Brasil tem 6,2 mil diáconos permanentes e vocação cresce no país
Por Nathália Queiroz*
10 de agosto de 2024
A Igreja celebra hoje (10) o dia de são Lourenço e, por
causa dele, o dia dos diáconos. A vocação ao diaconato permanente cresce
anualmente em todo o mundo. No Brasil há cerca de 6,2 mil
diáconos, segundo dados da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e
muitas ordenações marcadas para o segundo semestre.
A palavra diácono vem do grego “diáconos” que significa
servidor, sua missão principal é o serviço da caridade, mas também da Palavra e
da liturgia. Estabelecido pelos apóstolos, como conta o livro dos atos dos
Apóstolos (6, 1-6), a vocação de diácono permanente caiu em desuso. O diaconato
tornou-se apenas um estágio no caminho para a ordenação sacerdotal. O papa são
Paulo VI propôs a retomada dessa vocação em 1967, e ela foi codificada pelo
Código de Direito Canônico de 1983, editado por são João Paulo II.
Para ser diácono permanente é preciso ter mais de 35 anos e
vida matrimonial estável. Solteiros religiosos também podem ser ordenados. Só
podem ser admitidos candidatos que participem ativamente da comunidade. A
mulher do candidato deve concordar com a ordenação.
Algumas dioceses estão com as ordenações agendadas até o fim
do ano. O bispo de Divinópolis (MG), dom Geovane Luis da Silva, ordenou oito
diáconos permanentes no sábado (2), os primeiros na diocese. O arcebispo de
Fortaleza (CE), dom Gregório Paixão, OSB, ordenará hoje (10), 16
diáconos permanentes. A arquidiocese de Maringá ordenará 40 diáconos
permanentes, entre eles o irmão Rafael Rosário Carregosa, superior-regional da
Congregação dos Irmãos da Misericórdia de Maria Auxiliadora.
O carisma de sua comunidade é cuidar dos enfermos, Carregosa
tem 26 anos de vida religiosa e é presidente do Hospital Santa Casa de Maringá.
Ele contou à ACI Digital que sentiu o chamado para ser diácono para poder
servir melhor. “O diaconato tem muito a ver com o meu carisma de estar a
serviço”, disse. “Como diácono posso abrir mais o leque de missão. Só vai
agregar aos serviços”.
“Quero estar sempre a serviço do projeto de Deus, da igreja
e da minha congregação! Quero poder contribuir mais para a construção do Reino
de Deus na minha vida e das pessoas e exercer a missão de
diácono dentro do hospital”, disse.
Os diáconos permanentes, segundo o Catecismo da Igreja
Católica, podem distribuir a comunhão, dar bênçãos, dar a bênção do Santíssimo
Sacramento, assistir e abençoar casamentos, fazer batizados, celebrar exéquias,
funerais, fazer homilias, ler o Evangelho na missa, presidir sacramentais e
dedicar-se a diversos serviços de caridade.
Paulo Cezar Teixeira da Silva, de 60 anos, também será
ordenado diácono na arquidiocese de Maringá (PR). É casado e tem duas filhas.
Ele contou à ACI Digital que sempre foi muito ativo nas pastorais, é ministro
da eucaristia e há seis anos foi convidado a fazer a formação para o diaconato.
“Com o sacramento da ordem, que será o diferencial na minha
vida a partir da ordenação, eu espero poder servir mais. Quando as pessoas
precisam, a gente precisa estar ali apoiando, ouvindo, aconselhando”, disse
ele. “Estarei junto ao pároco para prestar o serviço, ser companheiro e vou
ajudar nas atividades do dia a dia”.
O sacramento da ordem possui três graus: ordem episcopal, o
presbiterado e o diaconato, portanto, o diácono permanente faz parte do clero.
Segundo Silva, o apoio de sua família é fundamental na sua
resposta à vocação diaconal.
As Diretrizes
para o Diaconato Permanente, da CNBB, dizem que “a família do diácono,
Igreja doméstica, constitui o primeiro campo da sua ação ministerial”. “O
diácono casado não descuidará do seu lar sob o pretexto do exercício do
ministério” e “estará sempre atento para que os trabalhos diaconais não o
afastem da necessária convivência com a esposa e os filhos”.
Por poderem casar, os diáconos são os únicos católicos que
podem receber todos os sete sacramentos: batismo, eucaristia, confirmação,
casamento, ordem, penitência e unção dos enfermos. O batismo, a confirmação e a
ordem, conferida a diáconos, presbíteros e bispos, são os sacramentos que só se
pode receber uma vez. Eles imprimem caráter, isto é, uma marca espiritual, que
nunca se apaga.
*Nathália Queiroz de Carvalho Lima é certificada em espanhol pelo Instituto Cervantes, trabalha como tradutora há sete anos na ACI Digital. Tem experiência em redação de conteúdo religioso para mídias católicas em português e espanhol.
Fonte: https://www.acidigital.com/
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