
Audiência Geral de fevereiro de 2014, dedicada à Unção dos Enfermos, o
Pontífice recordou que "no momento da dor e da doença não estamos sós: o
sacerdote e quantos estão presentes durante a Unção dos Enfermos representam
toda a comunidade cristã que, como um único corpo se estreita em volta de quem
sofre e dos familiares, alimentando neles a fé e a esperança, e apoiando-os com
a oração e com o calor fraterno".
A
proximidade de Jesus
Esse
sacramento assegura a proximidade de Jesus à dor de quem está doente ou já
idoso, o alívio do sofrimento e o perdão dos seus pecados, mas não é sinônimo
de uma morte iminente. A Unção dos Enfermos é, frequentemente, um sacramento
esquecido ou menos reconhecido, continuou o Papa. No entanto, "é o próprio
Jesus que chega para aliviar o doente, para lhe dar força, para lhe dar
esperança, para o ajudar; também para lhe perdoar os pecados". E, no vídeo
para o mês de julho, Francisco acrescenta:
"Lembremos
que a Unção dos Enfermos é um dos 'sacramentos da cura', da 'cura', que cura o
espírito. E quando uma pessoa está muito doente, é aconselhável dar-lhe a Unção
dos Enfermos. E quando uma pessoa já é idosa, é apropriado que receba a Unção dos
Enfermos."
As imagens
que acompanham as palavras de Francisco no vídeo – gravadas por profissionais
da Arquidiocese de Los Angeles em duas dioceses dos Estados Unidos: Allentown
(Pensilvânia) e Los Angeles (Califórnia) – põem em destaque precisamente os
diferentes contextos em que o sacramento pode ser administrado. São retratadas
duas histórias aparentemente diferentes em idade e situação clínica, mas unidas
pela graça da Unção dos Enfermos e pelo grande afeto daqueles que se reúnem em
volta de quem recebe o sacramento.
“Rezemos para que o sacramento
da Unção dos Enfermos dê às pessoas que o recebem e aos que lhes são mais
próximos a força do Senhor e se torne cada vez mais para todos um sinal visível
de compaixão e esperança.”
A Unção dos
Enfermos à luz dos Evangelhos
O Padre
Frédéric Fornos, diretor internacional da Rede Mundial de Oração do Papa,
salienta que, embora já haja muitas pessoas que redescobriram a profundidade da
Unção dos Enfermos, esse sacramento ainda é visto, frequentemente, como uma
forma de preparar os doentes para a morte: "é isso que o Papa Francisco
diz, quando recorda que, quando alguém está gravemente doente, queremos sempre
adiar o sacramento da Unção dos Enfermos, pois persiste a ideia de que o
coveiro chega depois do sacerdote (Audiência Geral de 26 de fevereiro de 2014).
Por isso, o Pontífice deseja que este mês possamos redescobrir toda a
profundidade e o verdadeiro sentido deste sacramento, não apenas como
preparação para a morte, mas como um sacramento que consola os doentes em
alturas de enfermidade grave, bem como os que lhe são queridos, e dá força a
quem os cuida".
"A
pessoa doente não está sozinha", conclui então o Pe. Fornos: "com os
sacerdotes e as pessoas presentes, é toda a comunidade cristã que a apoia com
as suas orações, alimentando a fé e a esperança, e assegurando-lhe, bem como à
família, que não estão sós no sofrimento. Todos conhecemos pessoas doentes,
rezamos por elas e, se entendemos que padecem de uma doença grave, bem como os
idosos cujas forças declinam, não tenhamos dúvidas em propor-lhes que vivam
esse sacramento de consolação e esperança".
Fonte: https://www.vaticannews.va/pt
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