Maria nasceu em 1890 na cidade italiana de Corinaldo, numa pobre, numerosa e muito piedosa família camponesa. Sendo a mais velha dos sete irmãos, cuidava dos menores enquanto os pais estavam trabalhando no campo. Aos nove anos perdeu o pai, acometido de malária, e assim as dificuldades financeiras familiares aumentaram, obrigando a que mudassem várias vezes até um povoado chamado Ferrieri, onde passaram a viver junto com o viúvo João Serenelli e seus dois jovens filhos, Gaspar e Alessandro.
Antes, porém, perdoou seu assassino, dizendo: “Lá no céu, rogarei para que ele se arrependa… Quero que ele esteja junto comigo na glória eterna”. Alessandro foi preso e condenado a 30 anos de trabalhos forçados, sendo solto depois de 27, por bom comportamento. Na prisão havia recebido a visita do bispo local, a quem manifestou seu arrependimento e pediu orações. Libertado, procurou a mãe de Maria, implorando-lhe o perdão; “Se minha filha, em seu leito de morte te perdoou, eu também te dou meu perdão”, foi a resposta. Alessandro tornou-se frade num mosteiro da Ordem Menor dos capuchinhos, onde trabalhou como porteiro e jardineiro, vivendo sincera conversão até a morte.
Em 1950, por ocasião da canonização de Maria Goretti, uma das mais jovens santas da Igreja, estavam na praça de São Pedro em Roma mais de 500 mil pessoas, incluindo sua mãe, então com 84 anos, quatro dos seus irmãos e o agora frade Alessandro Serenelli.
Por sua pureza, o Papa Pio XII a declarou padroeira das virgens cristãs, da castidade, da juventude, bem como da pureza de coração e do perdão.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho
Reflexão:
A pureza do corpo necessariamente tem que ser precedida pela pureza da alma. Aos 11 anos, Santa Maria Goretti já tinha a maturidade espiritual de uma longeva santidade. E se a beleza física lhe era precoce, ainda mais cedo se lhe embelezou a da alma. Os episódios da sua vida de tempo tão pequeno são imensos na proporção da eternidade: perdão não apenas dela mas da mãe e da família, e arrependimento sincero e salvífico do assassino. “Onde grande foi o pecado, imensa foi a graça” (Rm 5,20). Atualmente talvez poucos compreendam a grandeza e importância de literalmente lutar até morte pela preservação da pureza, da inocência e da castidade. No mundo imoral, amoral e hedonista de hoje, quando se procura perverter cada vez mais cedo a sexualidade, pode parecer impensável o valor destas virtudes. Contudo a luxúria é o pecado que mais leva ao inferno, como advertiu Nossa Senhora em Fátima (não por ser o mais grave, que é a soberba, mas por ser o mais praticado. Mas obviamente ambos estão muito facilmente associados). De resto, a própria noção de pecado continua sendo desvirtuada, esquecida e minimizada. Porém… Há no ser humano um sentido moral intrínseco, da própria natureza humana, a Lei Natural que deriva da condição humana de ser imagem e semelhança de Deus. E neste contexto existe um pudor espontâneo, que ao perceber a malícia de determinados atos leva a uma reação virtuosa. Não apenas na perspectiva sexual: por exemplo, costuma haver um constrangimento instintivo, para quem não está já corrompido, de se apossar de bens alheios. É esta Lei Natural que precisa ser trabalhada e completada, na educação moral e religiosa, ao longo da formação das crianças e jovens. A Igreja é especial guardiã das virtudes, e cabe aos católicos, particularmente das atuais deturpações culturais e midiáticas, gritar com todas as forças, como Maria Goretti: “Não, não, Deus não quer; é pecado!”. E, claro, viver as virtudes e ensiná-las. Em situação semelhante à de Santa Maria Goretti, foi beatificada recentemente a brasileira Isabel Cristina Mrad Campos, de 20 anos, morta com 15 facadas em 1982 na cidade de Juiz de Fora, Estado de Minas Gerais, por resistir a uma tentativa de estupro. Que ela, junto a Maria Goretti, interceda pela pureza e santidade heróica da juventude, no Brasil e no mundo.
Oração:
Deus e Senhor nosso, que pelo exemplo da Sagrada Família exaltastes a virgindade, concedei-nos por intercessão de Santa Maria Goretti a sua mesma firmeza contra as violências ao corpo e à alma, o auxílio da sua proteção, sobretudo das crianças e dos jovens, e o esclarecimento das consciências sobre a gravidade de desdenhar das virtudes, de modo a que possamos sair da prisão do pecado e, puros como exigis, podermos viver os prazeres celestes. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém.
Fonte: https://www.a12.com/
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