Pantaleão nasceu em Nicomédia (atual Izmit), Turquia, no
século III. Seu pai era gentio, sua mãe cristã, que o educou na Fé
católica. Porém deixou-se levar pelo paganismo. Após a morte da mãe, seu pai o
encaminhou para o estudo da Retórica, Filosofia e Medicina, tornando-se
um médico de prestígio.
Pantaleão conheceu o virtuoso sacerdote Hermolau, que explicou
a ele que Cristo é o verdadeiro Senhor da vida e da saúde, incentivando-o a
conhecer “a cura que vem do alto”. Aconteceu então a Pantaleão
encontrar-se diante de um menino morto pela picada de uma víbora.
Resolveu testar se era verdade o que Hermolau dizia, e
disse: “Em nome de Jesus Cristo, levanta-te; e tu, animal
peçonhento, sofre o mal que fizeste”. Imediatamente a criança se
pôs de pé, e a serpente morreu. Pantaleão converteu-se e foi batizado, passando
a atender os doentes em nome de Deus, e a curar gratuitamente aos pobres.
A época era de dura perseguição aos cristãos, promovida
pelo imperador romano Diocleciano, e chegou à Nicomédia. A inveja dos
médicos pagãos pelas suas curas milagrosas os levou a denunciá-lo às
autoridades. Acabou por ser condenado à morte e decapitado em 303, a 27
de julho, entre os 20 e 30 anos de idade.
Parte das relíquias do seu corpo foram guardadas na Sé da
cidade do Porto, em Portugal, e porções do seu sangue são conservadas em
Istambul (Turquia), Ravello (Itália) e no Real Mosteiro da Encarnação
em Madri (Espanha). Neste último, o sangue, em estado sólido durante a maior
parte do ano, liquefaz-se próximo à data da sua festa, fato observado pelo
público.
São Pantaleão é padroeiro dos médicos e da cidade
do Porto. Na Argentina está o primeiro Santuário a ele dedicado.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho
Reflexão:
Pode um incrédulo intencionalmente realizar milagres? Claro,
é só Deus que os realiza, mas sem dúvida Ele tem o poder de usar como
instrumento de Sua ação também um incrédulo, pois as más escolhas da legítima
liberdade humana não superam a capacidade divina de tirar o Bem de um mal. Mas
nestes casos não há intenção participativa da pessoa, somente a graça de Deus
que supera o pecado. Portanto, a expectativa de Pantaleão já era de Fé, no
sentido de que de fato aceitou como possibilidade real a ressurreição do
menino, e deixou livre o caminho para que fluísse a ação de Deus. É esta a
atitude que devemos ter ao pedir qualquer coisa ao Senhor. O ouvir da Boa Nova
através de Hermolau já criara em Pantaleão a boa disposição de alma; o
apostolado nunca é vão. A cura mais milagrosa é a conversão da alma, pois
significa ressuscitar da mordida da “antiga serpente”, o diabo (cf. Ap 12,9). A
cada Confissão a dureza do pecado se liquefaz, seu veneno transformado em
sangue novo de vida na alma. A cada Sacramento, ocorre a mudança da solidez de
um barro sem vida na participação humana no vivo Sangue do Cristo Ressuscitado,
de onde escorrem as boas obras da Salvação. Mas os Sacramentos só estão
disponíveis, encarnados, na casa própria da realeza de Deus, a Igreja, Seu
Corpo Místico, estabelecida por exemplo no Real Mosteiro da Encarnação. Na
Igreja e com os Sacramentos devemos nos levantar da morte do pecado, e com
autoridade denunciar a inveja do Mal que mata a si mesmo, condenando-se ao
inferno: “Retira-te satanás, nunca me aconselhes coisas vãs, é mal o que tu
ofereces, bebe tu mesmo o teu veneno” (parte final da oração da Medalha de São
Bento).
Oração:
Senhor Deus da Vida, por intercessão de São Pantaleão,
dignai-Vos solidificar o Sangue de Cristo no nosso coração, para que Ele flua
em boas obras no corpo da nossa alma e todos possam por eles ver o milagre da
nossa ressurreição ao Céu. Pelo mesmo Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa
Senhora. Amém.
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